sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Nas Rodas da Renda: Como Motoristas, Motociclistas e Passageiros Estão Redesenhando o Transporte Brasileiro

 

O número de pessoas trabalhando nas plataformas digitais já ultrapassou 25,4% em relação ao ano passado, diz o IBGE

Por Marcos Vinicius, para o Jornal O Folhão 

Rio de Janeiro — Pela manhã, o trânsito da cidade ainda engole buzinas e acelera esperanças. No volante de seu carro, João Carlos, 42 anos, sorri ao relatar sua rotina de trabalho por aplicativo. “Entro online às 7h e geralmente fecho bem a noite. É puxado, mas consigo colocar comida na mesa e ajudar em casa”, diz o motorista, que há dois anos depende dessa atividade como principal fonte de renda.

Essa cena, cada vez mais comum nas cidades brasileiras, espelha uma transformação profunda no mundo do trabalho e da mobilidade: o crescimento vertiginoso do setor de transporte por aplicativo — uma oportunidade de renda que atrai motoristas, motociclistas, passageiros e especialistas em todo o país.


Expansão acelerada e números que impressionam

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de pessoas trabalhando por meio de plataformas digitais cresceu 25,4% entre 2022 e 2024, saltando de 1,3 milhão para cerca de 1,7 milhão de trabalhadores no Brasil. Dessas, mais da metade atua no transporte de passageiros por aplicativo — cerca de 964 mil pessoas em 2024, entre motoristas de carros e táxis digitais. 

Além disso, motociclistas que realizam entregas por meio de apps também compõem uma fatia significativa da força de trabalho digital no país: aproximadamente um terço dos mais de 1 milhão de motociclistas usam aplicativos para gerar renda. 

Dados mais amplos mostram que, ao longo da última década, o emprego por meio de aplicativos cresceu mais de 170%, sinalizando uma mudança profunda no mercado de trabalho brasileiro. 



Renda, jornada e desafios no dia a dia

O setor atrai pela flexibilidade e autonomia, mas também traz desafios. O rendimento médio por hora para motoristas de aplicativo gira em torno de R$ 13,90, enquanto motociclistas chegam a R$ 10,80 por hora trabalhada, segundo o IBGE. 

Para muitos, como Mariana Silva, 29 anos, que faz entregas de moto em Niterói, a renda extra é essencial: “Comecei há um ano enquanto procurava outro trabalho. Hoje consigo pagar contas e ainda guardar um pouco. Não é fácil, mas dá pra viver.”

O próprio IBGE afirma que motoristas e motociclistas por aplicativo trabalham mais horas do que seus colegas fora das plataformas — fato que equilibra a renda, mas pode representar jornadas extensas e com poucos benefícios trabalhistas. 



Especialistas analisam a transformação

Para Dra. Ana Paula Reis, economista especializada em mercado de trabalho digital, o crescimento do transporte por aplicativo reflete “a adaptação do trabalhador às exigências de um mercado flexível, mas sem garantias tradicionais.” Segundo ela, “o setor oferece uma porta de entrada para a geração de renda, especialmente em um cenário de desemprego e informalidade elevados. Porém, a falta de proteção social e de direitos trabalhistas ainda é um ponto crítico que precisa ser debatido pela sociedade e pelos legisladores.”



O lado social da mobilidade digital

Passageiros também sentem os efeitos desse boom. Para Lucas Oliveira, 34 anos, a conveniência dos apps foi um divisor de águas: “Posso me deslocar para o trabalho com mais segurança e conforto, e sei que tem gente ali ganhando seu sustento.”

Ainda assim, especialistas alertam que é fundamental encontrar um equilíbrio entre a geração de renda e as condições de trabalho. Reis lembra que “sem regulamentação adequada, há risco de precarização das atividades, com altos custos operacionais e pouca segurança para os trabalhadores.”



O futuro da mobilidade no Brasil

Nos últimos anos, iniciativas variadas têm surgido para tentar equilibrar essa balança: desde propostas de regulamentações específicas até programas de inclusão previdenciária para motoristas e entregadores. O setor de tecnologia e mobilidade, por sua vez, segue em evolução, com novas ferramentas e plataformas buscando aumentar a eficiência e renda dos profissionais. 

Enquanto isso, no volante e na garupa das motocicletas, milhares de brasileiros seguem ligados aos aplicativos — cada corrida, cada entrega, cada viagem representando uma parte dessa nova economia em expansão.

