sexta-feira, 7 de novembro de 2025

“Os Donos do Jogo” expõe bastidores do poder paralelo e reacende debate sobre a realidade do crime no Rio

 

Foto de divulgação 

Por Cleide Gama 

Ficção: A nova minissérie brasileira da Netflix, Os Donos do Jogo, vem provocando grande repercussão desde sua estreia. Em apenas 10 episódios, a produção apresenta uma narrativa de ficção inspirada em estruturas de poder, violência e alianças que cercam o jogo do bicho no Rio de Janeiro — tema que, há décadas, levanta discussões sobre crime organizado, corrupção e influência política na cidade.

Na trama, personagens centrais disputam territórios, negociam acordos nos bastidores e mantêm relações com figuras públicas, inclusive policiais e políticos, para garantir proteção e domínio comercial. Em vários momentos, os roteiristas fazem referências simbólicas a episódios históricos conhecidos do carioca, como confrontos entre “chefes do jogo”, prisões espetaculares, execuções silenciosas e — principalmente — a convivência naturalizada entre o ilegal e o institucional.

Não é difícil ao espectador lembrar de fatos reais, como os muitos assassinatos noticiados em função de conflitos na contravenção e as investigações que atingiram figuras de destaque, dentre bicheiros, no Rio ao longo das últimas quatro décadas. A série também flerta com o tema da lavagem de dinheiro usando eventos, clubes esportivos e agremiações carnavalescas — um assunto que já fez parte de inúmeras pesquisas jornalísticas e reportagens televisivas no país.

A repercussão nas redes sociais não demorou. Quem assistiu aos 10 episódios comenta que a série cria uma atmosfera “incômoda” pela semelhança com o noticiário do dia a dia.

Parece que estou vendo a história do Rio sendo contada com nomes trocados”, disse um espectador em grupos de debate sobre política e crimes.

Outra telespectadora declarou que a série funciona como uma “aula não oficial” sobre como o poder paralelo se estrutura: “Eles mostram exatamente como o crime se perpetua. Não é só violência, é articulação. E isso é exatamente o que vemos nas reportagens e nos processos judiciais”.

Há quem afirme ainda que a série deve abrir caminho para mais produções que abordem o crime no Rio de forma menos caricata e mais próxima dos bastidores reais.

Para os especialistas, esse tipo de dramaturgia tem potencial de provocar reflexão pública: sobre até que ponto os limites entre ficção e realidade, quando o tema é o jogo do bicho, realmente existem. O debate está lançado — e Os Donos do Jogo já se posiciona como uma das séries brasileiras mais comentadas do ano.


quinta-feira, 6 de novembro de 2025

COP30 em Belém: Lula cobra ação global urgente e diz que “tempo está acabando” para salvar o planeta

Luís Inácio Lula da Silva na abertura da COP 30

Por Rita Rocha 

Meio ambiente: Na manhã desta quinta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez o discurso de abertura da Cúpula de Líderes da COP30, em Belém do Pará — cidade que pela primeira vez na história recebe uma conferência dessa magnitude no coração vivo da Amazônia. Lula afirmou que guerras, disputas geopolíticas e o avanço de propaganda extremista estão desviando o foco mundial do que realmente importa: evitar o colapso climático.

Segundo o presidente, enquanto países ricos gastam trilhões com armamentos e novos arsenais, a ciência continua alertando que o planeta segue em rota crítica de aumento de temperatura. Dados recentes do Programa da ONU para o Meio Ambiente apontam que, mantida a tendência atual, o mundo pode chegar ao fim do século com +2,5ºC, causando impactos econômicos, sociais e sanitários sem precedentes. Estimativas apontam possível retração de até 30% do PIB global e mais de 250 mil mortes extras ao ano por eventos climáticos extremos.

Lula criticou também o negacionismo e a fabricação de narrativas falsas que distorcem o debate ambiental para gerar vantagem eleitoral. Segundo ele, governos, empresas e cidadãos precisam reconhecer que além de “emissões” e “gigatoneladas de CO₂”, o que está em jogo é o drama concreto das pessoas — que sofrem com enchentes, secas recordes, queimadas, falta de água potável e aumento do custo dos alimentos.

O presidente ressaltou que a discussão agora se concentra em financiamento. Em 2024, na COP do Azerbaijão, ficou pactuado que os países desenvolvidos deverão liderar a mobilização anual de US$ 300 bilhões até 2035 — número que está longe do mínimo necessário. Brasil e Azerbaijão deverão apresentar o caminho para chegar à meta ideal de US$ 1,3 trilhão por ano — o que pode envolver perdão de dívidas, crédito climático, fundos soberanos verdes e novas fontes globais de arrecadação.

Lula declarou que já passou da hora de abandonar combustíveis fósseis e parar o desmatamento, lembrando que a primeira grande publicação científica alertando para o aquecimento global é de 1988, ou seja, há mais de 35 anos. Mesmo assim, o mundo só começou a admitir o problema recentemente. Para o presidente, a COP30 deve ser o “momento da verdade” — quando os acordos deixam de ser apenas diplomacia e começam a virar execução real.

Ele também destacou a força simbólica de realizar esse encontro no meio da Amazônia — onde vivem milhões de brasileiros e centenas de povos indígenas, que convivem diariamente com o desafio de desenvolver e preservar ao mesmo tempo. E pontuou que o mundo precisa responder: o que está sendo feito de fato para evitar o colapso do maior bioma tropical do planeta?

No fim do discurso, Lula agradeceu os trabalhadores que dedicaram semanas para montar a estrutura da conferência em tempo recorde. E afirmou que Belém estará no centro das decisões multilaterais de 2025 — um ano que pode redefinir o futuro do planeta.

Nota adicional / nova informação contextual inserida: – O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) já publicou estudos que indicam que, se o aquecimento ultrapassar 1,5ºC, mais de 90% dos recifes de coral do mundo podem desaparecer, e o risco de escassez hídrica para mais de 3 bilhões de pessoas pode aumentar drasticamente.




PF DESMONTA CÉLULA CRIMINOSA FORMADA POR AGENTES FEDERAIS – Empresário é preso com armas e carro blindado no Rio

Foto de Arquivo: Policiais militantes e federais estavam envolvidos no esquema 

Por Rita Rocha

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (06), uma operação que revelou um esquema criminoso dentro da própria estrutura institucional do órgão. Durante a ação — batizada de Mundemus, termo em latim que significa “vamos limpar” ou “purifiquemos” — um empresário foi preso em flagrante e quatro agentes de segurança pública passaram a ser alvo de medidas restritivas, incluindo três policiais federais (dois aposentados e um da ativa) e um policial militar.

As investigações apontam que os suspeitos utilizavam instalações e recursos ligados à Superintendência da PF no Rio de Janeiro como base para extorsão. O grupo exigia pagamentos mensais de um empresário em troca de não instaurar inquérito contra ele. Para reforçar a simulação de “proteção institucional”, os investigados chegaram a fornecer crachás, distintivos e identificação falsificada, permitindo que o empresário se passasse por agente federal.

Durante as diligências na casa do empresário, em Jacarepaguá, Zona Oeste da cidade, os investigadores apreenderam armas, munições, símbolos falsificados da PF e até um veículo blindado equipado com dispositivo sonoro de sirene e giroflex, um aparato digno de viaturas oficiais. A prisão em flagrante ocorreu também pela posse ilegal de armamento.

Outros mandados de busca foram cumpridos na Barra da Tijuca, Penha e Tijuca, além de endereços em Niterói, ligados ao PM investigado. Além do afastamento imediato das funções, os agentes tiveram aplicadas medidas cautelares como entrega de armamento pessoal, proibição de deixar o país e impedimento de manter contato entre si. Eles estão sendo enquadrados por organização criminosa, extorsão com agravante, falsidade ideológica, uso indevido de símbolos públicos e quebra de sigilo funcional.

A origem dessa nova investigação surgiu a partir de cruzamento de provas obtidas na Operação Cash Courier, deflagrada em março deste ano, que desarticulou um grupo responsável por tráfico internacional de armas — também liderado por um ex-policial federal.

