sexta-feira, 5 de julho de 2024

Esquema de Falsificação de Vacinas em Duque de Caxias. Revela Operação Venire da PF

Foto de arquivo. Polícia Federal 

Por Marcelo Procópio 

A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou que João Carlos de Sousa Brecha, ex-secretário de Duque de Caxias, inseriu registros de vacinação contra a Covid-19 em 2022 para a família do ex-prefeito Washington Reis. Atualmente secretário estadual de Transportes, Reis foi alvo da segunda fase da Operação Venire da Polícia Federal (PF), que investiga a falsificação desses registros no Ministério da Saúde.

A investigação revelou que o esquema teve origem em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Entre os registros falsificados estava o certificado de vacinação de Jair Bolsonaro, indicando que o ex-presidente tomou duas doses no Centro Municipal de Saúde da cidade.

A Operação Venire, em sua segunda etapa, visa identificar outros beneficiários do esquema. A PGR afirma que dados de vacinação falsos foram inseridos para vários familiares de Washington Reis.

A PF apontou que João Carlos de Sousa Brecha e Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, então chefe da central de vacinação de Duque de Caxias, foram os responsáveis por inserir esses registros falsos no sistema SI-PNI.

Na quinta-feira, a Operação Venire 2 realizou buscas na casa de Washington Reis em Xerém, além de outras localidades. Na primeira etapa da operação, realizada em maio do ano anterior, Jair Bolsonaro foi um dos 16 alvos de buscas, com a prisão do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, e outros cinco suspeitos.

Os registros indicam que Bolsonaro teria recebido duas doses da vacina contra a Covid-19 no Centro Municipal de Saúde de Duque de Caxias, nos dias 13 de agosto e 14 de outubro de 2022, apesar de ele ter negado publicamente ter sido vacinado. A suposta falsificação visava facilitar a entrada de Bolsonaro, familiares e assessores nos Estados Unidos, burlando a exigência de vacinação.

De acordo com a PF, os dados falsos de vacinação de Bolsonaro foram inseridos no sistema em 21 de dezembro de 2022 por João Carlos de Sousa Brecha e removidos seis dias depois por Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, que alegou "erro". Em 27 de dezembro, um computador no Palácio do Planalto acessou o ConecteSUS para gerar certificados de vacinação.

Bolsonaro, ao comentar o caso, reiterou que não foi vacinado e que não houve adulteração de sua parte nos registros de saúde. "Nunca me foi pedido cartão de vacina em lugar nenhum, não existe adulteração da minha parte. Eu não tomei a vacina, ponto final. Nunca neguei isso," afirmou.

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