domingo, 28 de setembro de 2025

Escândalo em voo oficial: relembrando o caso do militar da FAB preso com cocaína na Espanha

 

Foto de Arquivo: 39 Kg de cocaína em avião presidencial constrange governo bolsonaro 

Por Evandro Brasil 

Sevilha, 25 de junho de 2019 — Manoel Silva Rodrigues, segundo-sargento da Aeronáutica, foi preso no aeroporto de Sevilha, no sul da Espanha, com 39 quilos de cocaína em sua bagagem de mão, divididos em 37 pacotes. 

Ele fazia parte da equipe de apoio (escalão avançado / “avião de reserva”) da comitiva presidencial de Jair Bolsonaro, que se dirigia ao Japão para a reunião do G20. 

O avião principal da presidência não transportava Bolsonaro nesse trecho, e após o caso, houve mudança de escala: em vez de Sevilha, o retorno da viagem presidencial fez escala em Lisboa. 


Procedimentos e investigações

O militar foi submetido a um Inquérito Policial Militar (IPM) aberto pela Aeronáutica para apurar se todos os protocolos de segurança foram seguidos, especialmente no embarque da mala na base aérea de Brasília. 

Também se formou um grupo de trabalho para reforçar os controles de segurança nos voos da FAB. 

Manoel Silva Rodrigues permaneceu preso provisoriamente na Espanha, cumpre regime conforme decisão da justiça espanhola. 


Atualização: sentença e consequências

Em fevereiro de 2020, o militar aceitou um acordo com a Promotoria da Espanha, que resultou em pena de seis anos de prisão. 

Ele também foi condenado a pagar multa de 2 milhões de euros nas instâncias espanholas. 

No Brasil, o caso continua a ter repercussões institucionais, sobretudo para as Forças Armadas, em termos de credibilidade e necessidade de revisão de protocolos de segurança. 


Impacto e reações institucionais

O governo Bolsonaro classificou o episódio como “inaceitável” e determinou “punição severa”. 

O Ministério da Defesa e a Aeronáutica comprometeram-se a colaborar com as investigações na Espanha, assim como instaurar processos disciplinares no Brasil. 


Opinião de especialistas

Especialistas em segurança pública, direito militar e políticas de controle de tráfico apontam os seguintes aspectos:

1. Falhas institucionais de controle — Há consenso de que este caso evidencia lacunas nos procedimentos de vistoria e segurança nos voos oficiais reservados, mesmo em escalões de apoio. A lógica militar de confiança interna pode criar espaços vulneráveis.

2. A necessidade de transparência — Especialistas defendem que as Forças Armadas reforcem a transparência dos inquéritos internos, publiquem relatórios de como o incidente ocorreu, quais controles falharam, quem foi responsabilizado. Isso ajuda a reafirmar a autoridade institucional.

3. Prestígio institucional afetado — O episódio repercute fortemente na opinião pública, afetando a confiança não apenas no militar envolvido, mas nas Forças Armadas como um todo. Isso ocorre especialmente porque instituições militares costumam ser tidas por “morais” ou “ícones de integridade” por parte da população.

4. Proposta de aperfeiçoamento de protocolos — Entre as recomendações técnicas: revisões regulares de controle de bagagem para tripulantes, uso de scanners em todos os aeroportos e trechos, fiscalização cruzada entre órgãos (FAB, Ministério da Defesa, GSI quando aplicável), auditorias externas, além de sanções visíveis em casos de infração.

5. O papel do direito penal internacional — O caso ilustra como crimes cometidos no exterior, especialmente por agentes públicos, são objeto de jurisdição estrangeira (no caso, espanhola) e também de responsabilidade disciplinar interna, o que reforça a cooperação internacional como dimensão fundamental no combate ao tráfico.


Reflexão final

Mesmo após a sentença, muitos questionamentos permanecem: quantos outros incidentes semelhantes podem ter passado despercebidos? As sanções disciplinares no Brasil foram suficientes? E o mais importante, medidas preventivas robustas foram implementadas para que algo parecido não volte a acontecer?

