sexta-feira, 7 de novembro de 2025

“Os Donos do Jogo” expõe bastidores do poder paralelo e reacende debate sobre a realidade do crime no Rio

 

Foto de divulgação 

Por Cleide Gama 

Ficção: A nova minissérie brasileira da Netflix, Os Donos do Jogo, vem provocando grande repercussão desde sua estreia. Em apenas 10 episódios, a produção apresenta uma narrativa de ficção inspirada em estruturas de poder, violência e alianças que cercam o jogo do bicho no Rio de Janeiro — tema que, há décadas, levanta discussões sobre crime organizado, corrupção e influência política na cidade.

Na trama, personagens centrais disputam territórios, negociam acordos nos bastidores e mantêm relações com figuras públicas, inclusive policiais e políticos, para garantir proteção e domínio comercial. Em vários momentos, os roteiristas fazem referências simbólicas a episódios históricos conhecidos do carioca, como confrontos entre “chefes do jogo”, prisões espetaculares, execuções silenciosas e — principalmente — a convivência naturalizada entre o ilegal e o institucional.

Não é difícil ao espectador lembrar de fatos reais, como os muitos assassinatos noticiados em função de conflitos na contravenção e as investigações que atingiram figuras de destaque, dentre bicheiros, no Rio ao longo das últimas quatro décadas. A série também flerta com o tema da lavagem de dinheiro usando eventos, clubes esportivos e agremiações carnavalescas — um assunto que já fez parte de inúmeras pesquisas jornalísticas e reportagens televisivas no país.

A repercussão nas redes sociais não demorou. Quem assistiu aos 10 episódios comenta que a série cria uma atmosfera “incômoda” pela semelhança com o noticiário do dia a dia.

Parece que estou vendo a história do Rio sendo contada com nomes trocados”, disse um espectador em grupos de debate sobre política e crimes.

Outra telespectadora declarou que a série funciona como uma “aula não oficial” sobre como o poder paralelo se estrutura: “Eles mostram exatamente como o crime se perpetua. Não é só violência, é articulação. E isso é exatamente o que vemos nas reportagens e nos processos judiciais”.

Há quem afirme ainda que a série deve abrir caminho para mais produções que abordem o crime no Rio de forma menos caricata e mais próxima dos bastidores reais.

Para os especialistas, esse tipo de dramaturgia tem potencial de provocar reflexão pública: sobre até que ponto os limites entre ficção e realidade, quando o tema é o jogo do bicho, realmente existem. O debate está lançado — e Os Donos do Jogo já se posiciona como uma das séries brasileiras mais comentadas do ano.


quinta-feira, 6 de novembro de 2025

COP30 em Belém: Lula cobra ação global urgente e diz que “tempo está acabando” para salvar o planeta

Luís Inácio Lula da Silva na abertura da COP 30

Por Rita Rocha 

Meio ambiente: Na manhã desta quinta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez o discurso de abertura da Cúpula de Líderes da COP30, em Belém do Pará — cidade que pela primeira vez na história recebe uma conferência dessa magnitude no coração vivo da Amazônia. Lula afirmou que guerras, disputas geopolíticas e o avanço de propaganda extremista estão desviando o foco mundial do que realmente importa: evitar o colapso climático.

Segundo o presidente, enquanto países ricos gastam trilhões com armamentos e novos arsenais, a ciência continua alertando que o planeta segue em rota crítica de aumento de temperatura. Dados recentes do Programa da ONU para o Meio Ambiente apontam que, mantida a tendência atual, o mundo pode chegar ao fim do século com +2,5ºC, causando impactos econômicos, sociais e sanitários sem precedentes. Estimativas apontam possível retração de até 30% do PIB global e mais de 250 mil mortes extras ao ano por eventos climáticos extremos.

Lula criticou também o negacionismo e a fabricação de narrativas falsas que distorcem o debate ambiental para gerar vantagem eleitoral. Segundo ele, governos, empresas e cidadãos precisam reconhecer que além de “emissões” e “gigatoneladas de CO₂”, o que está em jogo é o drama concreto das pessoas — que sofrem com enchentes, secas recordes, queimadas, falta de água potável e aumento do custo dos alimentos.