A operação desta quinta-feira contou com apoio do Ministério Público Federal e da Corregedoria da Polícia Militar. Fontes internas afirmam que novas diligências não estão descartadas, e que o esquema pode ter ramificações com agentes de outros estados.

Extraoficialmente, investigadores avaliam que o caso expõe, novamente, o esforço das corregedorias em fechar o cerco contra infiltração de quadrilhas dentro das forças de segurança, um fenômeno que tem crescido com a profissionalização de organizações criminosas que buscam legitimidade e proteção usando o aparato estatal de forma clandestina.


quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Operação da polícia no Ri de Janeiro deixa um rastro de destruição e sangue nos complexos do Alemão e da Penha

Foto de Arquivo: EBC - Policias civil e militar fazem operação nos complexos do Alemão e da Penha 

Por Cleide Gama 

Na manhã desta terça-feira (28/10/3025), uma das maiores operações integradas das forças de segurança do Rio de Janeiro mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, além de promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do RJ), nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte da capital. A ação, que tinha como principal objetivo o cumprimento de mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV), resultou em um confronto de grandes proporções, deixando quatro policiais mortos — dois militares e dois civis — e oito agentes feridos.

De acordo com informações oficiais, 60 suspeitos foram mortos durante os confrontos, e 81 pessoas foram presas. Entre os presos, há criminosos que vieram de outros estados para apoiar o projeto de expansão territorial da facção, apontado pela investigação como uma tentativa de ampliar o domínio do CV em áreas estratégicas do Rio.

Durante as buscas, as forças de segurança apreenderam 93 fuzis, grandes quantidades de munição e materiais explosivos. Ao longo da operação, 71 ônibus foram usados como barricadas por criminosos, o que interrompeu o transporte público em diversas regiões. Além disso, quatro moradores acabaram atingidos por tiros, aumentando a tensão e a revolta entre os residentes.

Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública classificou a operação como “necessária e de alto risco”, destacando que o enfrentamento ao crime organizado “exige coordenação nacional e apoio mútuo entre os estados”. Um porta-voz do ministério afirmou que “o governo federal acompanha de perto o caso e está à disposição para oferecer suporte logístico e investigativo, inclusive com o uso de tecnologia de inteligência e rastreamento de armamentos”.

Moradores relataram cenas de pânico. “Parecia uma guerra. Acordamos com o som dos tiros e helicópteros sobrevoando bem baixo”, contou Dona Marlene, comerciante da região da Vila Cruzeiro. Outro morador, que preferiu não se identificar, afirmou que “a comunidade está cansada de viver entre o fogo cruzado de bandidos e da polícia”.

Já o secretário estadual de Segurança Pública, em entrevista coletiva, defendeu a operação, afirmando que “a ação foi planejada com base em informações de inteligência e é parte de um esforço contínuo para enfraquecer o poder bélico das facções criminosas”. Ele lamentou as mortes dos agentes, dizendo que “cada policial que cai em combate representa uma perda irreparável para o Estado e para a sociedade”.

A megaoperação segue sendo acompanhada por forças federais e estaduais, e novas diligências devem ocorrer nas próximas horas para localizar criminosos que conseguiram escapar do cerco.


Balanço atualizado da operação:

60 suspeitos mortos

2 policiais militares mortos

2 policiais civis mortos

8 agentes feridos

4 moradores atingidos

81 presos

93 fuzis apreendidos

71 ônibus usados como barricadas

100 mandados de busca e apreensão

A ação, uma das mais violentas do ano, reacende o debate sobre a política de segurança pública no Rio de Janeiro e os limites do enfrentamento armado nas favelas.


segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Novo Aplicativo de Transporte Conecta Passageiros e Causas Sociais em Uma Única Viagem

Foto de Arquivo: Rota Fixa o aplicativo de transportes de passageiros que vem se tornando o queridinho do Rio 

Por Marcos Vinicius 

Um novo aplicativo de mobilidade urbana está chegou para transformar não apenas a forma como as pessoas se deslocam, mas também o impacto que cada viagem pode ter na comunidade. Chamado "Rota Fixa", o app vai além de conectar motoristas e passageiros, destinando parte de sua renda para apoiar projetos sociais de entidades do terceiro setor. A proposta é simples: cada corrida vira uma doação para iniciativas voltadas para educação, meio ambiente, desenvolvimento social e combate à fome.

A ideia surgiu da percepção de que a tecnologia pode ser uma grande aliada da solidariedade. Os usuários poderão, através dos canais de relacionamento, escolher qual área desejam apoiar naquele momento. Seja contribuindo para a compra de material escolar para crianças, para o reflorestamento de uma área verde, para a profissionalização de jovens ou para o apoio as cozinhas solidárias ou até mesmo para a compra de cestas básicas, a decisão fica na palma da mão de quem está viajando.

A população já demonstra entusiasmo com a novidade. "A gente já precisa pegar um transporte todo dia. Se eu puder fazer isso e ainda saber que estou ajudando, mesmo que um pouquinho, uma entidade carente, é fantástico. É como se a minha corrida do dia a dia ganhasse um propósito a mais", comenta Maria Silva, diarista de 45 anos.

Para João Pedro, estudante universitário, a iniciativa é um diferencial. "Hoje em dia a gente compara preço e tempo nos apps, mas a proposta do Rota Fixa me fez repensar. Saber que uma parte do que eu pago vai para um projeto social me faz escolher com o coração, não só com a carteira. É uma pequena ação que, se todo fizer, vira uma grande mudança", opina.

O Rota Fixa promete tarifas competitivas, cobrança de taxas menores para os motoristas e a mesma praticidade dos aplicativos tradicionais, mas com a missão clara de gerar um impacto social positivo. As entidades beneficiadas serão selecionadas por um comitê de especialistas e terão sua prestação de contas auditada, garantindo transparência no uso dos recursos. A expectativa é que, com a adesão dos usuários, o aplicativo se torne uma ferramenta poderosa de financiamento coletivo para quem mais precisa, transformando trajetos cotidianos em rotas de esperança e desenvolvimento para toda a sociedade.

Mais informações sobre o aplicativo podem ser obtidas no site da empresa: rotafixa.com.br


Divulgação:



sábado, 18 de outubro de 2025

Polícia apreende número recorde de fuzis no Rio de Janeiro e alerta para avanço de fábricas clandestinas no país

Apreensão de armas de guerra vem crescendo em várias regiões de Brasil 

Por Marcelo Procópio 

O Brasil vive um momento alarmante no combate ao tráfico de armas. Somente no estado do Rio de Janeiro, as forças de segurança apreenderam mais de 600 fuzis desde o início do ano — o maior número já registrado em um mesmo período, segundo dados da Polícia Civil e da Polícia Militar.

As apreensões recordes refletem uma realidade preocupante: o aumento do poder bélico das facções criminosas e milícias, que atuam em diferentes regiões do país e têm acesso a armamentos de alto calibre, muitos deles de uso restrito das Forças Armadas.


Armas de guerra nas mãos do crime

De acordo com as investigações, muitas das armas apreendidas são de fabricação estrangeira, mas uma parte crescente vem sendo produzida em oficinas e fábricas clandestinas instaladas em território nacional. Essas estruturas ilegais têm sido descobertas não apenas no Rio, mas também em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Paraná e Bahia.

Essas fábricas operam com equipamentos de precisão e impressoras 3D, capazes de montar fuzis e pistolas a partir de peças avulsas, o que dificulta o rastreamento e favorece o comércio ilegal. “É uma nova fase do crime organizado, que já não depende apenas do contrabando. Agora, produz suas próprias armas”, explica um delegado da Divisão de Armas, Munições e Explosivos (DAME), sob condição de anonimato.


Operações integradas e inteligência policial

A Polícia Federal e as Secretarias Estaduais de Segurança Pública têm intensificado operações conjuntas com apoio da Força Nacional e da Receita Federal, que monitora rotas de entrada de armamentos e insumos via fronteiras terrestres e portos marítimos.

