sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Polícia Civil do RJ vai devolver 1,6 mil celulares recuperados em nova fase da Operação Rastreio

Polícia civil vai devolver 1800 celulares no Rio de Janeiro - Foto de reprodução.


Por Cleide Gama 

Polícia: A Secretaria de Estado da Polícia Civil do Rio de Janeiro (Sepol) planeja devolver, na próxima terça-feira (18), cerca de 1.600 celulares que haviam sido roubados ou furtados, agora restituídos aos seus legítimos donos. Esse movimento faz parte de mais uma etapa da Operação Rastreio, ação contínua da corporação para desmantelar redes criminosas que atuam no roubo, furto e receptação de aparelhos.

As vítimas já estão sendo notificadas por ligação ou mensagem via WhatsApp — sempre por números oficiais das delegacias — para comparecer a pontos previamente estabelecidos para a entrega dos aparelhos.

Desde o começo da operação, mais de 10 mil celulares foram recuperados, e aproximadamente 2,8 mil já foram devolvidos aos donos legítimos. Além disso, só entre os dias 22 e 23 de outubro, durante o “Dia D” da Operação Rastreio, mais de 270 pessoas foram presas e 4,1 mil aparelhos foram apreendidos, segundo a Polícia Civil.

Antes, em julho, a polícia tinha realizado uma grande entrega de 1.400 aparelhos devolvidos em diferentes regiões — Cidade da Polícia, Baixada Fluminense e interior do estado.

Na nova fase, a Sepol também enviou mais de 4,2 mil intimações para pessoas que usam celulares suspeitos: elas têm 72 horas para entregar os aparelhos nas delegacias indicadas ou poderão responder criminalmente por receptação.

Desde o início da Operação Rastreio, são mais de 700 prisões relacionadas a esse esquema criminoso.

Além da repressão, a operação busca fomentar a prevenção: a Polícia Civil recomenda que os consumidores comprem celulares apenas em estabelecimentos confiáveis, exijam nota fiscal e desconfie de preços muito baixos. Para facilitar esse processo de checagem, foi criado o aplicativo Celular Seguro RJ, onde qualquer pessoa pode consultar o IMEI do aparelho e verificar se há restrições registradas.


Novas informações atualizadas:

De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), entre janeiro e maio de 2025 foram registrados 10.879 roubos e 19.257 furtos de celulares no Estado do RJ, um crescimento de quase 30% para os roubos na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Na intimação por WhatsApp, segundo a Polícia Civil, muitos destinatários são orientados a devolver os aparelhos em delegacias para evitar responder por receptação — há entendimento por parte da corporação de que, se a pessoa devolver dentro do prazo, isso demonstra boa-fé.

A Sepol informa que todos os celulares recuperados passam por perícia antes de serem restituídos, para garantir que sejam devolvidos aos proprietários corretos.

A Operação Rastreio segue ativa, com investigações em curso e novas ações de fiscalização previstas para os próximos meses.


Palavras-chave: Operação Rastreio, Polícia Civil RJ, celulares recuperados, restituição, roubo de celular, receptação, IMEI, segurança pública.

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“Operação Contenção” avança e prende vereador em flagrante durante ação contra o Comando Vermelho na Baixada Fluminense

Medicamentos controlados foram apreendidos com o vereador Marcos Aquino. SJM (Republicanos) além de uma arma não registrada  – Foto: Reprodução

Por Marcelo Procópio 

Polícia: Na manhã desta sexta-feira (14/11/2025), as polícias Civil e Militar deflagraram mais uma fase da Operação Contenção, desta vez no município de São João de Meriti (Baixada Fluminense), com atuação concentrada nas localidades da Bacia do Éden, do Castelinho e adjacências. 

A operação, que resulta de cerca de 11 meses de investigação da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Capital (DRE-CAP), cumpre mandados de prisão temporária (16) e de busca e apreensão (33) em comunidades sob influência do Comando Vermelho, com o objetivo de conter sua expansão territorial na região. 

Até o momento, foram confirmadas oito prisões nessa etapa da ação. Durante as diligências, também foram apreendidas duas pistolas e uma carga de drogas, segundo a nota oficial da polícia. 