O presidente ressaltou que a discussão agora se concentra em financiamento. Em 2024, na COP do Azerbaijão, ficou pactuado que os países desenvolvidos deverão liderar a mobilização anual de US$ 300 bilhões até 2035 — número que está longe do mínimo necessário. Brasil e Azerbaijão deverão apresentar o caminho para chegar à meta ideal de US$ 1,3 trilhão por ano — o que pode envolver perdão de dívidas, crédito climático, fundos soberanos verdes e novas fontes globais de arrecadação.

Lula declarou que já passou da hora de abandonar combustíveis fósseis e parar o desmatamento, lembrando que a primeira grande publicação científica alertando para o aquecimento global é de 1988, ou seja, há mais de 35 anos. Mesmo assim, o mundo só começou a admitir o problema recentemente. Para o presidente, a COP30 deve ser o “momento da verdade” — quando os acordos deixam de ser apenas diplomacia e começam a virar execução real.

Ele também destacou a força simbólica de realizar esse encontro no meio da Amazônia — onde vivem milhões de brasileiros e centenas de povos indígenas, que convivem diariamente com o desafio de desenvolver e preservar ao mesmo tempo. E pontuou que o mundo precisa responder: o que está sendo feito de fato para evitar o colapso do maior bioma tropical do planeta?

No fim do discurso, Lula agradeceu os trabalhadores que dedicaram semanas para montar a estrutura da conferência em tempo recorde. E afirmou que Belém estará no centro das decisões multilaterais de 2025 — um ano que pode redefinir o futuro do planeta.

Nota adicional / nova informação contextual inserida: – O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) já publicou estudos que indicam que, se o aquecimento ultrapassar 1,5ºC, mais de 90% dos recifes de coral do mundo podem desaparecer, e o risco de escassez hídrica para mais de 3 bilhões de pessoas pode aumentar drasticamente.




PF DESMONTA CÉLULA CRIMINOSA FORMADA POR AGENTES FEDERAIS – Empresário é preso com armas e carro blindado no Rio

Foto de Arquivo: Policiais militantes e federais estavam envolvidos no esquema 

Por Rita Rocha

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (06), uma operação que revelou um esquema criminoso dentro da própria estrutura institucional do órgão. Durante a ação — batizada de Mundemus, termo em latim que significa “vamos limpar” ou “purifiquemos” — um empresário foi preso em flagrante e quatro agentes de segurança pública passaram a ser alvo de medidas restritivas, incluindo três policiais federais (dois aposentados e um da ativa) e um policial militar.

As investigações apontam que os suspeitos utilizavam instalações e recursos ligados à Superintendência da PF no Rio de Janeiro como base para extorsão. O grupo exigia pagamentos mensais de um empresário em troca de não instaurar inquérito contra ele. Para reforçar a simulação de “proteção institucional”, os investigados chegaram a fornecer crachás, distintivos e identificação falsificada, permitindo que o empresário se passasse por agente federal.

Durante as diligências na casa do empresário, em Jacarepaguá, Zona Oeste da cidade, os investigadores apreenderam armas, munições, símbolos falsificados da PF e até um veículo blindado equipado com dispositivo sonoro de sirene e giroflex, um aparato digno de viaturas oficiais. A prisão em flagrante ocorreu também pela posse ilegal de armamento.

Outros mandados de busca foram cumpridos na Barra da Tijuca, Penha e Tijuca, além de endereços em Niterói, ligados ao PM investigado. Além do afastamento imediato das funções, os agentes tiveram aplicadas medidas cautelares como entrega de armamento pessoal, proibição de deixar o país e impedimento de manter contato entre si. Eles estão sendo enquadrados por organização criminosa, extorsão com agravante, falsidade ideológica, uso indevido de símbolos públicos e quebra de sigilo funcional.

A origem dessa nova investigação surgiu a partir de cruzamento de provas obtidas na Operação Cash Courier, deflagrada em março deste ano, que desarticulou um grupo responsável por tráfico internacional de armas — também liderado por um ex-policial federal.

A operação desta quinta-feira contou com apoio do Ministério Público Federal e da Corregedoria da Polícia Militar. Fontes internas afirmam que novas diligências não estão descartadas, e que o esquema pode ter ramificações com agentes de outros estados.