Somente nos últimos três meses, foram desmanteladas 11 fábricas clandestinas em diferentes estados e apreendidos milhares de componentes utilizados na montagem de fuzis automáticos.

O secretário de Segurança do Rio, Victor Santos, destacou que a apreensão de 600 fuzis é “um marco positivo, mas também um alerta sobre a dimensão do problema”. Segundo ele, a maior parte dessas armas estava destinada a grupos ligados ao tráfico de drogas e milícias armadas na capital e na Baixada Fluminense.


Rota do crime e desafios da repressão

As investigações indicam que parte das armas entra no Brasil por rotas que passam pelo Paraguai e Bolívia, com destino final aos grandes centros urbanos. Outra parcela, segundo os órgãos de segurança, é montada em oficinas locais e vendida pela internet, usando plataformas clandestinas e criptomoedas para dificultar o rastreamento financeiro.

Especialistas alertam que o avanço do armamento pesado no país exige uma ação coordenada de inteligência, controle de fronteiras e rastreamento tecnológico. “O crime evoluiu, e o Estado precisa evoluir junto. A guerra das armas não se vence apenas com apreensões, mas com investigação e controle de origem”, afirma o sociólogo Rafael Almeida, especialista em segurança pública.


Governo busca endurecer leis

O Ministério da Justiça anunciou que está elaborando um pacote de medidas para endurecer a fiscalização e punir a fabricação clandestina de armas, além de propor a criação de um banco de dados nacional integrado entre as polícias estaduais e a Polícia Federal.

O governo também estuda regras mais rígidas para o comércio de peças e componentes de armas, um dos principais gargalos que permitem o funcionamento das fábricas ilegais.

Enquanto isso, as forças de segurança seguem nas ruas — e nos laboratórios — combatendo um inimigo cada vez mais sofisticado, que transforma o país em campo de batalha de uma guerra silenciosa e permanente.



📍 Rio de Janeiro, outubro de 2025

📊 Fontes: Polícia Civil, Polícia Militar, Ministério da Justiça, Agência Brasil, PF, DAME

Trabalho por aplicativo cresce no Brasil e já ocupa milhões de trabalhadores, aponta IBGE

Foto de Arquivo: Motorista por aplicativo 

Por Marcos Vinicius 

O trabalho por aplicativo continua em forte expansão no Brasil. Dados recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, em 2025, o número de brasileiros que têm nas plataformas digitais sua principal fonte de renda atingiu o maior patamar da série histórica.

De acordo com o levantamento, o país já conta com mais de 1,8 milhão de pessoas trabalhando em aplicativos de transporte, entrega e serviços diversos, o que representa um crescimento superior a 20% em relação ao ano anterior. A pesquisa inclui motoristas de transporte individual, mototaxistas, entregadores de comida e profissionais autônomos que utilizam aplicativos para conectar-se a clientes.


Mais horas e menos proteção social

O estudo do IBGE mostra também que quem trabalha por aplicativo passa mais tempo na ativa. Em média, esses profissionais dedicam 44,5 horas semanais às plataformas — uma jornada superior à média nacional de 39,6 horas entre os trabalhadores com carteira assinada.

Além da carga horária elevada, os dados apontam que a maioria desses profissionais não possui cobertura previdenciária nem benefícios trabalhistas, como férias ou 13º salário. A ausência de vínculos formais faz com que o rendimento dependa diretamente do número de corridas, entregas ou serviços realizados.

“Os aplicativos trouxeram oportunidade de renda para milhões de brasileiros, mas também colocaram em evidência a necessidade de novas regras que protejam o trabalhador digital”, afirma o economista João Diniz, consultor em mercado de trabalho e inovação.


Perfil dos trabalhadores

Segundo o IBGE, homens representam cerca de 78% dos trabalhadores por aplicativo, com maior concentração nas faixas etárias entre 25 e 44 anos. A maioria tem ensino médio completo, e cerca de 60% afirmam que o trabalho em plataforma é sua única fonte de renda.

O crescimento é mais visível nos grandes centros urbanos, especialmente nas regiões Sudeste e Nordeste, onde a demanda por mobilidade urbana e entregas rápidas segue em alta.


Transformação no mundo do trabalho

Especialistas apontam que o fenômeno reflete uma mudança estrutural no mercado de trabalho brasileiro, impulsionada pela tecnologia, pela crise econômica e pela busca de autonomia.

O IBGE destaca que, embora o setor ainda enfrente desafios de regulamentação, o trabalho por aplicativo já é parte integrante da economia nacional, movimentando bilhões de reais por ano.


Debate sobre regulamentação

O governo federal e representantes das empresas de aplicativo discutem, desde 2023, uma proposta de regulamentação do trabalho digital. O texto prevê direitos mínimos, como contribuição previdenciária e remuneração mínima por hora trabalhada.

Entretanto, as negociações avançam lentamente, diante da resistência de parte das empresas e das divergências entre categorias profissionais.

Enquanto isso, motoristas e entregadores continuam nas ruas, garantindo a mobilidade de milhões de brasileiros e sustentando um setor que já se tornou um dos pilares da nova economia.


📊 Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua 2025)

📍 Brasília, outubro de 2025



Brasil e Estados Unidos buscam reaproximação em meio a tensões tarifárias e negociações bilaterais

Mauro Vieira diz que reunião com Rubio teve "clima excelente" e que reiterou necessidade de reversão das tarifas (Fonte Zero Hora)

Por Cleide Gama 

As relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos vivem um momento decisivo. Após meses de incertezas e ameaças de novas tarifas, os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump voltaram a dialogar, buscando um acordo que reduza tensões e restabeleça a confiança entre as duas maiores economias do continente americano.

De acordo com fontes diplomáticas, Lula e Trump conversaram por telefone nesta semana, discutindo alternativas para conter os impactos das tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, anunciadas pelo governo norte-americano. O presidente brasileiro reforçou que as medidas “prejudicam setores produtivos de ambos os países” e defendeu a criação de uma agenda positiva voltada ao investimento em energia limpa, tecnologia e minerais estratégicos.

Trump, por sua vez, teria se mostrado aberto a um diálogo “sem concessões automáticas”, mas afirmou que o objetivo é “garantir que o comércio entre os dois países seja justo e equilibrado”. A conversa foi descrita por diplomatas como “franca, mas construtiva”.


Encontro diplomático em Washington

Enquanto Lula e Trump ensaiam uma reaproximação política, a diplomacia trabalha nos bastidores. O chanceler brasileiro Mauro Vieira se reuniu na Casa Branca com o assessor econômico norte-americano Marco Núbio, em uma conversa que durou mais de duas horas.

Segundo nota conjunta divulgada pelo Itamaraty e pelo Departamento de Estado, o encontro tratou da redução de tarifas sobre produtos aeronáuticos, agrícolas e minerais estratégicos, além da cooperação em energias renováveis e boas práticas regulatórias.

Vieira destacou que “o Brasil e os Estados Unidos compartilham valores democráticos e podem construir uma parceria mais moderna e menos burocrática”. Marco Núbio, por sua vez, afirmou que o governo norte-americano “reconhece o papel do Brasil como potência energética e player global no setor de alimentos e biocombustíveis”.


Comércio bilionário e desafios estruturais

Em 2024, o comércio bilateral entre os dois países movimentou mais de US$ 90 bilhões, segundo o United States Trade Representative (USTR), com crescimento acima de 8% em relação ao ano anterior. As exportações brasileiras para os EUA — principalmente petróleo, ferro, alumínio e produtos agrícolas — somaram cerca de US$ 40 bilhões, enquanto as importações brasileiras de bens norte-americanos chegaram a valor semelhante.

Apesar do volume expressivo, as tarifas impostas em 2025 geraram preocupação entre exportadores brasileiros, especialmente dos setores de aeronáutica, etanol e açúcar. A Embraer, por exemplo, enfrenta uma taxa de 10% sobre aeronaves enviadas ao mercado norte-americano.

