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Foto de Arquivo: Banco Central do Brasil |
Por Marcelo Procópio
Inflação: O Banco Central, agora sob o comando de Gabriel Galípolo, sinalizou na Ata do Copom desta terça-feira que pode não cumprir a meta de inflação logo no início de sua gestão, devido ao novo regime de "meta contínua".
Isso significa que a inflação poderá ultrapassar o teto de 4,5% por um período contínuo de seis meses, de janeiro a junho, caracterizando o descumprimento da meta. A partir de 2025, essa regra muda: o controle inflacionário não será mais avaliado com base no ano calendário, mas sim pelo desempenho ao longo de seis meses consecutivos acima do limite de tolerância.
Na reunião anterior, a primeira com Galípolo na presidência, o Banco Central decidiu elevar a Selic em um ponto percentual, chegando a 13,25%. Esse foi o quarto aumento consecutivo, considerando que em setembro do ano passado a taxa era de 10,5%.
O documento também reafirma que há planos para um novo aumento da Selic na reunião de março. No entanto, o BC evitou dar uma previsão clara para a reunião de maio, mantendo incertezas sobre os próximos passos da política monetária.
O cenário se apresenta desafiador, com pressões inflacionárias vindas de diversas frentes. O Banco Central considera fatores como a atividade econômica, a demanda agregada, as expectativas de inflação, os preços atuais e o panorama global.
Do ponto de vista externo, o fortalecimento do dólar, impulsionado pelas incertezas políticas nos Estados Unidos, encarece os produtos importados e adiciona mais pressão sobre a inflação brasileira. Internamente, o risco fiscal também preocupa investidores e enfraquece a moeda nacional.
Outro fator relevante é o aquecimento do mercado de trabalho, com desemprego em mínimas históricas, o que influencia diretamente a inflação do setor de serviços. Além disso, a indexação da economia pode tornar permanentes aumentos temporários, como os dos alimentos, criando um efeito prolongado sobre os preços.
Mesmo diante dessas dificuldades, o Banco Central reforça seu compromisso com o controle inflacionário, mas busca avaliar com cautela os impactos externos antes de definir novos aumentos na taxa de juros. A instituição também insiste na necessidade de equilíbrio entre as políticas monetária e fiscal, destacando que cortes de gastos pelo governo são fundamentais para evitar aumentos ainda mais agressivos na Selic.
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