Um dos detidos é o vereador Marcos Henrique Matos de Aquino (Republicanos-RJ), eleito com 7.975 votos na última eleição municipal, sendo o mais votado de São João de Meriti. Ele não era alvo direto da operação, mas compareceu ao local onde os agentes cumpriam mandados — por haver vínculo com o investigado principal, seu irmão Luiz Paulo Matos de Aquino, que até o momento não foi localizado. 

No veículo oficial da Câmara Municipal em que o vereador chegou, os policiais encontraram uma pistola calibre .380 municiada, sem registro no Sistema Nacional de Armas, e caixas de medicamentos controlados — entre eles antidepressivo (Fusor), antipsicótico (Zargos), antiepilético (Frontlev), analgésico/anti-inflamatório (Algelive) e medicamento para dor aguda (Totti). 

Em seu depoimento, o vereador declarou que a arma pertenceria a um suposto segurança da família que “teria deixado com ele”. Até agora, esse segurança não se apresentou à polícia. A defesa do parlamentar afirma que a detenção é “injusta” e que há motivação política na ação. 

Segundo o delegado-adjunto da DRE-CAP, Paulo Saback, a arma não estaria registrada, o que configura crime sujeito a pagamento de fiança. A investigação seguirá para apurar origem da arma, dos medicamentos e eventual tipificação de outros crimes. 

Além do aspecto político-parlamentar, a operação está inserida em uma ofensiva mais ampla contra o Comando Vermelho após a fase inicial da Operação Contenção que, em 28 de outubro, resultou em 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão — episódio considerado o mais letal da história policial do estado. 


Importância e impacto local:

A atuação em São João de Meriti reforça a estratégia de contenção da facção na Baixada Fluminense, uma das regiões mais vulneráveis à expansão de grupos criminosos no estado do Rio de Janeiro.

A detenção de um agente político com foro privilegiado ou visibilidade eleitoral amplia a repercussão da operação e coloca foco em vínculos entre poder local e organização criminosa.

A apreensão de medicamentos controlados sugere investigar também o eventual uso irregular de remédios psicotrópicos e antiepiléticos, além da dificuldade de rastreio desse tipo de substância em contexto de criminalidade organizada.


Próximos passos da investigação:

Localização e prisão do irmão do vereador, Luiz Paulo Matos de Aquino, considerado alvo da investigação.

Perícia nos medicamentos apreendidos para identificar origem, lote, receptor e uso, com finalidade de possível tipificação de crime de tráfico de medicamentos ou associação.

Rastreio da arma apreendida: verificação de cadeia de custódia, registro no sistema nacional, e possível tipificação de crime de porte ilegal de arma mesmo que seja de “uso permitido”.

Identificação de bens patrimoniais com origem suspeita para eventual bloqueio e responsabilização.

Monitoramento da evolução da influência do Comando Vermelho na região e cumprimento dos demais mandados (busca e prisão) programados para esta fase.



Palavras-chave: Operação Contenção, Comando Vermelho, São João de Meriti, Baixada Fluminense, vereadora prisões, DRE-CAP, CORE, BOPE, arma ilegal, medicamentos controlados


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Duque de Caxias Estabelece Critérios para Fortalecer o Combate à Fome e Garantir o Direito à Alimentação

Foto de Arquivo: Mercado do produtor de Duque de Caxias (Fonte: Jornal O Dia)

Por Marcelo Procópio 

Segurança Alimentar: O Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional de Duque de Caxias (CONSEA-DC) deu um passo muito importante para ajudar na organização e no fortalecimento das ações de combate à fome no município. Com a Resolução nº 01/2025, publicada em 09 de julho, o conselho estabelece os critérios e a metodologia para emissão de uma declaração que comprova a idoneidade e a competência de instituições que atuam na promoção do Direito Humano à Alimentação Adequada e à Nutrição (DHAAN).

Este dispositivo legal é fundamental para dar transparência e confiança às parcerias e ao acesso a editais públicos, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), no qual as instituições certificadas poderão atuar como unidades recebedoras. A medida visa garantir que os recursos públicos e doações sejam direcionados a organizações sérias e com capacidade comprovada de execução, maximizando o impacto social das políticas de segurança alimentar.