Para mitigar os impactos, o governo brasileiro anunciou R$ 5,5 bilhões em créditos para exportadores, segundo a Agência AP News. A medida busca compensar parte das perdas causadas pelas tarifas e manter a competitividade do produto nacional.


Caminho para um novo acordo

Entre os principais pontos de convergência nas conversas diplomáticas estão:

  • A criação de um mecanismo de cooperação em minerais estratégicos, como lítio e terras-raras.
  • A retomada de um acordo setorial para o comércio de aeronaves e tecnologia de defesa.
  • E a ampliação do Protocolo de Regras Comerciais e Transparência, firmado em 2022 no âmbito do Agreement on Trade and Economic Cooperation (ATEC).

Fontes próximas ao Palácio do Planalto afirmam que uma reunião entre Lula e Trump poderá ocorrer “nas próximas semanas”, possivelmente em território neutro, como Nova York ou Brasília. O objetivo seria formalizar um plano de trabalho conjunto e evitar a escalada de retaliações comerciais.


Perspectivas

Especialistas avaliam que o sucesso das negociações dependerá da disposição dos dois governos em encontrar soluções de médio prazo. Caso contrário, o Brasil poderá intensificar sua diversificação de parceiros comerciais, reforçando laços com China, Índia e União Europeia.

Ainda assim, diplomatas de ambos os lados classificaram o momento atual como “uma oportunidade histórica para redefinir o relacionamento Brasil–EUA no século XXI”.


Fontes: USTR, Reuters, Agência Brasil, AP News, Itamaraty, Atlantic Council.
📍 Washington, outubro de 2025.


domingo, 12 de outubro de 2025

Sinal de Violência: Empresário de Internet é Executado em Rodovia do Rio

Foto de Arquivo: fonte : G1

Por Cleide Gama 

Caso de Polícia: Uma cena de violência chocou a Rodovia Santos Dumont (BR-116) na tarde desta sexta-feira (10). Joanilson Silva Gonçalves Júnior, um empresário de 29 anos do ramo de internet, foi executado a tiros enquanto dirigia seu carro na altura de Magé, na Baixada Fluminense.

Por volta das 16h, no Km 123, criminosos em uma motocicleta se aproximaram do Fiat Palio da vítima e efetuaram vários disparos. Joanilson, baleado, não conseguiu manter o controle do veículo, que veio a colidir na via. A Polícia Rodoviária Federal foi ao local, mas infelizmente a vítima já não resistira aos ferimentos.

As investigações, agora a cargo da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), seguem um forte indício: a execução pode estar diretamente ligada ao trabalho da vítima. A polícia apura se Joanilson foi ameaçado e assassinado por facções criminosas devido à instalação de redes de internet em áreas dominadas por esses grupos, um serviço que as organizações exploram ilegalmente para obter lucro.

A Polícia Civil confirmou que as diligências para identificar e prender os autores deste crime brutal estão em andamento.


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Reinício diplomático ou trégua tensa? Brasil e EUA buscam reequilíbrio em momento delicado

Imagem de Arquivo: Bandeirinhas do Brasil e EUA 

Por Marcelo Procópio 

Geopolítica: Nas últimas semanas, o cenário das relações Brasil-Estados Unidos tem sido marcado por uma mistura de atritos, recuos diplomáticos e tentativas de reconciliação. O telefonema amistoso entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, a imposição de tarifas e sanções pela administração norte-americana, e a disposição de os representantes dos dois países se encontrarem pessoalmente revelam uma nova fase — cheia de expectativas e riscos — nas relações bilaterais.


A escalada dos atritos

Em meados de julho de 2025, o governo dos EUA impôs severas tarifas a produtos de origem brasileira, chegando a 40 % adicionais sobre uma série de exportações, que se somaram a uma alíquota recíproca de 10 %, gerando uma carga tributária total de até 50 % para itens brasileiros no mercado estadunidense. 

Além disso, autoridades norte-americanas revogaram vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal, acusando-os de envolvimento em decisões que, segundo Washington, ferem a liberdade de expressão e os princípios democráticos — alegações que foram recebidas pelo Brasil como ingerência externa. 

Em meio a esse clima tenso, surgiram movimentos diplomáticos para evitar que a crise se torne irreversível: o governo brasileiro contratou escritório jurídico nos EUA para reverter sanções, iniciou estudo de medidas recíprocas com base na lei de reciprocidade, e convocou sua estrutura diplomática a dialogar com o governo Trump. 



O telefonema entre Lula e Trump e o novo tom do diálogo

Em 6 de outubro de 2025, os presidentes Lula e Trump mantiveram uma videoconferência de cerca de 30 minutos, classificada por ambos como cordial e produtiva. Lula usou a oportunidade para solicitar a retirada das tarifas adicionais e a reversão das sanções a autoridades brasileiras. Trump, por outro lado, disse que ambos “irão se sair muito bem juntos”, em referência a uma suposta retomada de cooperação em comércio e política internacional. 

Logo após esse contato, o Brasil e os EUA concordaram em realizar uma reunião bilateral em Washington entre o chanceler brasileiro Mauro Vieira e o secretário de Estado Marco Rubio. O encontro tem como objetivo tratar, sobretudo, das disputas comerciais e tarifárias. 

A analista Kellie Meiman Hock, da McLarty Associates, observou que o mais importante nessa fase será definir claramente o escopo das negociações — ou seja, quais temas serão prioritários e quais serão mantidos fora da mesa. 


Opiniões de cientistas políticos: riscos e motivações

Para especialistas em Relações Internacionais e Ciência Política, os movimentos recentes entre Brasília e Washington revelam tanto oportunidades quanto armadilhas.

O professor Oliver Stuenkel, da FGV, aponta que a postura de sanções e retaliações dos EUA tem potencial de fortalecer a unidade entre países emergentes frente às pressões ocidentais — um efeito paradoxal que pode reforçar alianças entre nações como os integrantes do BRICS. 

Já alguns analistas britânicos na London School of Economics alertam que o Brasil está servindo como “laboratório” para uma nova forma de intervencionismo dos EUA — que combina medidas econômicas, diplomáticas e de força normativa para moldar comportamentos de grandes democracias sem apelar ao confronto explícito. 

Esses estudiosos sugerem que uma aproximação pragmática será fundamental para evitar escaladas: que o Brasil preserve sua soberania e sistema institucional ao mesmo tempo em que negocie concessões em áreas estratégicas, como comércio, investimentos e tecnologia.



Expectativa de empresários e políticos brasileiros

Do lado empresarial, setores exportadores veem a sinalização de retomada diplomática com cautelosa esperança. Exportadores de commodities, produtos agrícolas e itens manufaturados aguardam condições mais claras — especialmente a reversão das tarifas — para planejar investimentos internacionais e restaurar cadeias de produção afetadas.

Para políticos, o momento representa chance de recompor pontes com a maior potência global e reabilitar a confiança em alianças estratégicas. Em discursos públicos, o senador Chico Rodrigues defendeu que o momento de crise deve ser aproveitado para elevar o protagonismo brasileiro no setor mineral e tecnológico, destacando que o país não pode mais ser tratado como mero fornecedor periférico. 

No Congresso, já se discute mudança no marco regulatório dos minerais críticos, que poderiam alavancar o valor agregado das exportações brasileiras e reforçar o peso negociador do país. 


Limites e desafios — o que ainda está em jogo

Mesmo com sinais de reconciliação, vários fatores podem limitar o avanço real:

Resistências internas nos EUA: a ala republicana mais dura pode pressionar Trump e Rubio a manter postura firme, dificultando concessões.

Temas sensíveis fora da pauta comercial, como decisões judiciais brasileiras, regulação de redes sociais e política interna, podem virar pontos de conflito nas negociações.

Credibilidade e fidelidade às instituições brasileiras: qualquer sinal de capitulação ou interferência será alvo de críticas internas, especialmente se a sociedade enxergar risco à independência do Judiciário.

Tempo e paciência diplomática: o desgaste acumulado exige que soluções sejam encontradas de modo gradual, sem rupturas abruptas que provoquem retrocessos.

