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| Vereador de São João de Meriti é detido pela polícia civil sob a acusação de favorecer organizações criminosas no município - reprodução |
Polícia: A manhã desta terça-feira (25) marcou mais um capítulo tenso na Baixada Fluminense. O vereador de São João de Meriti, Ernane Aleixo (PL), foi preso durante a Operação Muro de Favores, ação deflagrada pela Polícia Civil para desmantelar uma estrutura criminosa ligada ao Terceiro Comando Puro (TCP). A investigação aponta o grupo como dominante em áreas como Trio de Ouro, Guacha e Santa Tereza, onde a presença do tráfico já vem afetando a rotina de milhares de moradores.
Além do parlamentar, outras quatro pessoas também foram detidas, entre elas Luciana Adélia Theófilo, esposa do traficante Marlon Henrique da Silva, o “Pagodeiro”, e o irmão dele. Marlon é descrito pelos investigadores como um dos principais articuladores da facção na região.
Segundo a polícia, áudios e conversas revelam que o vereador teria oferecido materiais para a construção de barricadas em Vilar dos Teles, estruturas usadas pelos criminosos para impedir a entrada de viaturas, ambulâncias e até equipes de manutenção urbana. Em troca, receberia apoio político e vantagens eleitorais. Entre os pedidos registrados está o fornecimento de um martelete — solicitado, segundo o delegado Vinicius Miranda, para literalmente “rasgar a rua”.
Mesmo alegando inocência ao chegar à Cidade da Polícia, Ernane — que recebeu 6.720 votos em 2024 e se define como “um homem íntegro e temente a Deus” — não convenceu muitos moradores do município. A população, que enfrenta diariamente os efeitos da violência urbana, reagiu com indignação.
“A gente já vive cercado pelo tráfico. Saber que políticos estão ajudando isso a crescer é revoltante”, afirmou Maria das Graças, moradora do Centro de São João de Meriti.
“Barricada não é brincadeira. Impede ambulância, atrasa resgate, atrapalha a vida de quem trabalha. Se for verdade, tem que pagar”, protestou o mototaxista Jeferson Prado.
“É sempre a mesma história: quem deveria defender a cidade está de mãos dadas com quem destrói ela”, desabafou um comerciante que preferiu não se identificar.
A investigação também detalha o modus operandi da quadrilha: tráfico de drogas, cobrança de “taxas” de comerciantes, homicídios, lavagem de dinheiro e uso de armas de grosso calibre. O núcleo comandado por “Pagodeiro” teria ligação direta com ações brutais, incluindo a morte de três pessoas durante confronto com facção rival em 2023.
Este episódio marca a segunda prisão de um vereador da cidade em menos de 10 dias. No dia 15, Marcos Aquino (Republicanos) foi detido em flagrante por porte ilegal de arma em outra operação que combatia a expansão do Comando Vermelho.
Com a sucessão de escândalos, cresce entre os moradores um sentimento de cansaço e urgência por mudanças. Para muitos, a série de operações mostra a necessidade de renovação política e maior rigor na fiscalização do uso do poder público.
Nossa reportagem reforça que o espaço segue aberto para manifestação das defesas dos envolvidos.
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