Como Funciona a Certificação

A resolução detalha um processo seletivo para as instituições interessadas. São elegíveis organizações da sociedade civil, sem fins lucrativos, legalmente constituídas há mais de um ano e com sede em Duque de Caxias. Entre elas, estão incluídas associações de moradores, creches comunitárias, cozinhas solidárias e entidades religiosas.


O processo envolve:

1. Análise Documental: Apresentação de CNPJ, ata de eleição da diretoria, estatuto e comprovante de atividades relacionadas à segurança alimentar.

2. Participação Social: A instituição deve demonstrar envolvimento com as reuniões do CONSEA-DC e eventos do setor no município.

3. Visita In Loco: Uma comissão formada por conselheiros (2/3 da sociedade civil e 1/3 do poder público) visitará a organização para conhecer sua estrutura e o trabalho desenvolvido.

Após a análise, que terá um prazo de até 60 dias, a declaração é emitida com validade de 24 meses. Instituições que tiverem o certificado negado podem recorrer da decisão.


A Importância do CONSEA-DC e o Cenário da Fome

O trabalho do Conselho Municipal de Segurança Alimentar é estratégico. Ele é a instância oficial de controle social das políticas de alimentação no município, incluindo o PAA e o Programa Cozinha Solidária. A nova resolução fortalece o papel do conselho, conferindo-lhe um instrumento concreto para mapear, orientar e qualificar a rede de assistência alimentar em Duque de Caxias.

A iniciativa é especialmente relevante diante do preocupante cenário nacional de insegurança alimentar. Segundo dados recentes da Rede PENSSAN (2023), no biênio 2022-2023:

· 33,1 milhões de pessoas passam fome no Brasil (o equivalente a 15,5% da população).

· Mais da metade da população (55,2%) vive em algum grau de insegurança alimentar (leve, moderada ou grave).

No estado do Rio de Janeiro, a situação também é crítica. Dados da Fundação Getulio Vargas (FGV Social) com base na PNAD Contínua (2024) apontam que a fome atinge 12,8% da população fluminense, um dos índices mais altos das regiões Sul e Sudeste. Neste contexto, a atuação coordenada e regulada de entidades locais torna-se uma ferramenta vital para mitigar os efeitos da fome na população mais vulnerável de Duque de Caxias.


Transparência e Fortalecimento da Sociedade Civil

Ao criar regras claras, a resolução não só protege o erário público, direcionando-o para instituições capacitadas, mas também valoriza o trabalho das organizações comunitárias que historicamente atuam na linha de frente do combate à fome. A certificação serve como um selo de qualidade, abrindo portas para novas parcerias e recursos.

A implementação da Resolução 01/2025 representa um avanço na gestão pública municipal, alinhando Duque de Caxias aos princípios do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) e demonstrando um compromisso prático com a garantia do Direito Humano à Alimentação Adequada, um direito constitucional fundamental para a dignidade e o desenvolvimento de toda a população.


Serviço:

As instituições interessadas em obter a declaração devem entrar em contato com o CONSEA-DC através do e-mail:conseacaxias@gmail.com. O conselho está localizado na Rua Souza Renha, nº 09 - Parque Santa Marta, Duque de Caxias.


Palavras-chave: Segurança Alimentar, Direito Humano à Alimentação, CONSEA-DC, Combate à Fome, Duque de Caxias, PAA, Cozinha Solidária, Insegurança Alimentar, Política Pública.


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quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Plantação de maconha em Nova Friburgo expõe nova rota do cultivo ilegal na serra fluminense

Foto de mudas de maconha apreendidas em operações da polícia civil na região de Nova Friburgo 

Por Cleide Gama

Polícia: A tranquilidade de Nova Friburgo, na Região Serrana do Rio, vem sendo abalada por uma série de operações policiais que revelaram um cenário inesperado: o avanço do cultivo ilegal de maconha em áreas rurais do município, especialmente nas localidades de Galdinópolis e Lumiar.