Este caso também serve de alerta para a necessidade contínua de vigilância institucional: quando agentes do Estado — especialmente militares, e mais ainda em missões oficiais — envolvem-se em crimes graves, a resposta tem de ser rigorosa, transparente e exemplar.


sábado, 27 de setembro de 2025

Transporte alternativo ganha força no RJ: Rota Fixa promete revolucionar o setor de aplicativos

Foto de Arquivo: Transporte de passageiros por aplicativo no Rio de Janeiro tem mercado aquecido e apresenta novidades

Por Marcelo Procópio 

O transporte alternativo se consolidou como uma opção cada vez mais presente no dia a dia dos brasileiros, especialmente nas grandes cidades. Na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, motoristas e passageiros destacam tanto os benefícios quanto os desafios desse serviço, que vem se tornando peça fundamental na mobilidade urbana.

Para os passageiros, a principal vantagem é a praticidade. “Hoje, consigo escolher entre diferentes categorias e pagar um preço mais acessível em horários de pico”, afirma Renata Souza, moradora de Duque de Caxias. Outro ponto elogiado é a flexibilidade: usuários podem optar por corridas rápidas, transporte familiar ou até mesmo por motoristas mulheres para maior sensação de segurança.

Do lado dos motoristas, a independência é apontada como um dos principais atrativos. “Trabalhar com aplicativo me permite organizar melhor meu tempo. Mas a insegurança nas ruas e as taxas elevadas cobradas pelas plataformas ainda são problemas sérios”, diz Carlos Andrade, motorista há três anos.

Especialistas em mobilidade urbana também analisam o fenômeno. O professor Marcos Lima, da Universidade Federal Fluminense (UFF), explica que o transporte alternativo democratizou o acesso ao deslocamento em áreas antes negligenciadas pelo transporte público. No entanto, ele alerta para os riscos: “A falta de regulamentação específica pode gerar conflitos e insegurança tanto para motoristas quanto para usuários”.

Nesse cenário, surge o Rota Fixa, novo aplicativo de transporte por aplicativo com lançamento previsto entre 15 e 20 de outubro, nas cidades da região metropolitana do Rio de Janeiro. A plataforma promete ser o futuro do setor no Brasil, oferecendo maior segurança, taxas justas para motoristas e atendimento personalizado aos passageiros. A expectativa é que o Rota Fixa traga inovação tecnológica e novas possibilidades de escolha para o público.

Com o crescimento do setor, a disputa por espaço entre empresas deve se intensificar. Para passageiros e motoristas, o desafio é equilibrar preços acessíveis, remuneração justa e segurança em cada viagem.


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sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Receita Federal apreende 91 milhões de litros de diesel em megaoperação contra fraudes no setor de combustíveis

Marinha do Brasil e Receita Federal em ação conjunta

Por Cleide Gama 

Combustíveis: Em uma ação de grande porte realizada nesta sexta-feira (26), a Receita Federal, em conjunto com a Marinha do Brasil e com apoio da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), apreendeu 91 milhões de litros de óleo diesel em dois navios que chegavam ao país. A carga, avaliada em cerca de R$ 290 milhões, tinha como destino refinarias no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Além do combustível, também foram retidos aproximadamente 115 toneladas de insumos importados, utilizados na produção de combustíveis, armazenados em contêineres. Segundo as autoridades, essa é mais uma etapa da Operação Cadeia de Carbono, deflagrada na semana passada e que já havia apreendido outras remessas suspeitas.

De acordo com informações preliminares, a fiscalização busca identificar possíveis práticas ilícitas, como:

Fraudes em notas fiscais e documentos de transporte, que simulam transações para dificultar o rastreamento pelos órgãos de controle;

Ocultação de beneficiários reais das operações de comércio exterior;

Divergências em informações prestadas pelos importadores aos órgãos reguladores;

Fluxos financeiros suspeitos que levantam dúvidas sobre a origem dos recursos usados nas operações.

Todo o material apreendido passará por perícia técnica para confirmar a composição e a qualidade do diesel importado. A Receita Federal também vai analisar se a refinaria Refit, uma das principais destinatárias da carga, atua dentro da legalidade.