O transporte por aplicativo consolidou-se como um importante vetor de geração de renda no Brasil. Apesar dos desafios em termos de jornada e proteção social, a atividade continua atraindo trabalhadores em busca de oportunidades, ao mesmo tempo em que redefine o conceito de mobilidade urbana e trabalho no país.

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Mototaxista é morto a tiros após deixar passageiro em Japeri; polícia investiga o caso



Por Marcos Vinicius 

Violência: Um mototaxista foi assassinado a tiros na noite de quarta-feira (10) em Japeri, na Baixada Fluminense. A vítima, identificada como Marcelo Leite Dutra, chegou a ser levada para uma unidade de saúde do município, porém não resistiu aos ferimentos.

De acordo com os primeiros relatos, Marcelo tinha acabado de finalizar uma corrida no bairro Jardim Belo Horizonte quando foi surpreendido por criminosos armados. Baleado, ele recebeu atendimento no Hospital Municipal de Japeri. Policiais do 24º BPM (Queimados) foram ao local para verificar a entrada de um homem ferido por disparos de arma de fogo e confirmaram o óbito.

A investigação está a cargo da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), que busca identificar os responsáveis e esclarecer a motivação do ataque. Até o momento, não há informações divulgadas sobre o sepultamento da vítima.


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sábado, 6 de dezembro de 2025

Milhões em risco: bloqueio de remédios emagrecedores clandestinos no Aeroporto de Brasília

Canetas utilizadas para emagrecimento - reprodução 

Por Marcelo Procópio 

Contrabando: Em operação realizada nos dias 4 e 5 de dezembro de 2025, a Receita Federal interceptou cerca de R$ 1 milhão em medicamentos emagrecedores irregulares armazenados nos depósitos de carga do Aeroporto Internacional de Brasília. No primeiro dia, foram apreendidas 70 unidades de um produto direcionado a Teresina (PI). No dia seguinte, outros 525 frascos e 90 canetas injetáveis foram confiscados — com destino a Teresina e Belém (PA). 

As cargas chegaram sem comprovação de importação legal e, além disso, estavam armazenadas sem a refrigeração obrigatória — condição essencial especialmente para fármacos sensíveis. 


Por que isso preocupa as autoridades e especialistas

O uso indiscriminado de medicamentos emagrecedores — especialmente quando importados ou distribuídos clandestinamente — representa uma ameaça real à saúde pública. Diversos estudos alertam para riscos graves: danos ao fígado, rins, sistema digestivo e até complicações cardíacas. 

Além disso, fármacos recentes e populares — como os chamados agonistas de GLP-1 — têm sido cada vez mais usados fora das indicações médicas, muitas vezes para fins estéticos. Isso eleva os perigos de efeitos adversos graves, como pancreatite, problemas intestinais e perda de massa muscular, sobretudo quando o uso é feito sem orientação de profissionais de saúde. 

O uso irregular também alimenta o mercado clandestino, ferindo normas sanitárias, fiscais e tributárias. A venda e distribuição desses medicamentos requerem registro e controle rigoroso — o que não ocorre quando entram no país via rotas não fiscalizadas. 


Opinião de especialistas — e o alerta de quem trabalha com estética

Segundo uma endocrinologista ouvida recentemente, o abuso dessas substâncias sem supervisão pode causar desde “hepatite medicamentosa” até complicações renais e disfunções no sistema digestivo e metabólico. 

O uso crescente de “fórmulas emagrecedoras” no Brasil — muitas vezes estimuladas por pressão estética, redes sociais e promessas de resultados rápidos — revela um contexto de vulnerabilidade: o país lidera o consumo mundial desse tipo de medicamento, com cerca de 12,5 doses diárias por 1.000 habitantes, segundo levantamento de 2025. 

Para o professor Evandro Brasil, pós-graduado em estética e em análises clínicas, o uso desses produtos sem prescrição, em ambiente clandestino e sem garantia de qualidade, é extremamente arriscado — tanto para a saúde individual quanto para a credibilidade do segmento estético.

Profissionais sérios na área de estética e saúde tendem a defender abordagens integradas: dieta equilibrada, exercícios, acompanhamento médico e nutricional — e vêem as soluções milagrosas como um atalho perigoso.