Nos últimos meses, a Polícia Civil e a Polícia Militar apreenderam centenas de pés de maconha em estufas equipadas com iluminação artificial, ventilação e sistemas de irrigação sofisticados — estrutura semelhante à usada em plantações industriais. Em uma das ações mais recentes, cerca de 500 pés da planta foram encontrados em um sítio de difícil acesso, além de produtos derivados como óleo de cannabis e haxixe.

De acordo com o delegado responsável pela 151ª DP de Nova Friburgo, as investigações apontam para um novo perfil de traficante, mais técnico e discreto, que atua longe dos grandes centros urbanos.

Estamos observando uma mudança de estratégia. Os criminosos buscam locais afastados, aproveitando a geografia e o clima favorável da serra para produzir em larga escala sem chamar atenção”, explicou o delegado.

A situação também preocupa moradores das regiões afetadas. O agricultor João Batista, de 62 anos, morador de Galdinópolis, conta que o sentimento é de insegurança:

Aqui sempre foi um lugar tranquilo, de famílias antigas. Agora a gente vê a polícia subindo toda hora, helicóptero, viatura… É triste ver isso acontecer tão perto da gente.”

Por outro lado, especialistas em políticas de drogas defendem que o debate precisa ir além da repressão. A professora e pesquisadora da UERJ, Dra. Marina Vasconcellos, ressalta que o tema exige uma abordagem equilibrada:

Essas apreensões mostram que há uma demanda crescente pelo uso da cannabis, seja medicinal ou recreativo. Sem uma regulamentação mais clara, o cultivo clandestino tende a crescer. O caminho é discutir o tema com base em evidências científicas e políticas públicas, não apenas na criminalização.”

Entre os jovens, a curiosidade e o debate sobre o uso da maconha também ganham força. Um estudante de 20 anos, que preferiu não se identificar, comentou:

Muita gente aqui vê a cannabis como algo natural, mas poucos sabem das consequências legais. O problema é que não há informação suficiente — só medo e repressão.”

Enquanto a Justiça e o Congresso ainda discutem os limites do uso medicinal e as propostas de legalização, Nova Friburgo se torna um retrato das contradições brasileiras: entre a repressão e a necessidade de um debate mais maduro sobre drogas.

Por ora, as autoridades prometem intensificar as operações na serra fluminense, enquanto a sociedade tenta entender o que há por trás das estufas escondidas no verde das montanhas.


sexta-feira, 7 de novembro de 2025

“Os Donos do Jogo” expõe bastidores do poder paralelo e reacende debate sobre a realidade do crime no Rio

 

Foto de divulgação 

Por Cleide Gama 

Ficção: A nova minissérie brasileira da Netflix, Os Donos do Jogo, vem provocando grande repercussão desde sua estreia. Em apenas 10 episódios, a produção apresenta uma narrativa de ficção inspirada em estruturas de poder, violência e alianças que cercam o jogo do bicho no Rio de Janeiro — tema que, há décadas, levanta discussões sobre crime organizado, corrupção e influência política na cidade.

Na trama, personagens centrais disputam territórios, negociam acordos nos bastidores e mantêm relações com figuras públicas, inclusive policiais e políticos, para garantir proteção e domínio comercial. Em vários momentos, os roteiristas fazem referências simbólicas a episódios históricos conhecidos do carioca, como confrontos entre “chefes do jogo”, prisões espetaculares, execuções silenciosas e — principalmente — a convivência naturalizada entre o ilegal e o institucional.

Não é difícil ao espectador lembrar de fatos reais, como os muitos assassinatos noticiados em função de conflitos na contravenção e as investigações que atingiram figuras de destaque, dentre bicheiros, no Rio ao longo das últimas quatro décadas. A série também flerta com o tema da lavagem de dinheiro usando eventos, clubes esportivos e agremiações carnavalescas — um assunto que já fez parte de inúmeras pesquisas jornalísticas e reportagens televisivas no país.

A repercussão nas redes sociais não demorou. Quem assistiu aos 10 episódios comenta que a série cria uma atmosfera “incômoda” pela semelhança com o noticiário do dia a dia.

Parece que estou vendo a história do Rio sendo contada com nomes trocados”, disse um espectador em grupos de debate sobre política e crimes.

