Nos últimos anos, a influência global dos Estados Unidos tem sido questionada, com muitos observadores apontando para sinais claros de um declínio. Este fenômeno foi destacado no recente debate entre Donald Trump e Joe Biden, onde Trump, mesmo recorrendo a mentiras, conseguiu dominar a narrativa, superando Biden em termos de percepção pública.
Trump, conhecido por sua retórica incisiva e agressiva, fez diversas alegações durante o debate que foram posteriormente desmentidas por verificadores de fatos. No entanto, sua habilidade em se comunicar com uma parte significativa do eleitorado americano, que sente que o país está em declínio, lhe deu uma vantagem perceptível sobre Biden. A capacidade de Trump de manipular informações e se conectar emocionalmente com os eleitores destaca uma fragilidade fundamental na política americana: a crescente divisão interna e a desconfiança na mídia e nas instituições.
Além das questões domésticas, a política externa dos EUA tem sido marcada por ações controversas que contribuíram para o desgaste da sua hegemonia global. O financiamento contínuo da guerra em Gaza, por exemplo, tem gerado críticas tanto internas quanto internacionais. A aliança incondicional dos EUA com Israel, sem uma abordagem equilibrada para resolver o conflito israelo-palestino, tem alienado aliados tradicionais e alimentado a instabilidade na região.
De forma similar, a intervenção na Ucrânia, com o fornecimento de armamento e apoio financeiro, tem exacerbado as tensões com a Rússia. Embora os Estados Unidos afirmem que estão defendendo a democracia e a soberania ucraniana, muitos críticos argumentam que esta postura agressiva tem aumentado o risco de um confronto direto com a Rússia, além de não oferecer uma solução clara para o conflito.
Enquanto os Estados Unidos lutam para manter sua posição global, a China continua a crescer de maneira constante e impressionante. A economia chinesa se expande a um ritmo que desafia previsões, investindo pesadamente em tecnologia, infraestrutura e programas de influência global como a Iniciativa do Cinturão e Rota. O aumento do poderio econômico e militar da China, combinado com sua diplomacia assertiva, sugere que estamos entrando em uma era de multipolaridade onde a hegemonia americana não é mais garantida.
O declínio do império americano pode ser atribuído a uma série de fatores, incluindo erros estratégicos na política externa e divisões internas profundas. O debate Trump-Biden simboliza a confusão e a desinformação que permeiam a política americana atual, enquanto as ações equivocadas em Gaza e na Ucrânia ressaltam uma falta de direção clara na arena internacional. À medida que a China continua a crescer, os Estados Unidos enfrentam o desafio de reavaliar suas estratégias e prioridades para evitar um declínio mais acentuado e manter sua relevância no cenário global.
Por Marcelo Procópio
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