Contexto mais amplo: um problema crescente

Nos últimos meses, outras apreensões semelhantes chamaram a atenção das autoridades: em abril de 2025, cargas irregulares do medicamento Mounjaro (tirzepatida) foram retidas pela Receita Federal em Porto Alegre. O Mounjaro é um fármaco aprovado no Brasil para tratamento de diabetes tipo 2, com transporte e armazenamento rigorosos. Quando importado clandestinamente, ele perde a garantia de eficácia e segurança — podendo causar riscos ainda maiores. 

Esse cenário reforça como a demanda crescente por emagrecimento rápido impulsiona um mercado paralelo, fora dos controles sanitários, multiplicando os riscos para quem consome esses produtos sem orientação.


Por que isso importa

Porque a apreensão recente evidencia a dimensão do comércio clandestino de medicamentos emagrecedores, alimentado por redes de distribuição que operam longe da lei e da segurança sanitária.

Porque o uso indiscriminado dessas substâncias representa um risco real e substancial à saúde — com possibilidade de efeitos adversos graves e irreversíveis.

E porque a luta contra o contrabando não é apenas uma questão fiscal ou de justiça: é, sobretudo, uma questão de saúde pública e proteção ao consumidor.


Para o leitor

Se você ou alguém que conhece considera usar medicamentos emagrecedores, especialmente via canais clandestinos ou sem receita médica: reflita, busque orientação profissional qualificada, prefira métodos seguros e reconhecidos — e nunca arrisque sua saúde por promessas de emagrecimento fácil.


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quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

O crime organizado na política

 

Rodrigo Bacelar, presidente da Alerj, foi preso ontem (03/12/2025), em operação da Polícia Federal 

Por Cleide Gama 

Como milícias, facções e operadores do submundo se enredaram em cadeiras públicas — e por que o Estado precisa responder.

Polícia: Nos últimos anos, investigações da polícia e do Ministério Público têm mostrado com clareza um fenômeno que parecia impossível de ligar: redes criminosas — milícias e facções — atuando não só nas ruas e favelas, mas penetrando estruturas formais do poder político e da economia. A convergência entre crime organizado, gabinetes e empresários cria um círculo vicioso de proteção mútua, clientelismo e corrupção que corrói a democracia. 


Adriano da Nóbrega e o “Escritório do Crime”

Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do BOPE, tornou-se símbolo dessa infiltração. Apontado pelo Ministério Público como líder de uma milícia que explorava serviços, extorsão, grilagem e até encomendas de homicídios — o chamado “Escritório do Crime” — Adriano teve seu nome relacionado a esquemas que iam desde cobrança de taxas em comunidades até supostas ligações com políticos por meio de ligações de parentes na administração pública. Investigações e reportagens documentaram processos, prisões e a atuação do grupo em Rio das Pedras (zona oeste do Rio). 


TH Jóias: do gabinete ao grupo criminoso

O caso do chamado “TH Jóias” (Thiego Raimundo dos Santos Silva) é um exemplo recente e sintomático. Preso em setembro durante a Operação Zargun, o ex-deputado estadual foi indiciado pela Polícia Federal por atuação vinculada a uma organização que negociava tráfico internacional de armas, drogas, lavagem de dinheiro e por proximidade com lideranças do Comando Vermelho. A investigação apontou trocas de mensagens e evidências de relacionamento com integrantes da facção, além de indícios de recursos milionários em espécie. A PF indiciou TH e outros investigados em novembro. 


Ronnie (Ronie) Lessa: armas, contrabando e a execução de Marielle

Ronie (ou Ronnie) Lessa, ex-PM condenado por outros crimes e apontado como autor material do assassinato da vereadora Marielle Franco, também foi condenado em processos que demonstraram importações ilícitas de peças e acessórios bélicos — um elo claro entre sua atuação e o comércio ilegal de armamento. Documentos judiciais e decisões federais o responsabilizaram por contrabando de produtos controlados, reforçando o mapa de como armas e peças chegam ao circuito criminoso no país. 


Rodrigo Bacellar e o vazamento que protegeu interesses

Mais recentemente, a Operação Unha e Carne prendeu Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj, sob suspeita de vazar informações sigilosas que teriam antecipado detalhes de operações policiais — em especial operações que miravam figuras como TH Jóias. Segundo a PF, o parlamentar é suspeito de repassar informações que comprometeram investigações e de orientar ações para apagar provas. A prisão de um presidente da assembleia estadual acende um alerta sobre a profundidade das ligações entre o poder político e estruturas criminosas que tentam se blindar. 