Outra telespectadora declarou que a série funciona como uma “aula não oficial” sobre como o poder paralelo se estrutura: “Eles mostram exatamente como o crime se perpetua. Não é só violência, é articulação. E isso é exatamente o que vemos nas reportagens e nos processos judiciais”.

Há quem afirme ainda que a série deve abrir caminho para mais produções que abordem o crime no Rio de forma menos caricata e mais próxima dos bastidores reais.

Para os especialistas, esse tipo de dramaturgia tem potencial de provocar reflexão pública: sobre até que ponto os limites entre ficção e realidade, quando o tema é o jogo do bicho, realmente existem. O debate está lançado — e Os Donos do Jogo já se posiciona como uma das séries brasileiras mais comentadas do ano.


quinta-feira, 6 de novembro de 2025

COP30 em Belém: Lula cobra ação global urgente e diz que “tempo está acabando” para salvar o planeta

Luís Inácio Lula da Silva na abertura da COP 30

Por Rita Rocha 

Meio ambiente: Na manhã desta quinta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez o discurso de abertura da Cúpula de Líderes da COP30, em Belém do Pará — cidade que pela primeira vez na história recebe uma conferência dessa magnitude no coração vivo da Amazônia. Lula afirmou que guerras, disputas geopolíticas e o avanço de propaganda extremista estão desviando o foco mundial do que realmente importa: evitar o colapso climático.

Segundo o presidente, enquanto países ricos gastam trilhões com armamentos e novos arsenais, a ciência continua alertando que o planeta segue em rota crítica de aumento de temperatura. Dados recentes do Programa da ONU para o Meio Ambiente apontam que, mantida a tendência atual, o mundo pode chegar ao fim do século com +2,5ºC, causando impactos econômicos, sociais e sanitários sem precedentes. Estimativas apontam possível retração de até 30% do PIB global e mais de 250 mil mortes extras ao ano por eventos climáticos extremos.

Lula criticou também o negacionismo e a fabricação de narrativas falsas que distorcem o debate ambiental para gerar vantagem eleitoral. Segundo ele, governos, empresas e cidadãos precisam reconhecer que além de “emissões” e “gigatoneladas de CO₂”, o que está em jogo é o drama concreto das pessoas — que sofrem com enchentes, secas recordes, queimadas, falta de água potável e aumento do custo dos alimentos.

O presidente ressaltou que a discussão agora se concentra em financiamento. Em 2024, na COP do Azerbaijão, ficou pactuado que os países desenvolvidos deverão liderar a mobilização anual de US$ 300 bilhões até 2035 — número que está longe do mínimo necessário. Brasil e Azerbaijão deverão apresentar o caminho para chegar à meta ideal de US$ 1,3 trilhão por ano — o que pode envolver perdão de dívidas, crédito climático, fundos soberanos verdes e novas fontes globais de arrecadação.

Lula declarou que já passou da hora de abandonar combustíveis fósseis e parar o desmatamento, lembrando que a primeira grande publicação científica alertando para o aquecimento global é de 1988, ou seja, há mais de 35 anos. Mesmo assim, o mundo só começou a admitir o problema recentemente. Para o presidente, a COP30 deve ser o “momento da verdade” — quando os acordos deixam de ser apenas diplomacia e começam a virar execução real.

Ele também destacou a força simbólica de realizar esse encontro no meio da Amazônia — onde vivem milhões de brasileiros e centenas de povos indígenas, que convivem diariamente com o desafio de desenvolver e preservar ao mesmo tempo. E pontuou que o mundo precisa responder: o que está sendo feito de fato para evitar o colapso do maior bioma tropical do planeta?

No fim do discurso, Lula agradeceu os trabalhadores que dedicaram semanas para montar a estrutura da conferência em tempo recorde. E afirmou que Belém estará no centro das decisões multilaterais de 2025 — um ano que pode redefinir o futuro do planeta.

Nota adicional / nova informação contextual inserida: – O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) já publicou estudos que indicam que, se o aquecimento ultrapassar 1,5ºC, mais de 90% dos recifes de coral do mundo podem desaparecer, e o risco de escassez hídrica para mais de 3 bilhões de pessoas pode aumentar drasticamente.




