sexta-feira, 5 de julho de 2024

Polícia Militar e Governo do Estado do Rio sob Críticas por Abordagem Racista

Imagens de câmeras de segurança flagram a ação dos policiais militares em abordagem que trouxe um desgaste a diplomacia e a imagem internacional do nosso país.

Por Marcelo Procópio 

Polícia: Em um incidente alarmante que expôs novamente o racismo institucional no Brasil, embaixadores do Gabão e de Burkina Faso foram convocados ao Itamaraty, em Brasília, para receber um pedido formal de desculpas do governo brasileiro. A convocação ocorreu após seus filhos, adolescentes negros, sofrerem uma abordagem brutal e racista pela Polícia Militar no Rio de Janeiro, durante o primeiro dia de férias na cidade. 

Quatro jovens, acompanhados pela avó de um deles, foram recebidos pela Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio (CDDHC) na manhã de sexta-feira. O Ministério das Relações Exteriores anunciou que acionará o Estado do Rio de Janeiro, exigindo uma apuração rigorosa e responsabilização dos policiais envolvidos. O Itamaraty também entregará uma carta ao embaixador do Canadá, expressando a mesma indignação.

A deputada estadual Dani Monteiro, presidente da CDDHC, criticou fortemente a ação da polícia e declarou que questionará formalmente a corporação sobre as medidas a serem tomadas contra os agentes envolvidos. "É inaceitável que abordagens racistas ainda ocorram no Rio de Janeiro por parte das forças de segurança. Este é mais um exemplo das experiências diárias enfrentadas por jovens negros no estado", afirmou.

O caso gerou indignação pública após a mãe de um dos adolescentes relatar o incidente nas redes sociais. Segundo ela, os policiais militares abordaram os jovens com armas em punho e só os liberaram após um deles afirmar que os amigos eram estrangeiros e estavam na cidade como turistas. As câmeras de segurança registraram a abordagem violenta, ocorrida na Rua Prudente de Morais, em Ipanema, revelando o preconceito racial explícito na ação dos agentes.

A Polícia Militar, em uma tentativa de contenção de danos, informou que os policiais envolvidos usavam câmeras corporais e que as imagens serão analisadas. No entanto, as promessas de apuração e justiça soam vazias diante das repetidas falhas da corporação em lidar com o racismo sistêmico.

O Governo do Rio, por sua vez, emitiu uma nota genérica destacando a investigação em andamento, mas não reconheceu explicitamente o caráter racista da abordagem. A falta de uma postura firme e transparente do governo estadual e da Polícia Militar evidencia a perpetuação de um sistema que, em vez de proteger, ameaça e oprime a juventude negra.

O episódio é um retrato sombrio da realidade enfrentada por jovens negros no Brasil, onde a cor da pele continua a ser um fator determinante para a violência e discriminação. A sociedade civil e organismos de direitos humanos exigem respostas concretas e ações efetivas para pôr fim a essa prática inaceitável.

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