Como empresários e operadores econômicos entram nessa teia

Investigações sobre milícias e grupos como o “Escritório do Crime” mostram que a dinâmica econômica (grilagem de terras, cobrança por serviços, construção irregular) oferece entradas naturais para empresários — formais ou informais — que, direta ou indiretamente, negociam com grupos criminosos. Reportagens e processos apontam que milicianos transformaram controle territorial em negócios imobiliários e prestação de serviços, muitas vezes com omissão ou cumplicidade administrativa. Há ainda relatos de empresários que teriam dívidas com milicianos, pagamentos de “proteção” ou contratos irregulares que garantem negócios em áreas sob controle dessas organizações. 


O padrão: proteção, clientelismo e impunidade

Três dinâmicas se repetem nas apurações: 1) proteção — políticos ou agentes públicos que vazam informação ou que praticam favores em troca de apoio; 2) clientelismo econômico — legalização, contratos e obras que legitimam ganancias; 3) impunidade — ações morosas, vazamento de investigações ou pressões que atrapalham a responsabilização. Quando milícias e facções conseguem contatos em gabinetes, secretarias e delegacias, elas reduzem o risco operacional e ampliam suas receitas. 


O que as autoridades têm feito — e o que falta

Nos últimos anos houve operações de grande repercussão (por exemplo, Zargun, Unha e Carne e outras) que levaram à prisão, indiciamentos e ao afastamento de agentes públicos. Ainda assim, especialistas e promotores apontam a necessidade de continuidade investigativa, proteção de testemunhas, reformulação de vínculos de transparência na administração pública e medidas estruturais para cortar o financiamento e a permeabilidade entre negócio legal e ilegal. A alternância de detenções isoladas não resolve a raiz: enquanto houver mercado (armas, drogas, bens e serviços), haverá interesse em infiltrar o Estado. 

Os casos de Adriano da Nóbrega, TH Jóias, Ronnie Lessa e a prisão de Rodrigo Bacellar compõem um diagnóstico preocupante: não se trata apenas de criminosos fora da lei, mas de redes que se valem de vínculos políticos, econômicos e institucionais. O combate efetivo exige investigação contínua, transparência institucional e vontade política real para cortar o nó gordiano entre crime organizado, gabinetes e empresários. Enquanto isso não ocorrer, o risco é que o aparelho do Estado funcione como anteparo das organizações criminosas — com prejuízo direto à segurança, à justiça e à sociedade. 

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segunda-feira, 1 de dezembro de 2025

Um novo capítulo da crise do Banco Master — e o protagonismo do Fundo Garantidor de Créditos (FGC)

Foto de Arquivo: Banco Master - reprodução 

Por Marcelo Procópio 

Caso do Banco Master: Na terça-feira, 18 de novembro de 2025, o Banco Central do Brasil (BC) decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master. A decisão foi motivada por uma grave crise de liquidez e por “significativo comprometimento da situação econômico-financeira”, além de violações às normas do sistema financeiro nacional. 

Simultaneamente, a Polícia Federal (PF), no âmbito da Operação Compliance Zero, prendeu o controlador do banco, Daniel Vorcaro, que tentava deixar o país pelo Aeroporto de Guarulhos. 


O papel do FGC no resgate

Com a liquidação, o FGC — que tem o propósito de proteger depositantes e investidores em caso de falência bancária — foi acionado. O fundo estima pagar cerca de R$ 41 bilhões para atender os aproximadamente 1,6 milhão de credores do Banco Master. 

Cada investidor está coberto até o teto de R$ 250 mil por CPF ou CNPJ; valores acima desse limite não são garantidos automaticamente pelo FGC e entram na chamada massa falida, passando por processo judicial que pode levar anos. 

Segundo a autarquia, os pagamentos podem começar em aproximadamente 48 horas após o início da liberação — embora o prazo médio costume girar em torno de 30 dias após a formalização do pedido via aplicativo do FGC. 


