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| Foto de Arquivo: Banco Master - reprodução |
Por Marcelo Procópio
Caso do Banco Master: Na terça-feira, 18 de novembro de 2025, o Banco Central do Brasil (BC) decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master. A decisão foi motivada por uma grave crise de liquidez e por “significativo comprometimento da situação econômico-financeira”, além de violações às normas do sistema financeiro nacional.
Simultaneamente, a Polícia Federal (PF), no âmbito da Operação Compliance Zero, prendeu o controlador do banco, Daniel Vorcaro, que tentava deixar o país pelo Aeroporto de Guarulhos.
O papel do FGC no resgate
Com a liquidação, o FGC — que tem o propósito de proteger depositantes e investidores em caso de falência bancária — foi acionado. O fundo estima pagar cerca de R$ 41 bilhões para atender os aproximadamente 1,6 milhão de credores do Banco Master.
Cada investidor está coberto até o teto de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ; valores acima desse limite não são garantidos automaticamente pelo FGC e entram na chamada massa falida, passando por processo judicial que pode levar anos.
Segundo a autarquia, os pagamentos podem começar em aproximadamente 48 horas após o início da liberação — embora o prazo médio costume girar em torno de 30 dias após a formalização do pedido via aplicativo do FGC.
Quem pode ser ainda mais prejudicado
Nem todos os investimentos no Banco Master estão protegidos. Por exemplo, fundos de pensão de estados e municípios aplicaram cerca de R$ 1,86 bilhão em títulos do banco, que não têm a garantia do FGC — o que implica risco de perda total para esses investidores, caso não haja recuperação suficiente na massa falida.
Além disso, o rombo atribuído ao banco se aproxima de R$ 12 a R$ 17 bilhões em supostos créditos fictícios vendidos ao Banco de Brasília (BRB), o que evidencia a profundidade da fraude e a extensão dos danos ao mercado financeiro.
Consequências para o sistema financeiro e lições para o futuro
A crise reforça a vulnerabilidade que pode existir mesmo em bancos de porte pequeno — o conglomerado Master concentrava cerca de 0,57% dos ativos totais e 0,55% das captações do sistema financeiro, segundo o BC.
O episódio reacende o debate sobre o papel e os limites do FGC: embora seja uma garantia importante para investidores, ele tem teto e não cobre todas as categorias de aplicações — como no caso de fundos de pensão ou aplicações institucionais.
Instituições que adotaram altas taxas de remuneração (como CDBs com retornos muito acima da média) merecem avaliação cuidadosa de risco — especialmente quando a oferta parece desproporcional ao perfil de risco/retorno.
Para reguladores e autoridades, o colapso do Master demonstra a necessidade de maior vigilância, supervisão e regras mais robustas para evitar o uso do sistema de garantia como atrativo para corridas de altos rendimentos sem lastro real.
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