Para que a retomada nas relações gere ganhos concretos — e não apenas retórica diplomática — será necessário equilíbrio entre pragmatismo e defesa dos interesses nacionais.

O recente reatamento entre Brasil e Estados Unidos passa por uma encruzilhada: um momento delicado em que gestos simbólicos — como o telefonema entre Lula e Trump — podem abrir caminho para negociações efetivas, mas a profundidade dessa nova fase dependerá de concessões mútuas bem calibradas.

Se bem conduzida, a aproximação pode restabelecer confiança, gerar estabilidade para o setor exportador e fortalecer o protagonismo brasileiro no cenário global. Se mal conduzida, pode gerar desconfiança interna e alimentar narrativas de fragilidade diplomática.


#BrasilEUA #Diplomacia #Tarifas #Soberania #ComércioExterior #Trump #Lula #NegociaçõesInternacionais #Reaproximação #AliançaEstratégica


Divulgação:






Gigante Digital no Ceará: O Brasil vai ganhar data center do TikTok com investimento de R$ 50 bi

Foto de Arquivo: Um datacenter

Por Marcos Vinicius 

Mundo digital: O governo federal anunciou que, em cerca de seis meses, terão início as obras para instalação de um mega data center da TikTok no Ceará, no Complexo do Pecém. Com investimento estimado em R$ 50 bilhões, o projeto é resultado de parceria entre a empresa-mãe da rede social, a ByteDance, e a empresa brasileira de energia renovável Casa dos Ventos.


Principais dados do projeto

  • Localização: Complexo Portuário do Pecém, no Ceará.
  • Capacidade elétrica inicial projetada: cerca de 300 megawatts (MW), com possibilidade de ampliação para 900 MW ou até 1 gigawatt (GW).
  • Consumo de energia estimado: o data center poderá operar com potência média de 210 MW (70 % da capacidade disponível) inicialmente, chegando a 300 MW em médias maiores.
  • Consumo de energia equivalente ao uso residencial de mais de 2,2 milhões de brasileiros por dia, ao considerar o consumo previsto no início; com capacidade máxima, esse número sobe.
  • Licenciamento ambiental: o projeto foi classificado como de “baixo impacto” no Ceará, enquadrado como construção civil, o que implica regras menos rigorosas do que para empreendimentos industriais ou de grande impacto.
  • Fonte de energia: prevista utilização 100% renovável, com usinas eólicas e solares dedicadas; porém haverá geradores a diesel como sistema de backup para garantir operação contínua.


Enquanto há grande expectativa quanto aos benefícios econômicos e tecnológicos do data center, também surgem críticas e alertas de pesquisadores, comunidades locais e especialistas:

Benefícios projetados:

Incluem geração de empregos qualificados, incremento de infraestrutura de dados, ampliação de capacidade de conectividade e potencial atração de outras empresas de alta tecnologia para a região. O caráter estratégico do Pecém — por sua proximidade com cabos submarinos e fonte de energia renovável — reforça esse apelo.


Críticas ambientais:

Giram em torno do consumo intensivo de energia e, especialmente, da água — essencial para resfriamento desses centros. Em região com histórico de seca, como Caucaia e municípios vizinhos, há preocupação de que o uso de água por esse empreendimento possa agravar problemas de segurança hídrica.

Professores universitários apontam que, mesmo com uso de energia renovável, há impactos que precisam ser avaliados com mais profundidade, como efeitos sobre comunidades locais, captação de água, emissão associada a backup e transporte de energia.


Sobre o licenciamento:

Críticos dizem que enquadrar o empreendimento como “construção civil” — categoria com menos exigências regulatórias — é “uma lacuna conveniente”. Isso pode resultar em monitoramento ambiental e social mais frouxo.

Para autoridades e investidores, esse data center representa uma oportunidade de consolidar o Ceará como polo tecnológico, especialmente no segmento de infraestrutura digital, e fortalecer a presença do Brasil no mapa global de data centers, que cresce com a demanda por IA, streaming e computação em nuvem.

No entanto, para que os ganhos sejam sustentáveis, especialistas recomendam:

- que haja monitoramento rigoroso de uso de água e energia;

- critérios ambientais mais específicos para data centers, ajustados às realidades climáticas locais;

- envolvimento das comunidades afetadas e transparência nos dados de consumo;

- garantias de que as conexões de transmissão elétrica e infraestrutura física consigam suportar a demanda sem comprometimentos ao sistema local;

- plano de contingência para impactos ambientais, inclusive sociais, especialmente onde há vulnerabilidade hídrica.

O data center do TikTok no Ceará pode representar um marco para o Brasil na economia digital, com significativos investimentos, geração de empregos e avanço em infraestrutura de dados. Mas seu sucesso dependerá não só do aporte financeiro, mas de como serão tratados os desafios ambientais, regulatórios e sociais. Um empreendimento dessa escala, em região de seca e fragilidades ambientais, não admite descuidos.

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Divulgação:



sábado, 4 de outubro de 2025

Mistério e Negligência no Necrotério: Corpos Mumificados Revelam Falhas Graves na Gestão Hospitalar do Rio

 

Foto de Arquivo: Hospital Municipal Salgado Filho no Rio de Janeiro 

Por Marcelo Procópio 

Polícia: A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga um caso estarrecedor de descaso e possíveis irregularidades no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, Zona Norte. Na manhã desta sexta-feira (3), agentes da 23ª DP encontraram quatro corpos mumificados no necrotério da unidade. A descoberta ocorreu após uma série de denúncias que já vinham sendo apuradas há meses — dez queixas foram registradas relatando o envio de corpos em avançado estado de decomposição ao Instituto Médico Legal (IML) sem a devida comunicação às autoridades.

Durante a inspeção, os investigadores constataram que 14 corpos estão sob análise, com indícios de falhas na conservação e violação de protocolos de manuseio e encaminhamento de cadáveres. Um dos corpos, segundo as autoridades, estaria no hospital desde dezembro de 2024, sem identificação e em condições que impossibilitam determinar até o sexo da vítima.

Diante da gravidade dos fatos, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) afastou a chefe do setor responsável pela liberação dos corpos e instaurou uma sindicância interna para apurar responsabilidades. Em nota, a pasta negou que houvesse dez corpos em decomposição no local, afirmando que “trata-se de um hospital com alto número de óbitos diários” e que “quatro corpos sem identificação aguardam autorização judicial para sepultamento tardio”.

No entanto, fontes internas relatam que a câmara fria do necrotério estava sobrecarregada, com equipamentos de refrigeração parcialmente inoperantes. Técnicos afirmam que o sistema de controle de temperatura não recebe manutenção adequada há meses, o que pode ter contribuído para a mumificação dos corpos.

O caso agora é investigado por fraude processual, vilipêndio de cadáver e possíveis crimes de responsabilidade administrativa.


Opinião do especialista:

O professor Evandro Brasil, especialista em Tanatologia Forense, classificou o episódio como “um grave colapso ético e técnico na gestão da morte dentro do sistema público de saúde”. Segundo ele, a mumificação natural dos corpos — sem qualquer processo de conservação — indica exposição prolongada ao ar seco, alta temperatura e ausência total de refrigeração adequada.

“Um corpo não se mumifica em poucos dias. Esse estado reflete semanas, ou até meses, de negligência. Além de ferir a dignidade humana, compromete as análises periciais e a identificação das vítimas. Isso é uma violação do dever institucional de respeito ao morto e à família”, explica o professor Evandro Brasil.

Para o especialista, é fundamental que hospitais municipais sigam os protocolos de Tanatopraxia e conservação temporária estabelecidos pelas normas da vigilância sanitária e do Ministério da Saúde:

“A morte também precisa ser tratada com técnica e humanidade. Falhas como essas mancham a credibilidade das instituições e causam dor adicional às famílias que aguardam respostas.”