Quem pode ser ainda mais prejudicado

Nem todos os investimentos no Banco Master estão protegidos. Por exemplo, fundos de pensão de estados e municípios aplicaram cerca de R$ 1,86 bilhão em títulos do banco, que não têm a garantia do FGC — o que implica risco de perda total para esses investidores, caso não haja recuperação suficiente na massa falida. 

Além disso, o rombo atribuído ao banco se aproxima de R$ 12 a R$ 17 bilhões em supostos créditos fictícios vendidos ao Banco de Brasília (BRB), o que evidencia a profundidade da fraude e a extensão dos danos ao mercado financeiro. 


Consequências para o sistema financeiro e lições para o futuro

A crise reforça a vulnerabilidade que pode existir mesmo em bancos de porte pequeno — o conglomerado Master concentrava cerca de 0,57% dos ativos totais e 0,55% das captações do sistema financeiro, segundo o BC. 

O episódio reacende o debate sobre o papel e os limites do FGC: embora seja uma garantia importante para investidores, ele tem teto e não cobre todas as categorias de aplicações — como no caso de fundos de pensão ou aplicações institucionais.

Instituições que adotaram altas taxas de remuneração (como CDBs com retornos muito acima da média) merecem avaliação cuidadosa de risco — especialmente quando a oferta parece desproporcional ao perfil de risco/retorno.

Para reguladores e autoridades, o colapso do Master demonstra a necessidade de maior vigilância, supervisão e regras mais robustas para evitar o uso do sistema de garantia como atrativo para corridas de altos rendimentos sem lastro real.


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quarta-feira, 26 de novembro de 2025

Caos no Bangu 7 — Visitas suspensas após tentativa de entrar com 130 celulares e mais de 20 kg de drogas

Penitenciária Laércio da Costa Peregrino, Bangu 1, no Complexo de presídios na Zona Oeste do Rio de Janeiro - reprodução 

Por Marcos Vinicius 

Segurança Pública: Na segunda-feira (24), a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) decidiu proibir as visitas no Presídio Nelson Hungria — o chamado “Bangu 7” — e afastou preventivamente a direção da unidade. A medida veio depois que uma mulher, identificada como Maria Carolina Primo Ferreira, tentou entrar no presídio com uma carga maciça de celulares e entorpecentes. 

Durante uma vistoria de rotina pelo scanner na portaria — feita por policiais penais do Grupamento de Portaria Unificada (GPU) — foram detectadas sacolas suspeitas que passaram duas vezes pelo aparelho. Ao ser conferido, os agentes encontraram: 130 aparelhos celulares, 17 kg de maconha, 3,5 kg de cocaína, 80 pedras de crack, 185 g de haxixe e 50 chips de telefonia. 

Percebendo a ação dos agentes, a mulher fugiu antes da abordagem. A SEAP já mobiliza equipes para localizá-la. 

Com a gravidade do caso, a SEAP determinou o afastamento imediato do diretor, subdiretor e chefe de segurança da unidade — medida preventiva para apurar se houve falha ou conivência institucional. A corregedoria abriu procedimento administrativo para investigar responsabilidades e uma intervenção operacional foi decretada no presídio. 

Além disso, quatro presos apontados como líderes da facção criminal conhecida como Povo de Israel foram transferidos do Bangu 7 para o Bangu 1 — numa tentativa de conter o domínio de facções criminosas dentro do sistema prisional. 

Com este episódio, fica claro que, mesmo em unidades de segurança máxima como as do Complexo Penitenciário de Gericinó, persistem riscos de infiltração de armas, drogas e comunicação clandestina — o que exige fiscalização rigorosa, responsabilidade administrativa e transparência. A suspensão das visitas é um alerta para familiares de detentos e sociedade sobre o tamanho do desafio no combate ao crime mesmo dentro das prisões.

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terça-feira, 25 de novembro de 2025

Operação expõe elo entre política e crime na Baixada: população pede rigor e renovação

Vereador de São João de Meriti é detido pela polícia civil sob a acusação de favorecer organizações criminosas no município - reprodução 
Por Marcelo Procópio 

Polícia: A manhã desta terça-feira (25) marcou mais um capítulo tenso na Baixada Fluminense. O vereador de São João de Meriti, Ernane Aleixo (PL), foi preso durante a Operação Muro de Favores, ação deflagrada pela Polícia Civil para desmantelar uma estrutura criminosa ligada ao Terceiro Comando Puro (TCP). A investigação aponta o grupo como dominante em áreas como Trio de Ouro, Guacha e Santa Tereza, onde a presença do tráfico já vem afetando a rotina de milhares de moradores.