Extraoficialmente, investigadores avaliam que o caso expõe, novamente, o esforço das corregedorias em fechar o cerco contra infiltração de quadrilhas dentro das forças de segurança, um fenômeno que tem crescido com a profissionalização de organizações criminosas que buscam legitimidade e proteção usando o aparato estatal de forma clandestina.


quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Operação da polícia no Ri de Janeiro deixa um rastro de destruição e sangue nos complexos do Alemão e da Penha

Foto de Arquivo: EBC - Policias civil e militar fazem operação nos complexos do Alemão e da Penha 

Por Cleide Gama 

Na manhã desta terça-feira (28/10/3025), uma das maiores operações integradas das forças de segurança do Rio de Janeiro mobilizou cerca de 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, além de promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do RJ), nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte da capital. A ação, que tinha como principal objetivo o cumprimento de mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV), resultou em um confronto de grandes proporções, deixando quatro policiais mortos — dois militares e dois civis — e oito agentes feridos.

De acordo com informações oficiais, 60 suspeitos foram mortos durante os confrontos, e 81 pessoas foram presas. Entre os presos, há criminosos que vieram de outros estados para apoiar o projeto de expansão territorial da facção, apontado pela investigação como uma tentativa de ampliar o domínio do CV em áreas estratégicas do Rio.

Durante as buscas, as forças de segurança apreenderam 93 fuzis, grandes quantidades de munição e materiais explosivos. Ao longo da operação, 71 ônibus foram usados como barricadas por criminosos, o que interrompeu o transporte público em diversas regiões. Além disso, quatro moradores acabaram atingidos por tiros, aumentando a tensão e a revolta entre os residentes.

Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública classificou a operação como “necessária e de alto risco”, destacando que o enfrentamento ao crime organizado “exige coordenação nacional e apoio mútuo entre os estados”. Um porta-voz do ministério afirmou que “o governo federal acompanha de perto o caso e está à disposição para oferecer suporte logístico e investigativo, inclusive com o uso de tecnologia de inteligência e rastreamento de armamentos”.

Moradores relataram cenas de pânico. “Parecia uma guerra. Acordamos com o som dos tiros e helicópteros sobrevoando bem baixo”, contou Dona Marlene, comerciante da região da Vila Cruzeiro. Outro morador, que preferiu não se identificar, afirmou que “a comunidade está cansada de viver entre o fogo cruzado de bandidos e da polícia”.

Já o secretário estadual de Segurança Pública, em entrevista coletiva, defendeu a operação, afirmando que “a ação foi planejada com base em informações de inteligência e é parte de um esforço contínuo para enfraquecer o poder bélico das facções criminosas”. Ele lamentou as mortes dos agentes, dizendo que “cada policial que cai em combate representa uma perda irreparável para o Estado e para a sociedade”.

A megaoperação segue sendo acompanhada por forças federais e estaduais, e novas diligências devem ocorrer nas próximas horas para localizar criminosos que conseguiram escapar do cerco.


Balanço atualizado da operação:

60 suspeitos mortos

2 policiais militares mortos

2 policiais civis mortos

8 agentes feridos

4 moradores atingidos

81 presos

93 fuzis apreendidos

71 ônibus usados como barricadas

100 mandados de busca e apreensão

A ação, uma das mais violentas do ano, reacende o debate sobre a política de segurança pública no Rio de Janeiro e os limites do enfrentamento armado nas favelas.


segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Novo Aplicativo de Transporte Conecta Passageiros e Causas Sociais em Uma Única Viagem

Foto de Arquivo: Rota Fixa o aplicativo de transportes de passageiros que vem se tornando o queridinho do Rio 

Por Marcos Vinicius 

Um novo aplicativo de mobilidade urbana está chegou para transformar não apenas a forma como as pessoas se deslocam, mas também o impacto que cada viagem pode ter na comunidade. Chamado "Rota Fixa", o app vai além de conectar motoristas e passageiros, destinando parte de sua renda para apoiar projetos sociais de entidades do terceiro setor. A proposta é simples: cada corrida vira uma doação para iniciativas voltadas para educação, meio ambiente, desenvolvimento social e combate à fome.