Enquanto a sindicância interna tenta identificar os responsáveis, a Polícia Civil segue investigando as condições estruturais do necrotério e possíveis omissões administrativas. O caso reacende o debate sobre a precarização dos serviços mortuários públicos e o respeito à dignidade humana — mesmo depois da morte.

sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Corrida pela Rentabilidade: Um Raio-X dos Lucros e Prejuízos da Uber, 99 e InDrive em 2023

Foto de Arquivo: Trânsito nas ruas de São Paulo 


Por Cleide Gama 

Mobilidade: O setor de transporte por aplicativo, que prometeu revolucionar a mobilidade urbana, continua em uma batalha intensa não só por passageiros, mas principalmente pela sustentabilidade financeira. O último ano foi um divisor de águas, marcado pelo primeiro lucro anual global de um gigante do setor, enquanto outras players ainda navegam em mares de prejuízos, especialmente em mercados competitivos como o Brasil. Este artigo analisa os resultados financeiros da Uber, 99 (controlada pela DiDi) e InDrive no último ano, explorando os fatores cruciais que ditam o sucesso ou o fracasso neste segmento.


Uber: A Virada Histórica e a Força da Diversificação

A grande notícia de 2023 veio da Uber, que, após anos de prejuízos bilionários, anunciou seu primeiro lucro líquido anual desde sua fundação.


· Resultados Financeiros:

  · Lucro Líquido: US$ 1,9 bilhão em 2023, um marco histórico para a empresa.

  · Receita: US$ 37,3 bilhões, um aumento de 17% em relação a 2022.

  · Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (EBITDA) Ajustado: US$ 4,1 bilhões, superando as expectativas do mercado.

· Fonte: Relatório Financeiro Anual da Uber Technologies Inc. (2023)


Análise: A virada da Uber não é um acidente. Dois fatores foram decisivos:

1. Diversificação: A Uber não é mais apenas um aplicativo de carros. Sua divisão de entregas (Uber Eats) se tornou um pilar fundamental de receita e lucratividade. Além disso, investimentos em fretes (Uber Freight) e mobilidade urbana (patinetes, bicicletas) criam uma rede mais resiliente.

2. Eficiência Operacional: A empresa cortou custos excessivos, otimizou sua estrutura e implementou algoritmos de precificação mais eficientes, aumentando sua margem por corrida.


99 (DiDi): A Batalha pela Recuperação em Mercados Estratégicos

A 99, integralmente controlada pela chinesa DiDi Global, não divulga resultados financeiros detalhados separadamente para o Brasil. Seus números são consolidados nos relatórios da matriz. Diferente da Uber, a DiDi ainda não atingiu a lucratividade global de forma consistente, refletindo os desafios da 99 no cenário competitivo brasileiro.


· Resultados Financeiros (DiDi Global):

  · Prejuízo Líquido: A DiDi reportou um prejuízo líquido de US$ 817 milhões no primeiro semestre de 2023 (dados mais recentes consolidados). No terceiro trimestre, anunciou um pequeno lucro líquido de US$ 107 milhões, sinalizando uma possível recuperação.

  · Receita: A receita da DiDi cresceu 25% no terceiro trimestre de 2023, impulsionada pela retomada forte em mercados como a América Latina (onde o Brasil é o carro-chefe).

· Fonte: Relatórios Financeiros da DiDi Global Inc.


Análise: A 99 opera em um mercado de margens baixíssimas. Sua estratégia tem sido:


· Guerra de Descontos: Para competir com Uber e InDrive, a 99 frequentemente recorre a promoções agressivas para passageiros e incentivos para motoristas, o que corrói sua lucratividade.

· Foco no Core: Após um período de expansão, a DiDi tem focado em consolidar suas operações principais, o que inclui tornar a 99 mais eficiente no Brasil.


InDrive: O Crescimento Agressivo e a Aposta na Negociação

A InDrive se destaca por seu modelo de negociação de preços, onde passageiro e motorista fecham o valor da corrida. A empresa é uma das que mais cresce no mundo, especialmente em mercados emergentes. Sendo uma empresa privada, não possui a obrigação de divulgar resultados financeiros detalhados publicamente. No entanto, indicativos apontam para um cenário de expansão agressiva, muitas vezes às custas da rentabilidade imediata.


· Resultados Financeiros (Indicativos):

  · A InDrive reportou um crescimento de 54% na Receita de Serviços de Mobilidade no primeiro semestre de 2023, alcançando US$ 533 milhões.

  · A empresa não divulga lucro ou prejuízo líquido com frequência, mas é amplamente reconhecido no mercado que seu foco atual é ganhar participação de mercado (market share), mesmo que isso signifique operar com margens negativas no curto prazo.

· Fonte: Comunicado de Resultados da InDrive (1º Semestre de 2023)


Análise: A estratégia da InDrive é clara: crescer primeiro, lucrar depois. Seu modelo de negociação é um grande diferencial competitivo em regiões onde o preço é o fator decisivo. Para financiar essa expansão, a empresa provavelmente queima o caixa obtido em rodadas de investimento, um modelo semelhante ao que a Uber e a 99 adotaram em seus primórdios.


Fatores que Influenciam os Resultados no Segmento


Os resultados díspares dessas empresas são moldados por um conjunto comum de fatores:

1. Guerra de Preços e Incentivos: O principal fator. Descontos para passageiros e bônus para motoristas são armas poderosas para atrair usuários, mas são um veneno para o balanço financeiro. Equilibrar essa equação é o maior desafio.

2. Eficiência Tecnológica e Algoritmos: A empresa que possui o algoritmo mais eficiente para conectar motoristas e passageiros rapidamente, calcular rotas ideais e definir preços dinâmicos (surge) com melhor equilíbrio entre oferta e demanda tende a ter custos operacionais menores e maior satisfação do usuário.

3. Diversificação de Serviços: Como demonstrado pela Uber, não depender apenas do transporte de pessoas é crucial. Entregas de comida e mercadorias (Uber Eats, 99Food) criam fluxos de receita complementares e amortizam os custos fixos.

4. Regulamentação e Custos Tributários: O cenário legal varia enormemente entre países e cidades. Encargos trabalhistas (como a possível formalização de motoristas como empregados), impostos específicos e taxas aeroportuárias impactam diretamente a rentabilidade.

5. Custo de Aquisição e Fidelização de Usuários: Em um mercado saturado, conquistar um novo cliente ou motorista é cada vez mais caro. A fidelização, por meio de programas de vantagens e uma experiência superior, torna-se economicamente mais viável do que a aquisição constante.


O ano de 2023 consolidou a maturidade do setor. A Uber, com sua diversificação e escala global, mostrou que a lucratividade é possível. A 99, sob a égide da DiDi, ainda luta para transformar seu enorme market share no Brasil em resultados financeiros sólidos. Já a InDrive representa a nova geração de startups do setor, priorizando o crescimento explosivo e a disrupção do modelo de preços em detrimento do lucro imediato.

A corrida agora não é mais apenas sobre quem oferece mais corridas, mas sobre quem consegue fazê-lo de forma sustentável. A empresa que conseguir dominar o equilíbrio entre preço competitivo, custos operacionais enxutos e um ecossistema diversificado de serviços estará na pole position no futuro da mobilidade urbana.

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

Rota Fixa traz inovações ao setor de transporte por aplicativo e anuncia pré-lançamento

Foto de Divulgação: Motoristas por aplicativo 

Por Marcos Vinicius 

Mobilidade: O mercado de mobilidade urbana vai ganhar um novo aplicativo que promete revolucionar a forma como motoristas e passageiros se relacionam: o Rota Fixa. A plataforma chega com propostas inéditas e inovadoras, destacando-se como o primeiro app do setor a criar um Conselho Consultivo formado por motoristas e usuários. O objetivo é garantir espaço para diálogo, sugestões e participação ativa no desenvolvimento da empresa.


Serviços disponíveis no lançamento

Embora conte com diversas categorias em seu projeto, nesta fase inicial o aplicativo oferecerá transporte em moto e automóveis, com cinco modalidades de atendimento:

Moto-táxi – agilidade e preço baixo para deslocamentos rápidos;

Econômicos – viagens acessíveis para quem busca economia;

Conforto – mais comodidade e qualidade no transporte;

Elas – categoria exclusiva para mulheres, tanto motoristas quanto passageiras;

Encomendas – entregas seguras e rápidas.