PF DESMONTA CÉLULA CRIMINOSA FORMADA POR AGENTES FEDERAIS – Empresário é preso com armas e carro blindado no Rio

Foto de Arquivo: Policiais militantes e federais estavam envolvidos no esquema 

Por Rita Rocha

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (06), uma operação que revelou um esquema criminoso dentro da própria estrutura institucional do órgão. Durante a ação — batizada de Mundemus, termo em latim que significa “vamos limpar” ou “purifiquemos” — um empresário foi preso em flagrante e quatro agentes de segurança pública passaram a ser alvo de medidas restritivas, incluindo três policiais federais (dois aposentados e um da ativa) e um policial militar.

As investigações apontam que os suspeitos utilizavam instalações e recursos ligados à Superintendência da PF no Rio de Janeiro como base para extorsão. O grupo exigia pagamentos mensais de um empresário em troca de não instaurar inquérito contra ele. Para reforçar a simulação de “proteção institucional”, os investigados chegaram a fornecer crachás, distintivos e identificação falsificada, permitindo que o empresário se passasse por agente federal.

Durante as diligências na casa do empresário, em Jacarepaguá, Zona Oeste da cidade, os investigadores apreenderam armas, munições, símbolos falsificados da PF e até um veículo blindado equipado com dispositivo sonoro de sirene e giroflex, um aparato digno de viaturas oficiais. A prisão em flagrante ocorreu também pela posse ilegal de armamento.

Outros mandados de busca foram cumpridos na Barra da Tijuca, Penha e Tijuca, além de endereços em Niterói, ligados ao PM investigado. Além do afastamento imediato das funções, os agentes tiveram aplicadas medidas cautelares como entrega de armamento pessoal, proibição de deixar o país e impedimento de manter contato entre si. Eles estão sendo enquadrados por organização criminosa, extorsão com agravante, falsidade ideológica, uso indevido de símbolos públicos e quebra de sigilo funcional.

A origem dessa nova investigação surgiu a partir de cruzamento de provas obtidas na Operação Cash Courier, deflagrada em março deste ano, que desarticulou um grupo responsável por tráfico internacional de armas — também liderado por um ex-policial federal.

A operação desta quinta-feira contou com apoio do Ministério Público Federal e da Corregedoria da Polícia Militar. Fontes internas afirmam que novas diligências não estão descartadas, e que o esquema pode ter ramificações com agentes de outros estados.

Extraoficialmente, investigadores avaliam que o caso expõe, novamente, o esforço das corregedorias em fechar o cerco contra infiltração de quadrilhas dentro das forças de segurança, um fenômeno que tem crescido com a profissionalização de organizações criminosas que buscam legitimidade e proteção usando o aparato estatal de forma clandestina.


quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Operação da polícia no Ri de Janeiro deixa um rastro de destruição e sangue nos complexos do Alemão e da Penha

Foto de Arquivo: EBC - Policias civil e militar fazem operação nos complexos do Alemão e da Penha 

Por Cleide Gama 

Na manhã desta terça-feira (28/10/3025), uma das maiores operações integradas das forças de segurança do Rio de Janeiro mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, além de promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do RJ), nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte da capital. A ação, que tinha como principal objetivo o cumprimento de mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV), resultou em um confronto de grandes proporções, deixando quatro policiais mortos — dois militares e dois civis — e oito agentes feridos.

De acordo com informações oficiais, 60 suspeitos foram mortos durante os confrontos, e 81 pessoas foram presas. Entre os presos, há criminosos que vieram de outros estados para apoiar o projeto de expansão territorial da facção, apontado pela investigação como uma tentativa de ampliar o domínio do CV em áreas estratégicas do Rio.

Durante as buscas, as forças de segurança apreenderam 93 fuzis, grandes quantidades de munição e materiais explosivos. Ao longo da operação, 71 ônibus foram usados como barricadas por criminosos, o que interrompeu o transporte público em diversas regiões. Além disso, quatro moradores acabaram atingidos por tiros, aumentando a tensão e a revolta entre os residentes.

Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública classificou a operação como “necessária e de alto risco”, destacando que o enfrentamento ao crime organizado “exige coordenação nacional e apoio mútuo entre os estados”. Um porta-voz do ministério afirmou que “o governo federal acompanha de perto o caso e está à disposição para oferecer suporte logístico e investigativo, inclusive com o uso de tecnologia de inteligência e rastreamento de armamentos”.

Moradores relataram cenas de pânico. “Parecia uma guerra. Acordamos com o som dos tiros e helicópteros sobrevoando bem baixo”, contou Dona Marlene, comerciante da região da Vila Cruzeiro. Outro morador, que preferiu não se identificar, afirmou que “a comunidade está cansada de viver entre o fogo cruzado de bandidos e da polícia”.

Já o secretário estadual de Segurança Pública, em entrevista coletiva, defendeu a operação, afirmando que “a ação foi planejada com base em informações de inteligência e é parte de um esforço contínuo para enfraquecer o poder bélico das facções criminosas”. Ele lamentou as mortes dos agentes, dizendo que “cada policial que cai em combate representa uma perda irreparável para o Estado e para a sociedade”.

A megaoperação segue sendo acompanhada por forças federais e estaduais, e novas diligências devem ocorrer nas próximas horas para localizar criminosos que conseguiram escapar do cerco.


Balanço atualizado da operação:

60 suspeitos mortos

2 policiais militares mortos

2 policiais civis mortos

8 agentes feridos

4 moradores atingidos

81 presos

93 fuzis apreendidos

71 ônibus usados como barricadas

100 mandados de busca e apreensão

A ação, uma das mais violentas do ano, reacende o debate sobre a política de segurança pública no Rio de Janeiro e os limites do enfrentamento armado nas favelas.


segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Novo Aplicativo de Transporte Conecta Passageiros e Causas Sociais em Uma Única Viagem

Foto de Arquivo: Rota Fixa o aplicativo de transportes de passageiros que vem se tornando o queridinho do Rio 

Por Marcos Vinicius 

Um novo aplicativo de mobilidade urbana está chegou para transformar não apenas a forma como as pessoas se deslocam, mas também o impacto que cada viagem pode ter na comunidade. Chamado "Rota Fixa", o app vai além de conectar motoristas e passageiros, destinando parte de sua renda para apoiar projetos sociais de entidades do terceiro setor. A proposta é simples: cada corrida vira uma doação para iniciativas voltadas para educação, meio ambiente, desenvolvimento social e combate à fome.

A ideia surgiu da percepção de que a tecnologia pode ser uma grande aliada da solidariedade. Os usuários poderão, através dos canais de relacionamento, escolher qual área desejam apoiar naquele momento. Seja contribuindo para a compra de material escolar para crianças, para o reflorestamento de uma área verde, para a profissionalização de jovens ou para o apoio as cozinhas solidárias ou até mesmo para a compra de cestas básicas, a decisão fica na palma da mão de quem está viajando.

A população já demonstra entusiasmo com a novidade. "A gente já precisa pegar um transporte todo dia. Se eu puder fazer isso e ainda saber que estou ajudando, mesmo que um pouquinho, uma entidade carente, é fantástico. É como se a minha corrida do dia a dia ganhasse um propósito a mais", comenta Maria Silva, diarista de 45 anos.

Para João Pedro, estudante universitário, a iniciativa é um diferencial. "Hoje em dia a gente compara preço e tempo nos apps, mas a proposta do Rota Fixa me fez repensar. Saber que uma parte do que eu pago vai para um projeto social me faz escolher com o coração, não só com a carteira. É uma pequena ação que, se todo fizer, vira uma grande mudança", opina.

O Rota Fixa promete tarifas competitivas, cobrança de taxas menores para os motoristas e a mesma praticidade dos aplicativos tradicionais, mas com a missão clara de gerar um impacto social positivo. As entidades beneficiadas serão selecionadas por um comitê de especialistas e terão sua prestação de contas auditada, garantindo transparência no uso dos recursos. A expectativa é que, com a adesão dos usuários, o aplicativo se torne uma ferramenta poderosa de financiamento coletivo para quem mais precisa, transformando trajetos cotidianos em rotas de esperança e desenvolvimento para toda a sociedade.