A ideia surgiu da percepção de que a tecnologia pode ser uma grande aliada da solidariedade. Os usuários poderão, através dos canais de relacionamento, escolher qual área desejam apoiar naquele momento. Seja contribuindo para a compra de material escolar para crianças, para o reflorestamento de uma área verde, para a profissionalização de jovens ou para o apoio as cozinhas solidárias ou até mesmo para a compra de cestas básicas, a decisão fica na palma da mão de quem está viajando.

A população já demonstra entusiasmo com a novidade. "A gente já precisa pegar um transporte todo dia. Se eu puder fazer isso e ainda saber que estou ajudando, mesmo que um pouquinho, uma entidade carente, é fantástico. É como se a minha corrida do dia a dia ganhasse um propósito a mais", comenta Maria Silva, diarista de 45 anos.

Para João Pedro, estudante universitário, a iniciativa é um diferencial. "Hoje em dia a gente compara preço e tempo nos apps, mas a proposta do Rota Fixa me fez repensar. Saber que uma parte do que eu pago vai para um projeto social me faz escolher com o coração, não só com a carteira. É uma pequena ação que, se todo fizer, vira uma grande mudança", opina.

O Rota Fixa promete tarifas competitivas, cobrança de taxas menores para os motoristas e a mesma praticidade dos aplicativos tradicionais, mas com a missão clara de gerar um impacto social positivo. As entidades beneficiadas serão selecionadas por um comitê de especialistas e terão sua prestação de contas auditada, garantindo transparência no uso dos recursos. A expectativa é que, com a adesão dos usuários, o aplicativo se torne uma ferramenta poderosa de financiamento coletivo para quem mais precisa, transformando trajetos cotidianos em rotas de esperança e desenvolvimento para toda a sociedade.

Mais informações sobre o aplicativo podem ser obtidas no site da empresa: rotafixa.com.br


Divulgação:



sábado, 18 de outubro de 2025

Polícia apreende número recorde de fuzis no Rio de Janeiro e alerta para avanço de fábricas clandestinas no país

Apreensão de armas de guerra vem crescendo em várias regiões de Brasil 

Por Marcelo Procópio 

O Brasil vive um momento alarmante no combate ao tráfico de armas. Somente no estado do Rio de Janeiro, as forças de segurança apreenderam mais de 600 fuzis desde o início do ano — o maior número já registrado em um mesmo período, segundo dados da Polícia Civil e da Polícia Militar.

As apreensões recordes refletem uma realidade preocupante: o aumento do poder bélico das facções criminosas e milícias, que atuam em diferentes regiões do país e têm acesso a armamentos de alto calibre, muitos deles de uso restrito das Forças Armadas.


Armas de guerra nas mãos do crime

De acordo com as investigações, muitas das armas apreendidas são de fabricação estrangeira, mas uma parte crescente vem sendo produzida em oficinas e fábricas clandestinas instaladas em território nacional. Essas estruturas ilegais têm sido descobertas não apenas no Rio, mas também em São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Paraná e Bahia.

Essas fábricas operam com equipamentos de precisão e impressoras 3D, capazes de montar fuzis e pistolas a partir de peças avulsas, o que dificulta o rastreamento e favorece o comércio ilegal. “É uma nova fase do crime organizado, que já não depende apenas do contrabando. Agora, produz suas próprias armas”, explica um delegado da Divisão de Armas, Munições e Explosivos (DAME), sob condição de anonimato.


Operações integradas e inteligência policial

A Polícia Federal e as Secretarias Estaduais de Segurança Pública têm intensificado operações conjuntas com apoio da Força Nacional e da Receita Federal, que monitora rotas de entrada de armamentos e insumos via fronteiras terrestres e portos marítimos.

Somente nos últimos três meses, foram desmanteladas 11 fábricas clandestinas em diferentes estados e apreendidos milhares de componentes utilizados na montagem de fuzis automáticos.

O secretário de Segurança do Rio, Victor Santos, destacou que a apreensão de 600 fuzis é “um marco positivo, mas também um alerta sobre a dimensão do problema”. Segundo ele, a maior parte dessas armas estava destinada a grupos ligados ao tráfico de drogas e milícias armadas na capital e na Baixada Fluminense.