Participação nos lucros e benefícios exclusivos

Entre os diferenciais mais marcantes do Rota Fixa está a política de valorização de sua comunidade. Motoristas terão direito a uma participação anual nos lucros da empresa, enquanto os usuários poderão receber comissões sobre os gastos de amigos que utilizarem a plataforma. Essa combinação busca tornar a experiência de mobilidade mais justa e colaborativa.


Compromisso social e ambiental

O Rota Fixa também assume o compromisso de destinar parte do lucro para programas sociais e ambientais, fortalecendo sua missão de ir além do transporte, contribuindo diretamente para o desenvolvimento sustentável das comunidades onde atua.


Testes e pré-lançamento

Durante os testes iniciais, o aplicativo atendeu a todas as expectativas, consolidando-se como uma alternativa sólida no mercado. Agora, entra na segunda fase de testes e no período de pré-lançamento, com previsão oficial de estreia entre os dias 10 e 15 de outubro. Inicialmente Rota Fixa atenderá as cidades Duque de Caxias, Belford Roxo e São João de Meriti e, logo em seguida, em Itaboraí, São Gonçalo e Magé. Além de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos.


Como saber mais

Interessados em conhecer melhor o Rota Fixa podem entrar em contato pelos seguintes canais:

📱 WhatsApp: (21) 96612-3562

🌐 Site oficial: rotafixa.com.br

📲 Redes sociais: @rotafixaapp


Com inovação, participação e responsabilidade social, o Rota Fixa chega para oferecer muito mais que transporte: uma experiência única de mobilidade e cidadania.


domingo, 28 de setembro de 2025

Escândalo em voo oficial: relembrando o caso do militar da FAB preso com cocaína na Espanha

 

Foto de Arquivo: 39 Kg de cocaína em avião presidencial constrange governo bolsonaro 

Por Evandro Brasil 

Sevilha, 25 de junho de 2019 — Manoel Silva Rodrigues, segundo-sargento da Aeronáutica, foi preso no aeroporto de Sevilha, no sul da Espanha, com 39 quilos de cocaína em sua bagagem de mão, divididos em 37 pacotes. 

Ele fazia parte da equipe de apoio (escalão avançado / “avião de reserva”) da comitiva presidencial de Jair Bolsonaro, que se dirigia ao Japão para a reunião do G20. 

O avião principal da presidência não transportava Bolsonaro nesse trecho, e após o caso, houve mudança de escala: em vez de Sevilha, o retorno da viagem presidencial fez escala em Lisboa. 


Procedimentos e investigações

O militar foi submetido a um Inquérito Policial Militar (IPM) aberto pela Aeronáutica para apurar se todos os protocolos de segurança foram seguidos, especialmente no embarque da mala na base aérea de Brasília. 

Também se formou um grupo de trabalho para reforçar os controles de segurança nos voos da FAB. 

Manoel Silva Rodrigues permaneceu preso provisoriamente na Espanha, cumpre regime conforme decisão da justiça espanhola. 


Atualização: sentença e consequências

Em fevereiro de 2020, o militar aceitou um acordo com a Promotoria da Espanha, que resultou em pena de seis anos de prisão. 

Ele também foi condenado a pagar multa de 2 milhões de euros nas instâncias espanholas. 

No Brasil, o caso continua a ter repercussões institucionais, sobretudo para as Forças Armadas, em termos de credibilidade e necessidade de revisão de protocolos de segurança. 


Impacto e reações institucionais

O governo Bolsonaro classificou o episódio como “inaceitável” e determinou “punição severa”. 

O Ministério da Defesa e a Aeronáutica comprometeram-se a colaborar com as investigações na Espanha, assim como instaurar processos disciplinares no Brasil. 


Opinião de especialistas

Especialistas em segurança pública, direito militar e políticas de controle de tráfico apontam os seguintes aspectos:

1. Falhas institucionais de controle — Há consenso de que este caso evidencia lacunas nos procedimentos de vistoria e segurança nos voos oficiais reservados, mesmo em escalões de apoio. A lógica militar de confiança interna pode criar espaços vulneráveis.

2. A necessidade de transparência — Especialistas defendem que as Forças Armadas reforcem a transparência dos inquéritos internos, publiquem relatórios de como o incidente ocorreu, quais controles falharam, quem foi responsabilizado. Isso ajuda a reafirmar a autoridade institucional.

3. Prestígio institucional afetado — O episódio repercute fortemente na opinião pública, afetando a confiança não apenas no militar envolvido, mas nas Forças Armadas como um todo. Isso ocorre especialmente porque instituições militares costumam ser tidas por “morais” ou “ícones de integridade” por parte da população.

4. Proposta de aperfeiçoamento de protocolos — Entre as recomendações técnicas: revisões regulares de controle de bagagem para tripulantes, uso de scanners em todos os aeroportos e trechos, fiscalização cruzada entre órgãos (FAB, Ministério da Defesa, GSI quando aplicável), auditorias externas, além de sanções visíveis em casos de infração.

5. O papel do direito penal internacional — O caso ilustra como crimes cometidos no exterior, especialmente por agentes públicos, são objeto de jurisdição estrangeira (no caso, espanhola) e também de responsabilidade disciplinar interna, o que reforça a cooperação internacional como dimensão fundamental no combate ao tráfico.


Reflexão final

Mesmo após a sentença, muitos questionamentos permanecem: quantos outros incidentes semelhantes podem ter passado despercebidos? As sanções disciplinares no Brasil foram suficientes? E o mais importante, medidas preventivas robustas foram implementadas para que algo parecido não volte a acontecer?

Este caso também serve de alerta para a necessidade contínua de vigilância institucional: quando agentes do Estado — especialmente militares, e mais ainda em missões oficiais — envolvem-se em crimes graves, a resposta tem de ser rigorosa, transparente e exemplar.


sábado, 27 de setembro de 2025

Transporte alternativo ganha força no RJ: Rota Fixa promete revolucionar o setor de aplicativos

Foto de Arquivo: Transporte de passageiros por aplicativo no Rio de Janeiro tem mercado aquecido e apresenta novidades

Por Marcelo Procópio 

O transporte alternativo se consolidou como uma opção cada vez mais presente no dia a dia dos brasileiros, especialmente nas grandes cidades. Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, motoristas e passageiros destacam tanto os benefícios quanto os desafios desse serviço, que vem se tornando peça fundamental na mobilidade urbana.

Para os passageiros, a principal vantagem é a praticidade. “Hoje, consigo escolher entre diferentes categorias e pagar um preço mais acessível em horários de pico”, afirma Renata Souza, moradora de Duque de Caxias. Outro ponto elogiado é a flexibilidade: usuários podem optar por corridas rápidas, transporte familiar ou até mesmo por motoristas mulheres para maior sensação de segurança.

Do lado dos motoristas, a independência é apontada como um dos principais atrativos. “Trabalhar com aplicativo me permite organizar melhor meu tempo. Mas a insegurança nas ruas e as taxas elevadas cobradas pelas plataformas ainda são problemas sérios”, diz Carlos Andrade, motorista há três anos.

Especialistas em mobilidade urbana também analisam o fenômeno. O professor Marcos Lima, da Universidade Federal Fluminense (UFF), explica que o transporte alternativo democratizou o acesso ao deslocamento em áreas antes negligenciadas pelo transporte público. No entanto, ele alerta para os riscos: “A falta de regulamentação específica pode gerar conflitos e insegurança tanto para motoristas quanto para usuários”.

Nesse cenário, surge o Rota Fixa, novo aplicativo de transporte por aplicativo com lançamento previsto entre 15 e 20 de outubro, nas cidades da região metropolitana do Rio de Janeiro. A plataforma promete ser o futuro do setor no Brasil, oferecendo maior segurança, taxas justas para motoristas e atendimento personalizado aos passageiros. A expectativa é que o Rota Fixa traga inovação tecnológica e novas possibilidades de escolha para o público.

