quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Operação da polícia no Ri de Janeiro deixa um rastro de destruição e sangue nos complexos do Alemão e da Penha

Foto de Arquivo: EBC - Policias civil e militar fazem operação nos complexos do Alemão e da Penha 

Por Cleide Gama 

Na manhã desta terça-feira (28/10/3025), uma das maiores operações integradas das forças de segurança do Rio de Janeiro mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, além de promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do RJ), nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte da capital. A ação, que tinha como principal objetivo o cumprimento de mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV), resultou em um confronto de grandes proporções, deixando quatro policiais mortos — dois militares e dois civis — e oito agentes feridos.

De acordo com informações oficiais, 60 suspeitos foram mortos durante os confrontos, e 81 pessoas foram presas. Entre os presos, há criminosos que vieram de outros estados para apoiar o projeto de expansão territorial da facção, apontado pela investigação como uma tentativa de ampliar o domínio do CV em áreas estratégicas do Rio.

Durante as buscas, as forças de segurança apreenderam 93 fuzis, grandes quantidades de munição e materiais explosivos. Ao longo da operação, 71 ônibus foram usados como barricadas por criminosos, o que interrompeu o transporte público em diversas regiões. Além disso, quatro moradores acabaram atingidos por tiros, aumentando a tensão e a revolta entre os residentes.

Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública classificou a operação como “necessária e de alto risco”, destacando que o enfrentamento ao crime organizado “exige coordenação nacional e apoio mútuo entre os estados”. Um porta-voz do ministério afirmou que “o governo federal acompanha de perto o caso e está à disposição para oferecer suporte logístico e investigativo, inclusive com o uso de tecnologia de inteligência e rastreamento de armamentos”.

Moradores relataram cenas de pânico. “Parecia uma guerra. Acordamos com o som dos tiros e helicópteros sobrevoando bem baixo”, contou Dona Marlene, comerciante da região da Vila Cruzeiro. Outro morador, que preferiu não se identificar, afirmou que “a comunidade está cansada de viver entre o fogo cruzado de bandidos e da polícia”.

Já o secretário estadual de Segurança Pública, em entrevista coletiva, defendeu a operação, afirmando que “a ação foi planejada com base em informações de inteligência e é parte de um esforço contínuo para enfraquecer o poder bélico das facções criminosas”. Ele lamentou as mortes dos agentes, dizendo que “cada policial que cai em combate representa uma perda irreparável para o Estado e para a sociedade”.

A megaoperação segue sendo acompanhada por forças federais e estaduais, e novas diligências devem ocorrer nas próximas horas para localizar criminosos que conseguiram escapar do cerco.


Balanço atualizado da operação:

60 suspeitos mortos

2 policiais militares mortos

2 policiais civis mortos

8 agentes feridos

4 moradores atingidos

81 presos

93 fuzis apreendidos

71 ônibus usados como barricadas

100 mandados de busca e apreensão

A ação, uma das mais violentas do ano, reacende o debate sobre a política de segurança pública no Rio de Janeiro e os limites do enfrentamento armado nas favelas.


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