Além do parlamentar, outras quatro pessoas também foram detidas, entre elas Luciana Adélia Theófilo, esposa do traficante Marlon Henrique da Silva, o “Pagodeiro”, e o irmão dele. Marlon é descrito pelos investigadores como um dos principais articuladores da facção na região.

Segundo a polícia, áudios e conversas revelam que o vereador teria oferecido materiais para a construção de barricadas em Vilar dos Teles, estruturas usadas pelos criminosos para impedir a entrada de viaturas, ambulâncias e até equipes de manutenção urbana. Em troca, receberia apoio político e vantagens eleitorais. Entre os pedidos registrados está o fornecimento de um martelete — solicitado, segundo o delegado Vinicius Miranda, para literalmente “rasgar a rua”.

Mesmo alegando inocência ao chegar à Cidade da Polícia, Ernane — que recebeu 6.720 votos em 2024 e se define como “um homem íntegro e temente a Deus” — não convenceu muitos moradores do município. A população, que enfrenta diariamente os efeitos da violência urbana, reagiu com indignação.

“A gente já vive cercado pelo tráfico. Saber que políticos estão ajudando isso a crescer é revoltante”, afirmou Maria das Graças, moradora do Centro de São João de Meriti.

Barricada não é brincadeira. Impede ambulância, atrasa resgate, atrapalha a vida de quem trabalha. Se for verdade, tem que pagar”, protestou o mototaxista Jeferson Prado.

“É sempre a mesma história: quem deveria defender a cidade está de mãos dadas com quem destrói ela”, desabafou um comerciante que preferiu não se identificar.

A investigação também detalha o modus operandi da quadrilha: tráfico de drogas, cobrança de “taxas” de comerciantes, homicídios, lavagem de dinheiro e uso de armas de grosso calibre. O núcleo comandado por “Pagodeiro” teria ligação direta com ações brutais, incluindo a morte de três pessoas durante confronto com facção rival em 2023.

Este episódio marca a segunda prisão de um vereador da cidade em menos de 10 dias. No dia 15, Marcos Aquino (Republicanos) foi detido em flagrante por porte ilegal de arma em outra operação que combatia a expansão do Comando Vermelho.

Com a sucessão de escândalos, cresce entre os moradores um sentimento de cansaço e urgência por mudanças. Para muitos, a série de operações mostra a necessidade de renovação política e maior rigor na fiscalização do uso do poder público.

Nossa reportagem reforça que o espaço segue aberto para manifestação das defesas dos envolvidos.

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domingo, 23 de novembro de 2025

Delações na Operação Carbono Oculto abalam Brasília e acendem alerta para ligação com o escândalo do Banco Master

A operação Carbono Oculto atingiu em cheio a Faria Lima - reprodução 

Por Cleide Gama 

Banco Master: A Operação Carbono Oculto, deflagrada em 28 de agosto de 2025, é considerada uma das maiores investidas do Estado contra a infiltração do crime organizado no setor legal da economia. Segundo as autoridades, a operação mira um esquema bilionário de lavagem de dinheiro comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), que usou empresas de combustíveis, postos, fintechs e fundos de investimento para reinserir recursos ilícitos no sistema formal. 

Os principais alvos são Roberto Augusto Leme da Silva, o “Beto Louco”, e Mohamad Hussein Mourad, o “Primo” ou “João” — apontados, respectivamente, como operador financeiro e epicentro do esquema. 


Os dados levantados até agora impressionam pela escala:

Cerca de 1.200 postos foram identificados como parte da rede investigada; Entre 2020 e 2024, esses postos movimentaram aproximadamente R$ 52 bilhões, segundo a Receita Federal; Foram bloqueados mais de R$ 1 bilhão em bens dos investigados.; 40 fundos de investimento, geridos por operadores da Faria Lima, estariam envolvidos no esquema de lavagem. Além disso, a Operação Carbono Oculto ganhou um desdobramento no Nordeste: a Operação Carbono 86, conduzida pela Polícia Civil do Piauí, indicou que parte do esquema envolvia postos no Piauí, fintechs e empresários locais, o que reforça a nacionalização da rede criminosa. 