Rota do crime e desafios da repressão

As investigações indicam que parte das armas entra no Brasil por rotas que passam pelo Paraguai e Bolívia, com destino final aos grandes centros urbanos. Outra parcela, segundo os órgãos de segurança, é montada em oficinas locais e vendida pela internet, usando plataformas clandestinas e criptomoedas para dificultar o rastreamento financeiro.

Especialistas alertam que o avanço do armamento pesado no país exige uma ação coordenada de inteligência, controle de fronteiras e rastreamento tecnológico. “O crime evoluiu, e o Estado precisa evoluir junto. A guerra das armas não se vence apenas com apreensões, mas com investigação e controle de origem”, afirma o sociólogo Rafael Almeida, especialista em segurança pública.


Governo busca endurecer leis

O Ministério da Justiça anunciou que está elaborando um pacote de medidas para endurecer a fiscalização e punir a fabricação clandestina de armas, além de propor a criação de um banco de dados nacional integrado entre as polícias estaduais e a Polícia Federal.

O governo também estuda regras mais rígidas para o comércio de peças e componentes de armas, um dos principais gargalos que permitem o funcionamento das fábricas ilegais.

Enquanto isso, as forças de segurança seguem nas ruas — e nos laboratórios — combatendo um inimigo cada vez mais sofisticado, que transforma o país em campo de batalha de uma guerra silenciosa e permanente.



📍 Rio de Janeiro, outubro de 2025

📊 Fontes: Polícia Civil, Polícia Militar, Ministério da Justiça, Agência Brasil, PF, DAME

Trabalho por aplicativo cresce no Brasil e já ocupa milhões de trabalhadores, aponta IBGE

Foto de Arquivo: Motorista por aplicativo 

Por Marcos Vinicius 

O trabalho por aplicativo continua em forte expansão no Brasil. Dados recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, em 2025, o número de brasileiros que têm nas plataformas digitais sua principal fonte de renda atingiu o maior patamar da série histórica.

De acordo com o levantamento, o país já conta com mais de 1,8 milhão de pessoas trabalhando em aplicativos de transporte, entrega e serviços diversos, o que representa um crescimento superior a 20% em relação ao ano anterior. A pesquisa inclui motoristas de transporte individual, mototaxistas, entregadores de comida e profissionais autônomos que utilizam aplicativos para conectar-se a clientes.


Mais horas e menos proteção social

O estudo do IBGE mostra também que quem trabalha por aplicativo passa mais tempo na ativa. Em média, esses profissionais dedicam 44,5 horas semanais às plataformas — uma jornada superior à média nacional de 39,6 horas entre os trabalhadores com carteira assinada.

Além da carga horária elevada, os dados apontam que a maioria desses profissionais não possui cobertura previdenciária nem benefícios trabalhistas, como férias ou 13º salário. A ausência de vínculos formais faz com que o rendimento dependa diretamente do número de corridas, entregas ou serviços realizados.

“Os aplicativos trouxeram oportunidade de renda para milhões de brasileiros, mas também colocaram em evidência a necessidade de novas regras que protejam o trabalhador digital”, afirma o economista João Diniz, consultor em mercado de trabalho e inovação.


Perfil dos trabalhadores

Segundo o IBGE, homens representam cerca de 78% dos trabalhadores por aplicativo, com maior concentração nas faixas etárias entre 25 e 44 anos. A maioria tem ensino médio completo, e cerca de 60% afirmam que o trabalho em plataforma é sua única fonte de renda.

O crescimento é mais visível nos grandes centros urbanos, especialmente nas regiões Sudeste e Nordeste, onde a demanda por mobilidade urbana e entregas rápidas segue em alta.


Transformação no mundo do trabalho

Especialistas apontam que o fenômeno reflete uma mudança estrutural no mercado de trabalho brasileiro, impulsionada pela tecnologia, pela crise econômica e pela busca de autonomia.

O IBGE destaca que, embora o setor ainda enfrente desafios de regulamentação, o trabalho por aplicativo já é parte integrante da economia nacional, movimentando bilhões de reais por ano.


Debate sobre regulamentação

O governo federal e representantes das empresas de aplicativo discutem, desde 2023, uma proposta de regulamentação do trabalho digital. O texto prevê direitos mínimos, como contribuição previdenciária e remuneração mínima por hora trabalhada.

