terça-feira, 23 de dezembro de 2025

Alexandre de Moraes no centro do debate: entre decisões constitucionais e a disputa de narrativas na imprensa

Ministro Alexandre de Moraes vem sendo alvo de ataques na imprensa que buscam atingir sua integridade moral - Foto de reprodução BBC

Por Marcos Vinicius – Jornal O Folhão

Mídia: O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, tornou-se uma das figuras mais centrais e controversas do cenário político-institucional brasileiro nos últimos anos. Relator de processos sensíveis que envolvem ataques às instituições, tentativas de ruptura democrática e a disseminação organizada de desinformação, Moraes passou a ocupar um espaço permanente no noticiário nacional — não apenas por suas decisões, mas também pelas narrativas construídas em torno delas.

Parte da imprensa tem cumprido seu papel constitucional de informar, contextualizar e fiscalizar os poderes da República. No entanto, cresce a percepção de que determinados veículos, colunistas e comentaristas vêm adotando uma postura menos comprometida com a apuração rigorosa dos fatos e mais alinhada a versões difundidas por atores políticos diretamente atingidos por decisões do STF. Essas narrativas, muitas vezes, colocam em dúvida a integridade moral do ministro, sugerindo excessos ou motivações pessoais, sem a devida sustentação factual.

Alexandre de Moraes atua em processos que investigam crimes graves contra o Estado Democrático de Direito, incluindo articulações golpistas, ataques ao processo eleitoral e o uso de estruturas digitais para minar a confiança da população nas instituições. Suas decisões, gostem ou não a determinados grupos, estão amparadas na Constituição Federal, no ordenamento jurídico vigente e no entendimento colegiado do Supremo Tribunal Federal.

Além disso, o Judiciário, como um todo, tem avançado sobre temas historicamente sensíveis à classe política. Casos relacionados ao uso e à fiscalização de emendas parlamentares, hoje sob forte escrutínio institucional — inclusive com atuação do ministro Flávio Dino —, expõem práticas que há décadas alimentam denúncias de desvios, falta de transparência e uso político de recursos públicos. Esse contexto ajuda a explicar o aumento da tensão entre parte da classe política, setores da opinião pública e o Judiciário.

Para muitos cidadãos ouvidos pela reportagem do Folhão, o ataque recorrente ao ministro não é coincidência. “Quando a Justiça começa a chegar perto de gente poderosa, sempre aparece uma tentativa de desmoralizar quem está julgando”, afirma Maria de Lourdes, aposentada, moradora da Baixada Fluminense. “Eu não vejo perseguição. Vejo alguém cumprindo a lei”, completa.

Já o motorista Carlos Henrique, de 42 anos, avalia que parte da imprensa “repete discursos prontos”. “Tem político que mente descaradamente, mas vira fonte confiável só porque dá entrevista. A imprensa precisa ter mais responsabilidade com quem escolhe ouvir”, critica.

Entre jovens eleitores, o sentimento é semelhante. A estudante de direito Ana Paula Ribeiro, 21 anos, destaca que o debate muitas vezes ignora o conteúdo jurídico das decisões. “Quase ninguém discute o mérito legal. Preferem atacar a pessoa do ministro. Isso empobrece o debate público e confunde a população.

Especialistas em comunicação e democracia alertam que a repetição de narrativas descoladas dos fatos pode gerar descrédito institucional, abrindo espaço para a radicalização e a desinformação. A crítica às decisões judiciais é legítima e necessária em uma democracia, mas ela precisa ser feita com base em fatos, argumentos jurídicos e responsabilidade social — não como instrumento de vingança política ou estratégia de mobilização ideológica.

Em um momento em que o Brasil ainda lida com as consequências de ataques à democracia, o papel da imprensa se torna ainda mais sensível. Informar com equilíbrio, checar versões e contextualizar interesses não é uma opção editorial, mas um dever democrático. Para muitos brasileiros, defender a integridade das instituições — e de seus agentes quando atuam dentro da lei — não é tomar partido, mas preservar o Estado de Direito.

Como resume o comerciante João Batista, 58 anos: “Não é sobre gostar ou não do Alexandre de Moraes. É sobre respeitar a Constituição. Se amanhã for outro ministro fazendo a mesma coisa, a regra tem que ser a mesma.”

A democracia se fortalece quando a crítica é honesta, a informação é responsável e o debate público se baseia em fatos — não em narrativas fabricadas.

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