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| Foto de Arquivo: Luciano Hang presidente da empresa Havan |
Por Cleide Gama
Polícia Federal: Um relatório da Polícia Federal (PF), encaminhado nesta sexta-feira (19) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revelou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) recebeu apoio financeiro de aliados enquanto esteve foragida da Justiça brasileira, entre maio e junho de 2025.
Entre os nomes identificados, destaca-se o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, que transferiu R$ 5 mil via Pix para a parlamentar em 20 de maio. A contribuição foi considerada a de maior relevância dentro do período analisado, conforme apontam os investigadores.
Estrutura de arrecadação
Segundo o documento, Zambelli manteve uma estratégia organizada de financiamento por meio do site carlazambelli.com.br, registrado em seu nome. A página hospedava a campanha #JuntosComZambelli, oferecendo instruções para depósitos bancários e transferências instantâneas.
A PF identificou que, apenas entre 8 e 24 de maio, a deputada transferiu R$ 339 mil de sua conta no Itaú para outra em seu nome, na Caixa Econômica Federal. Depois do início da campanha pública de arrecadação, mais R$ 336 mil foram movimentados entre contas da parlamentar.
Além de Hang, outros financiadores ganharam destaque:
LCG Paschoalino Ltda., empresa do setor de transportes fundada em 2017;
Marcos Adolfo Tadeu Senamo Amaro, empresário e colecionador de arte, fundador do FAMA Museu.
Também foram registradas contribuições de pessoas próximas à deputada, como a secretária parlamentar Karina Zupelli Roriz dos Santos (R$ 3.187,62), o marido Antônio Aginaldo de Oliveira (R$ 2.000,00) e a apoiadora Cristiane de Brum Nunes Marin (R$ 2.000,00).
Contexto político e jurídico
Antes mesmo da fuga, Zambelli já respondia a inquérito no STF no âmbito da ação penal 2.428/DF, sob relatoria de Alexandre de Moraes, acusada de tentar obstruir investigações em andamento. Fora do país, passou a publicar críticas contra o Judiciário e a afirmar que retomaria uma postura "sem amarras impostas pela ditadura", em referência às decisões da Suprema Corte.
A PF também ressaltou que familiares da deputada participaram ativamente da divulgação da campanha de arrecadação. A mãe, Rita Zambelli, reforçou pedidos de apoio em redes alternativas como Gettr e Substack, inclusive com mensagens em inglês e italiano, combinando pedidos de doações com críticas ao STF e convocações para protestos.
Repercussões
O envolvimento de grandes empresários, como Hang, coloca em debate o limite da atuação política do setor privado e o possível enquadramento de tais contribuições dentro das normas de financiamento e apoio a agentes públicos investigados. O caso também reacende a discussão sobre a utilização de vaquinhas virtuais como ferramenta de financiamento político em momentos de crise.
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