Entretanto, as negociações avançam lentamente, diante da resistência de parte das empresas e das divergências entre categorias profissionais.

Enquanto isso, motoristas e entregadores continuam nas ruas, garantindo a mobilidade de milhões de brasileiros e sustentando um setor que já se tornou um dos pilares da nova economia.


📊 Fonte: IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua 2025)

📍 Brasília, outubro de 2025



Brasil e Estados Unidos buscam reaproximação em meio a tensões tarifárias e negociações bilaterais

Mauro Vieira diz que reunião com Rubio teve "clima excelente" e que reiterou necessidade de reversão das tarifas (Fonte Zero Hora)

Por Cleide Gama 

As relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos vivem um momento decisivo. Após meses de incertezas e ameaças de novas tarifas, os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump voltaram a dialogar, buscando um acordo que reduza tensões e restabeleça a confiança entre as duas maiores economias do continente americano.

De acordo com fontes diplomáticas, Lula e Trump conversaram por telefone nesta semana, discutindo alternativas para conter os impactos das tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, anunciadas pelo governo norte-americano. O presidente brasileiro reforçou que as medidas “prejudicam setores produtivos de ambos os países” e defendeu a criação de uma agenda positiva voltada ao investimento em energia limpa, tecnologia e minerais estratégicos.

Trump, por sua vez, teria se mostrado aberto a um diálogo “sem concessões automáticas”, mas afirmou que o objetivo é “garantir que o comércio entre os dois países seja justo e equilibrado”. A conversa foi descrita por diplomatas como “franca, mas construtiva”.


Encontro diplomático em Washington

Enquanto Lula e Trump ensaiam uma reaproximação política, a diplomacia trabalha nos bastidores. O chanceler brasileiro Mauro Vieira se reuniu na Casa Branca com o assessor econômico norte-americano Marco Núbio, em uma conversa que durou mais de duas horas.

Segundo nota conjunta divulgada pelo Itamaraty e pelo Departamento de Estado, o encontro tratou da redução de tarifas sobre produtos aeronáuticos, agrícolas e minerais estratégicos, além da cooperação em energias renováveis e boas práticas regulatórias.

Vieira destacou que “o Brasil e os Estados Unidos compartilham valores democráticos e podem construir uma parceria mais moderna e menos burocrática”. Marco Núbio, por sua vez, afirmou que o governo norte-americano “reconhece o papel do Brasil como potência energética e player global no setor de alimentos e biocombustíveis”.


Comércio bilionário e desafios estruturais

Em 2024, o comércio bilateral entre os dois países movimentou mais de US$ 90 bilhões, segundo o United States Trade Representative (USTR), com crescimento acima de 8% em relação ao ano anterior. As exportações brasileiras para os EUA — principalmente petróleo, ferro, alumínio e produtos agrícolas — somaram cerca de US$ 40 bilhões, enquanto as importações brasileiras de bens norte-americanos chegaram a valor semelhante.

Apesar do volume expressivo, as tarifas impostas em 2025 geraram preocupação entre exportadores brasileiros, especialmente dos setores de aeronáutica, etanol e açúcar. A Embraer, por exemplo, enfrenta uma taxa de 10% sobre aeronaves enviadas ao mercado norte-americano.

Para mitigar os impactos, o governo brasileiro anunciou R$ 5,5 bilhões em créditos para exportadores, segundo a Agência AP News. A medida busca compensar parte das perdas causadas pelas tarifas e manter a competitividade do produto nacional.


Caminho para um novo acordo

Entre os principais pontos de convergência nas conversas diplomáticas estão:

  • A criação de um mecanismo de cooperação em minerais estratégicos, como lítio e terras-raras.
  • A retomada de um acordo setorial para o comércio de aeronaves e tecnologia de defesa.
  • E a ampliação do Protocolo de Regras Comerciais e Transparência, firmado em 2022 no âmbito do Agreement on Trade and Economic Cooperation (ATEC).

Fontes próximas ao Palácio do Planalto afirmam que uma reunião entre Lula e Trump poderá ocorrer “nas próximas semanas”, possivelmente em território neutro, como Nova York ou Brasília. O objetivo seria formalizar um plano de trabalho conjunto e evitar a escalada de retaliações comerciais.


