sábado, 15 de novembro de 2025

Motorista se Recusa a Levar Musa da Grande Rio e Caso Gera Revolta nas Redes: “Minha roupa não é convite para ninguém”


Por Cleide Gama 

Preconceito: A passista Luciene Santtinha, musa da Acadêmicos do Grande Rio, denunciou nas redes sociais um episódio de preconceito que viveu na noite de sexta-feira (15). Após deixar um evento na quadra da Portela, em Oswaldo Cruz, Zona Norte do Rio, a dançarina contou que um motorista de aplicativo se recusou a realizar a corrida por causa de sua roupa — o traje tradicional e brilhante usado por passistas de escola de samba.


Segundo Luciene, o motorista a observou e afirmou:

Você não vai entrar no meu carro. Não vou te levar vestida desse jeito. Vou cancelar.”

Indignada, a artista relatou que não se deixou abalar pelo ocorrido, reforçando o orgulho que sente de sua profissão e identidade dentro do universo do samba.

Não tenho vergonha de ser sambista, nem do meu trabalho. Minha roupa não significa convite para nada. O preconceito é dele, não nosso”, declarou.

A passista registrou o momento em vídeo, mostrando o motorista se afastando após confirmar o cancelamento da corrida. O conteúdo ganhou grande repercussão, com internautas expressando apoio e denunciando o comportamento discriminatório.

Em resposta, a Uber divulgou nota afirmando que repudia qualquer forma de discriminação e orienta que vítimas façam denúncias tanto pelo aplicativo quanto às autoridades competentes. A empresa reiterou seu compromisso com o respeito e a inclusão:

“A plataforma reforça seu compromisso com igualdade e acolhimento. Como previsto no Código da Comunidade, atitudes discriminatórias por parte de motoristas podem resultar em perda definitiva de acesso à plataforma.”

O episódio reacende o debate sobre o preconceito sofrido por profissionais ligados ao carnaval — uma das mais importantes manifestações culturais do país — e destaca a importância de políticas de proteção e respeito às mulheres, especialmente às trabalhadoras da arte e da cultura popular.

O caso já mobiliza movimentos ligados ao samba e ao combate à violência de gênero, que defendem punições mais rigorosas para condutas discriminatórias em serviços de transporte por aplicativo.


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Anúncio, Divulgação 



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