As autoridades destacam que a operação tem como objetivo proteger a concorrência leal no setor de combustíveis, evitar fraudes fiscais e garantir a arrecadação de tributos, além de preservar a segurança do comércio exterior brasileiro.

Essa nova etapa reforça a ofensiva do governo contra esquemas de sonegação e irregularidades no mercado de combustíveis, um dos setores mais sensíveis da economia nacional.


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sábado, 20 de setembro de 2025

Luciano Hang aparece entre os principais financiadores de Carla Zambelli durante período foragida

Foto de Arquivo: Luciano Hang presidente da empresa Havan

Por Cleide Gama 

Polícia Federal: Um relatório da Polícia Federal (PF), encaminhado nesta sexta-feira (19) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revelou que a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) recebeu apoio financeiro de aliados enquanto esteve foragida da Justiça brasileira, entre maio e junho de 2025.

Entre os nomes identificados, destaca-se o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, que transferiu R$ 5 mil via Pix para a parlamentar em 20 de maio. A contribuição foi considerada a de maior relevância dentro do período analisado, conforme apontam os investigadores.


Estrutura de arrecadação

Segundo o documento, Zambelli manteve uma estratégia organizada de financiamento por meio do site carlazambelli.com.br, registrado em seu nome. A página hospedava a campanha #JuntosComZambelli, oferecendo instruções para depósitos bancários e transferências instantâneas.

A PF identificou que, apenas entre 8 e 24 de maio, a deputada transferiu R$ 339 mil de sua conta no Itaú para outra em seu nome, na Caixa Econômica Federal. Depois do início da campanha pública de arrecadação, mais R$ 336 mil foram movimentados entre contas da parlamentar.


Além de Hang, outros financiadores ganharam destaque:

LCG Paschoalino Ltda., empresa do setor de transportes fundada em 2017;

Marcos Adolfo Tadeu Senamo Amaro, empresário e colecionador de arte, fundador do FAMA Museu.

Também foram registradas contribuições de pessoas próximas à deputada, como a secretária parlamentar Karina Zupelli Roriz dos Santos (R$ 3.187,62), o marido Antônio Aginaldo de Oliveira (R$ 2.000,00) e a apoiadora Cristiane de Brum Nunes Marin (R$ 2.000,00).


Contexto político e jurídico

Antes mesmo da fuga, Zambelli já respondia a inquérito no STF no âmbito da ação penal 2.428/DF, sob relatoria de Alexandre de Moraes, acusada de tentar obstruir investigações em andamento. Fora do país, passou a publicar críticas contra o Judiciário e a afirmar que retomaria uma postura "sem amarras impostas pela ditadura", em referência às decisões da Suprema Corte.

A PF também ressaltou que familiares da deputada participaram ativamente da divulgação da campanha de arrecadação. A mãe, Rita Zambelli, reforçou pedidos de apoio em redes alternativas como Gettr e Substack, inclusive com mensagens em inglês e italiano, combinando pedidos de doações com críticas ao STF e convocações para protestos.


Repercussões

O envolvimento de grandes empresários, como Hang, coloca em debate o limite da atuação política do setor privado e o possível enquadramento de tais contribuições dentro das normas de financiamento e apoio a agentes públicos investigados. O caso também reacende a discussão sobre a utilização de vaquinhas virtuais como ferramenta de financiamento político em momentos de crise.


Eduardo Bolsonaro e Silas Malafaia acusam relator do PL da Anistia de trair causa bolsonarista; projeto sofre mudanças



Foto de Arquivo: Eduardo Bolsonaro e seu pai, Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos por tentativa de golpe de Estado (foto: CNN)

Por Cleide Gama 

DF: O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o pastor Silas Malafaia manifestaram forte oposição, nesta sexta-feira (19), ao deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), recentemente designado relator do Projeto de Lei da Anistia na Câmara. A polêmica gira em torno da proposta original de anistia “ampla, geral e irrestrita” — alvo de consenso entre correligionários — e das alterações defendidas por Paulinho, que tenta substituir o perdão irrestrito por uma atenuação de penas para os condenados nos atos de 8 de janeiro de 2023. 