Perspectivas

Especialistas avaliam que o sucesso das negociações dependerá da disposição dos dois governos em encontrar soluções de médio prazo. Caso contrário, o Brasil poderá intensificar sua diversificação de parceiros comerciais, reforçando laços com China, Índia e União Europeia.

Ainda assim, diplomatas de ambos os lados classificaram o momento atual como “uma oportunidade histórica para redefinir o relacionamento Brasil–EUA no século XXI”.


Fontes: USTR, Reuters, Agência Brasil, AP News, Itamaraty, Atlantic Council.
📍 Washington, outubro de 2025.


domingo, 12 de outubro de 2025

Sinal de Violência: Empresário de Internet é Executado em Rodovia do Rio

Foto de Arquivo: fonte : G1

Por Cleide Gama 

Caso de Polícia: Uma cena de violência chocou a Rodovia Santos Dumont (BR-116) na tarde desta sexta-feira (10). Joanilson Silva Gonçalves Júnior, um empresário de 29 anos do ramo de internet, foi executado a tiros enquanto dirigia seu carro na altura de Magé, na Baixada Fluminense.

Por volta das 16h, no Km 123, criminosos em uma motocicleta se aproximaram do Fiat Palio da vítima e efetuaram vários disparos. Joanilson, baleado, não conseguiu manter o controle do veículo, que veio a colidir na via. A Polícia Rodoviária Federal foi ao local, mas infelizmente a vítima já não resistira aos ferimentos.

As investigações, agora a cargo da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), seguem um forte indício: a execução pode estar diretamente ligada ao trabalho da vítima. A polícia apura se Joanilson foi ameaçado e assassinado por facções criminosas devido à instalação de redes de internet em áreas dominadas por esses grupos, um serviço que as organizações exploram ilegalmente para obter lucro.

A Polícia Civil confirmou que as diligências para identificar e prender os autores deste crime brutal estão em andamento.


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Reinício diplomático ou trégua tensa? Brasil e EUA buscam reequilíbrio em momento delicado

Imagem de Arquivo: Bandeirinhas do Brasil e EUA 

Por Marcelo Procópio 

Geopolítica: Nas últimas semanas, o cenário das relações Brasil-Estados Unidos tem sido marcado por uma mistura de atritos, recuos diplomáticos e tentativas de reconciliação. O telefonema amistoso entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, a imposição de tarifas e sanções pela administração norte-americana, e a disposição de os representantes dos dois países se encontrarem pessoalmente revelam uma nova fase — cheia de expectativas e riscos — nas relações bilaterais.


A escalada dos atritos

Em meados de julho de 2025, o governo dos EUA impôs severas tarifas a produtos de origem brasileira, chegando a 40 % adicionais sobre uma série de exportações, que se somaram a uma alíquota recíproca de 10 %, gerando uma carga tributária total de até 50 % para itens brasileiros no mercado estadunidense. 

Além disso, autoridades norte-americanas revogaram vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal, acusando-os de envolvimento em decisões que, segundo Washington, ferem a liberdade de expressão e os princípios democráticos — alegações que foram recebidas pelo Brasil como ingerência externa. 

Em meio a esse clima tenso, surgiram movimentos diplomáticos para evitar que a crise se torne irreversível: o governo brasileiro contratou escritório jurídico nos EUA para reverter sanções, iniciou estudo de medidas recíprocas com base na lei de reciprocidade, e convocou sua estrutura diplomática a dialogar com o governo Trump. 



O telefonema entre Lula e Trump e o novo tom do diálogo

Em 6 de outubro de 2025, os presidentes Lula e Trump mantiveram uma videoconferência de cerca de 30 minutos, classificada por ambos como cordial e produtiva. Lula usou a oportunidade para solicitar a retirada das tarifas adicionais e a reversão das sanções a autoridades brasileiras. Trump, por outro lado, disse que ambos “irão se sair muito bem juntos”, em referência a uma suposta retomada de cooperação em comércio e política internacional. 

Logo após esse contato, o Brasil e os EUA concordaram em realizar uma reunião bilateral em Washington entre o chanceler brasileiro Mauro Vieira e o secretário de Estado Marco Rubio. O encontro tem como objetivo tratar, sobretudo, das disputas comerciais e tarifárias. 