Mais informações sobre o aplicativo podem ser obtidas no site da empresa: rotafixa.com.br


Divulgação:



sábado, 18 de outubro de 2025

Polícia apreende número recorde de fuzis no Rio de Janeiro e alerta para avanço de fábricas clandestinas no país

Apreensão de armas de guerra vem crescendo em várias regiões de Brasil 

Por Marcelo Procópio 

O Brasil vive um momento alarmante no combate ao tráfico de armas. Somente no estado do Rio de Janeiro, as forças de segurança apreenderam mais de 600 fuzis desde o início do ano — o maior número já registrado em um mesmo período, segundo dados da Polícia Civil e da Polícia Militar.

As apreensões recordes refletem uma realidade preocupante: o aumento do poder bélico das facções criminosas e milícias, que atuam em diferentes regiões do país e têm acesso a armamentos de alto calibre, muitos deles de uso restrito das Forças Armadas.


Armas de guerra nas mãos do crime

De acordo com as investigações, muitas das armas apreendidas são de fabricação estrangeira, mas uma parte crescente vem sendo produzida em oficinas e fábricas clandestinas instaladas em território nacional. Essas estruturas ilegais têm sido descobertas não apenas no Rio, mas também em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Paraná e Bahia.

Essas fábricas operam com equipamentos de precisão e impressoras 3D, capazes de montar fuzis e pistolas a partir de peças avulsas, o que dificulta o rastreamento e favorece o comércio ilegal. “É uma nova fase do crime organizado, que já não depende apenas do contrabando. Agora, produz suas próprias armas”, explica um delegado da Divisão de Armas, Munições e Explosivos (DAME), sob condição de anonimato.


Operações integradas e inteligência policial

A Polícia Federal e as Secretarias Estaduais de Segurança Pública têm intensificado operações conjuntas com apoio da Força Nacional e da Receita Federal, que monitora rotas de entrada de armamentos e insumos via fronteiras terrestres e portos marítimos.

Somente nos últimos três meses, foram desmanteladas 11 fábricas clandestinas em diferentes estados e apreendidos milhares de componentes utilizados na montagem de fuzis automáticos.

O secretário de Segurança do Rio, Victor Santos, destacou que a apreensão de 600 fuzis é “um marco positivo, mas também um alerta sobre a dimensão do problema”. Segundo ele, a maior parte dessas armas estava destinada a grupos ligados ao tráfico de drogas e milícias armadas na capital e na Baixada Fluminense.


Rota do crime e desafios da repressão

As investigações indicam que parte das armas entra no Brasil por rotas que passam pelo Paraguai e Bolívia, com destino final aos grandes centros urbanos. Outra parcela, segundo os órgãos de segurança, é montada em oficinas locais e vendida pela internet, usando plataformas clandestinas e criptomoedas para dificultar o rastreamento financeiro.

Especialistas alertam que o avanço do armamento pesado no país exige uma ação coordenada de inteligência, controle de fronteiras e rastreamento tecnológico. “O crime evoluiu, e o Estado precisa evoluir junto. A guerra das armas não se vence apenas com apreensões, mas com investigação e controle de origem”, afirma o sociólogo Rafael Almeida, especialista em segurança pública.


Governo busca endurecer leis

O Ministério da Justiça anunciou que está elaborando um pacote de medidas para endurecer a fiscalização e punir a fabricação clandestina de armas, além de propor a criação de um banco de dados nacional integrado entre as polícias estaduais e a Polícia Federal.

O governo também estuda regras mais rígidas para o comércio de peças e componentes de armas, um dos principais gargalos que permitem o funcionamento das fábricas ilegais.

Enquanto isso, as forças de segurança seguem nas ruas — e nos laboratórios — combatendo um inimigo cada vez mais sofisticado, que transforma o país em campo de batalha de uma guerra silenciosa e permanente.



📍 Rio de Janeiro, outubro de 2025

📊 Fontes: Polícia Civil, Polícia Militar, Ministério da Justiça, Agência Brasil, PF, DAME

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