Com o crescimento do setor, a disputa por espaço entre empresas deve se intensificar. Para passageiros e motoristas, o desafio é equilibrar preços acessíveis, remuneração justa e segurança em cada viagem.


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sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Receita Federal apreende 91 milhões de litros de diesel em megaoperação contra fraudes no setor de combustíveis

Marinha do Brasil e Receita Federal em ação conjunta

Por Cleide Gama 

Combustíveis: Em uma ação de grande porte realizada nesta sexta-feira (26), a Receita Federal, em conjunto com a Marinha do Brasil e com apoio da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), apreendeu 91 milhões de litros de óleo diesel em dois navios que chegavam ao país. A carga, avaliada em cerca de R$ 290 milhões, tinha como destino refinarias no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Além do combustível, também foram retidos aproximadamente 115 toneladas de insumos importados, utilizados na produção de combustíveis, armazenados em contêineres. Segundo as autoridades, essa é mais uma etapa da Operação Cadeia de Carbono, deflagrada na semana passada e que já havia apreendido outras remessas suspeitas.

De acordo com informações preliminares, a fiscalização busca identificar possíveis práticas ilícitas, como:

Fraudes em notas fiscais e documentos de transporte, que simulam transações para dificultar o rastreamento pelos órgãos de controle;

Ocultação de beneficiários reais das operações de comércio exterior;

Divergências em informações prestadas pelos importadores aos órgãos reguladores;

Fluxos financeiros suspeitos que levantam dúvidas sobre a origem dos recursos usados nas operações.

Todo o material apreendido passará por perícia técnica para confirmar a composição e a qualidade do diesel importado. A Receita Federal também vai analisar se a refinaria Refit, uma das principais destinatárias da carga, atua dentro da legalidade.

As autoridades destacam que a operação tem como objetivo proteger a concorrência leal no setor de combustíveis, evitar fraudes fiscais e garantir a arrecadação de tributos, além de preservar a segurança do comércio exterior brasileiro.

Essa nova etapa reforça a ofensiva do governo contra esquemas de sonegação e irregularidades no mercado de combustíveis, um dos setores mais sensíveis da economia nacional.


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sábado, 20 de setembro de 2025

Luciano Hang aparece entre os principais financiadores de Carla Zambelli durante período foragida

Foto de Arquivo: Luciano Hang presidente da empresa Havan

Por Cleide Gama 

Polícia Federal: Um relatório da Polícia Federal (PF), encaminhado nesta sexta-feira (19) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revelou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) recebeu apoio financeiro de aliados enquanto esteve foragida da Justiça brasileira, entre maio e junho de 2025.

Entre os nomes identificados, destaca-se o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, que transferiu R$ 5 mil via Pix para a parlamentar em 20 de maio. A contribuição foi considerada a de maior relevância dentro do período analisado, conforme apontam os investigadores.


Estrutura de arrecadação

Segundo o documento, Zambelli manteve uma estratégia organizada de financiamento por meio do site carlazambelli.com.br, registrado em seu nome. A página hospedava a campanha #JuntosComZambelli, oferecendo instruções para depósitos bancários e transferências instantâneas.

A PF identificou que, apenas entre 8 e 24 de maio, a deputada transferiu R$ 339 mil de sua conta no Itaú para outra em seu nome, na Caixa Econômica Federal. Depois do início da campanha pública de arrecadação, mais R$ 336 mil foram movimentados entre contas da parlamentar.


Além de Hang, outros financiadores ganharam destaque:

LCG Paschoalino Ltda., empresa do setor de transportes fundada em 2017;

Marcos Adolfo Tadeu Senamo Amaro, empresário e colecionador de arte, fundador do FAMA Museu.

Também foram registradas contribuições de pessoas próximas à deputada, como a secretária parlamentar Karina Zupelli Roriz dos Santos (R$ 3.187,62), o marido Antônio Aginaldo de Oliveira (R$ 2.000,00) e a apoiadora Cristiane de Brum Nunes Marin (R$ 2.000,00).


Contexto político e jurídico

Antes mesmo da fuga, Zambelli já respondia a inquérito no STF no âmbito da ação penal 2.428/DF, sob relatoria de Alexandre de Moraes, acusada de tentar obstruir investigações em andamento. Fora do país, passou a publicar críticas contra o Judiciário e a afirmar que retomaria uma postura "sem amarras impostas pela ditadura", em referência às decisões da Suprema Corte.

A PF também ressaltou que familiares da deputada participaram ativamente da divulgação da campanha de arrecadação. A mãe, Rita Zambelli, reforçou pedidos de apoio em redes alternativas como Gettr e Substack, inclusive com mensagens em inglês e italiano, combinando pedidos de doações com críticas ao STF e convocações para protestos.


Repercussões

O envolvimento de grandes empresários, como Hang, coloca em debate o limite da atuação política do setor privado e o possível enquadramento de tais contribuições dentro das normas de financiamento e apoio a agentes públicos investigados. O caso também reacende a discussão sobre a utilização de vaquinhas virtuais como ferramenta de financiamento político em momentos de crise.


Eduardo Bolsonaro e Silas Malafaia acusam relator do PL da Anistia de trair causa bolsonarista; projeto sofre mudanças



Foto de Arquivo: Eduardo Bolsonaro e seu pai, Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos por tentativa de golpe de Estado (foto: CNN)

Por Cleide Gama 

DF: O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o pastor Silas Malafaia manifestaram forte oposição, nesta sexta-feira (19), ao deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), recentemente designado relator do Projeto de Lei da Anistia na Câmara. A polêmica gira em torno da proposta original de anistia “ampla, geral e irrestrita” — alvo de consenso entre correligionários — e das alterações defendidas por Paulinho, que tenta substituir o perdão irrestrito por uma atenuação de penas para os condenados nos atos de 8 de janeiro de 2023. 

Eduardo Bolsonaro, atualmente residindo nos Estados Unidos desde fevereiro, argumentou que não abrirá mão do que chama de “justiça e liberdade” para negociar o que considera um “acordo indecoroso e infame”. Ele ainda alertou Paulinho sobre o risco de ser visto “como colaborador do regime de exceção” do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal que condenou Jair Bolsonaro. 

Silas Malafaia foi igualmente contundente. Ele criticou a necessidade de “acordo com STF e Executivo” para aprovar a anistia, classificando o posicionamento como um desrespeito à Constituição. O líder religioso também mencionou que a dosagem de penas é competência do Judiciário, e não do Congresso, e que erros e perseguições políticas devem ser tratados, mas não mediante uma medida que, segundo ele, relativize crimes graves. 

Paulinho, por sua vez, defende o que chama de “PL da Dosimetria”, propondo que o texto contemple redução de pena — em maior ou menor grau — para os réus envolvidos no 8 de janeiro, sem conceder anistia total. Ele já conversou com figuras como Michel Temer e Aécio Neves para ajustar o texto, que segundo ele precisa ser palatável para múltiplos setores do Congresso e para o Supremo Tribunal Federal, visando evitar que seja declarado inconstitucional. 


Informação nova/contexto adicional:

O PL da Anistia, em sua versão de Paulinho da Força, tem enfrentado críticas tanto de bolsonaristas — que querem anistia total, inclusive para Jair Bolsonaro — quanto de governistas e de opositores que afirmam que conceder perdão pode representar afronta à lei, particularmente por conta dos danos causados e da gravidade dos atos de 8 de janeiro. 

Líderes do governo, como Jaques Wagner (PT-BA), já sinalizaram que aceitam a possibilidade de redução de penas para o “núcleo menor” ou para atores considerados de menor envolvimento nos atos, mas rejeitam anistia irrestrita. 

A expectativa é que o texto final esteja pronto para votação de mérito já na próxima semana, com tramitação também no Senado caso aprovado na Câmara. 



“Os Donos do Jogo” expõe bastidores do poder paralelo e reacende debate sobre a realidade do crime no Rio

  Foto de divulgação  Por Cleide Gama  Ficção:  A nova minissérie brasileira da Netflix, Os Donos do Jogo, vem provocando grande repercussão...