A analista Kellie Meiman Hock, da McLarty Associates, observou que o mais importante nessa fase será definir claramente o escopo das negociações — ou seja, quais temas serão prioritários e quais serão mantidos fora da mesa. 


Opiniões de cientistas políticos: riscos e motivações

Para especialistas em Relações Internacionais e Ciência Política, os movimentos recentes entre Brasília e Washington revelam tanto oportunidades quanto armadilhas.

O professor Oliver Stuenkel, da FGV, aponta que a postura de sanções e retaliações dos EUA tem potencial de fortalecer a unidade entre países emergentes frente às pressões ocidentais — um efeito paradoxal que pode reforçar alianças entre nações como os integrantes do BRICS. 

Já alguns analistas britânicos na London School of Economics alertam que o Brasil está servindo como “laboratório” para uma nova forma de intervencionismo dos EUA — que combina medidas econômicas, diplomáticas e de força normativa para moldar comportamentos de grandes democracias sem apelar ao confronto explícito. 

Esses estudiosos sugerem que uma aproximação pragmática será fundamental para evitar escaladas: que o Brasil preserve sua soberania e sistema institucional ao mesmo tempo em que negocie concessões em áreas estratégicas, como comércio, investimentos e tecnologia.



Expectativa de empresários e políticos brasileiros

Do lado empresarial, setores exportadores veem a sinalização de retomada diplomática com cautelosa esperança. Exportadores de commodities, produtos agrícolas e itens manufaturados aguardam condições mais claras — especialmente a reversão das tarifas — para planejar investimentos internacionais e restaurar cadeias de produção afetadas.

Para políticos, o momento representa chance de recompor pontes com a maior potência global e reabilitar a confiança em alianças estratégicas. Em discursos públicos, o senador Chico Rodrigues defendeu que o momento de crise deve ser aproveitado para elevar o protagonismo brasileiro no setor mineral e tecnológico, destacando que o país não pode mais ser tratado como mero fornecedor periférico. 

No Congresso, já se discute mudança no marco regulatório dos minerais críticos, que poderiam alavancar o valor agregado das exportações brasileiras e reforçar o peso negociador do país. 


Limites e desafios — o que ainda está em jogo

Mesmo com sinais de reconciliação, vários fatores podem limitar o avanço real:

Resistências internas nos EUA: a ala republicana mais dura pode pressionar Trump e Rubio a manter postura firme, dificultando concessões.

Temas sensíveis fora da pauta comercial, como decisões judiciais brasileiras, regulação de redes sociais e política interna, podem virar pontos de conflito nas negociações.

Credibilidade e fidelidade às instituições brasileiras: qualquer sinal de capitulação ou interferência será alvo de críticas internas, especialmente se a sociedade enxergar risco à independência do Judiciário.

Tempo e paciência diplomática: o desgaste acumulado exige que soluções sejam encontradas de modo gradual, sem rupturas abruptas que provoquem retrocessos.

Para que a retomada nas relações gere ganhos concretos — e não apenas retórica diplomática — será necessário equilíbrio entre pragmatismo e defesa dos interesses nacionais.

O recente reatamento entre Brasil e Estados Unidos passa por uma encruzilhada: um momento delicado em que gestos simbólicos — como o telefonema entre Lula e Trump — podem abrir caminho para negociações efetivas, mas a profundidade dessa nova fase dependerá de concessões mútuas bem calibradas.

Se bem conduzida, a aproximação pode restabelecer confiança, gerar estabilidade para o setor exportador e fortalecer o protagonismo brasileiro no cenário global. Se mal conduzida, pode gerar desconfiança interna e alimentar narrativas de fragilidade diplomática.


#BrasilEUA #Diplomacia #Tarifas #Soberania #ComércioExterior #Trump #Lula #NegociaçõesInternacionais #Reaproximação #AliançaEstratégica


Divulgação:






“Os Donos do Jogo” expõe bastidores do poder paralelo e reacende debate sobre a realidade do crime no Rio

  Foto de divulgação  Por Cleide Gama  Ficção:  A nova minissérie brasileira da Netflix, Os Donos do Jogo, vem provocando grande repercussão...