Eduardo Bolsonaro, atualmente residindo nos Estados Unidos desde fevereiro, argumentou que não abrirá mão do que chama de “justiça e liberdade” para negociar o que considera um “acordo indecoroso e infame”. Ele ainda alertou Paulinho sobre o risco de ser visto “como colaborador do regime de exceção” do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal que condenou Jair Bolsonaro. 

Silas Malafaia foi igualmente contundente. Ele criticou a necessidade de “acordo com STF e Executivo” para aprovar a anistia, classificando o posicionamento como um desrespeito à Constituição. O líder religioso também mencionou que a dosagem de penas é competência do Judiciário, e não do Congresso, e que erros e perseguições políticas devem ser tratados, mas não mediante uma medida que, segundo ele, relativize crimes graves. 

Paulinho, por sua vez, defende o que chama de “PL da Dosimetria”, propondo que o texto contemple redução de pena — em maior ou menor grau — para os réus envolvidos no 8 de janeiro, sem conceder anistia total. Ele já conversou com figuras como Michel Temer e Aécio Neves para ajustar o texto, que segundo ele precisa ser palatável para múltiplos setores do Congresso e para o Supremo Tribunal Federal, visando evitar que seja declarado inconstitucional. 


Informação nova/contexto adicional:

O PL da Anistia, em sua versão de Paulinho da Força, tem enfrentado críticas tanto de bolsonaristas — que querem anistia total, inclusive para Jair Bolsonaro — quanto de governistas e de opositores que afirmam que conceder perdão pode representar afronta à lei, particularmente por conta dos danos causados e da gravidade dos atos de 8 de janeiro. 

Líderes do governo, como Jaques Wagner (PT-BA), já sinalizaram que aceitam a possibilidade de redução de penas para o “núcleo menor” ou para atores considerados de menor envolvimento nos atos, mas rejeitam anistia irrestrita. 

A expectativa é que o texto final esteja pronto para votação de mérito já na próxima semana, com tramitação também no Senado caso aprovado na Câmara. 



Nando Reis emociona ao cantar "All Star" com Chico Chico, filho de Cássia Eller

Foto de Arquivo: Nando Reis e Chico Chico celebram Cássia Elen no festival Coala (Fonte: O Povo)

Por Marcelo Procópio 

Cultura: Nando Reis voltou a emocionar seus fãs ao compartilhar um registro especial em suas redes sociais: uma apresentação ao lado de Chico Chico, filho da inesquecível Cássia Eller (1962-2001). Juntos, eles interpretaram a canção "All Star", composta por Nando especialmente para a amiga e parceira musical, eternizando uma das amizades mais marcantes da música brasileira.

Na legenda do vídeo, o cantor escreveu: “Cantando com o filho da minha melhor amiga a música que fiz para ela. Uma lembrança inesquecível ao lado de Chico Chico cantando ‘All Star Azul’, que compus para Cássia”.

A publicação rapidamente conquistou os internautas, que se mostraram comovidos com a cena. “Estou daqui de sorriso largo e emocionada! A amizade é um presente”, comentou uma fã. Outra destacou: “Passado se misturando com presente. Emocionante, de arrepiar”. E houve também quem lembrasse a cantora com carinho: “A Cássia deve estar gargalhando lá de cima. Obrigada por esse momento!”.

A canção "All Star" faz parte do álbum “Para Quando o Arco-Íris Encontrar o Pote de Ouro” (2000), segundo trabalho solo de Nando Reis, e também integra o disco póstumo de Cássia Eller, “Dez de Dezembro” (2002). Vale lembrar que Cássia eternizou diversas composições de Nando em sua voz, como "E.C.T." e "Segundo Sol", reforçando a forte ligação artística e afetiva entre os dois.

Com esse encontro, Nando e Chico não apenas prestaram homenagem a Cássia Eller, mas também reavivaram a memória de uma amizade que marcou gerações e deixou um legado profundo na música brasileira.

“Os Donos do Jogo” expõe bastidores do poder paralelo e reacende debate sobre a realidade do crime no Rio

  Foto de divulgação  Por Cleide Gama  Ficção:  A nova minissérie brasileira da Netflix, Os Donos do Jogo, vem provocando grande repercussão...