Revelações das delações: elo com o caso Master

Nas últimas semanas, surgiram informações de que Beto Louco já teria firmado delação premiada, e Primo estaria negociando uma colaboração com a Justiça. Essas delações teriam produzido relatos capazes de abalar Brasília — porque, conforme apurado por analistas, reforçam a suspeita de conexão entre a Carbono Oculto e o escândalo do Banco Master (“caso Master”).


Qual é a ligação entre Carbono Oculto e o Master?

1. Fundo Hans 95: Investigações indicam que o fundo Hans 95, da gestora Reag, estaria diretamente envolvido nas operações da Carbono Oculto. 

Esse mesmo fundo fez aportes consideráveis no Banco Master, controlado por Daniel Vorcaro, que foi preso pela Polícia Federal na Operação “Compliance Zero”. 

Dados da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) revelam que o Hans 95 aplicou R$ 124 milhões em CDBs do Master em outubro de 2024. 

Outros fundos ligados ao Hans 95 — como o Astralo 95 e o Murren 41 — também fizeram aportes no Master, totalizando até R$ 849 milhões em títulos do banco. 


2. Transferências suspeitas: Relatórios da Receita Federal indicam que a esposa de Mohamad “Primo” Mourad transferiu R$ 17 milhões para o Hans 95 em 2023, via a fintech BK Bank, que está sob investigação na Carbono Oculto. 

Em 2022, outro repasse de R$ 45 milhões foi feito ao fundo por meio da mesma fintech, segundo a Receita. 


3. Operação Compliance Zero: A prisão de Vorcaro (dono do Master) pela Polícia Federal ocorreu no contexto da Operação Compliance Zero, que investiga supostas fraudes no banco, emissão de carteiras de crédito fictícias, e revenda dessas carteiras a outras instituições, como o BRB. 

Segundo os investigadores, parte dessas carteiras não teria lastro real, o que reforça a tese de manipulação contábil e associação permanente com propósitos ilícitos. 


4. Investimentos polêmicos do Master: Um relatório judicial aponta que o Master teria vendido carteiras de crédito ao BRB por cerca de R$ 12,2 bilhões, após adquiri-las “sem pagar nada” de empresas de fachada (como a Tirreno), segundo investigação do MPF. 

Há também denúncia de que o fundo Hans 95, além de investir no banco, estaria por trás da compra de ativos imobiliários ligados a Vorcaro, como a mansão dele em Brasília. 


5. Investimento em clubes de futebol: Segundo a Veja, Vorcaro usou parte desses recursos para investir na SAF do Atlético-MG por meio de fundos suspeitos, o que amplia a rede de influência e possível lavagem via ativos esportivos. 


Opinião de especialistas e análise

Especialistas no combate ao crime organizado e lavagem de dinheiro já começam a enxergar esse possível entrelaçamento entre Carbono Oculto e o caso Master como algo muito preocupante, por vários motivos:

Amplitude do PCC na economia formal: Se confirmado, esse tipo de ligação mostra o quão profundamente o PCC pode estar inserido no mercado financeiro, não só via postos de gasolina (como revelado pela Carbono Oculto), mas também em bancos tradicionais ou menos tradicionais.

Estruturas sofisticadas de ocultação: A utilização de fundos interligados (como Hans 95, Astralo, Murren) é uma estratégia eficiente para dificultar o rastreamento de beneficiários finais, modelo idêntico ao das operações atribuídas à facção.

Risco sistêmico: Se bancos como o Master estiverem contaminados por esquemas de crime organizado, há risco para a credibilidade do sistema financeiro, para investidores (inclusive instituições públicas, fundos de pensão) e para a estabilidade regulatória — especialmente porque o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) pode ser muito pressionado.

Precedente para investigação futura: Essas delações podem abrir caminho para novas frentes de investigação sobre outros bancos, fundos e figuras políticas, especialmente se houver evidências de “vínculo associativo permanente”.

Alguns analistas, no entanto, alertam para o risco de instrumentalização política dessas operações: operações tão volumosas e com tantos atores podem facilmente se tornar objeto de disputa de narrativa, sobretudo em ano eleitoral. Há temor de que delações sejam usadas para desgastar adversários políticos, o que poderia enfraquecer a percepção pública da imparcialidade das investigações.


Conclusão e implicações para Brasília

As delações em curso (especialmente a de Beto Louco e a negociação de “Primo”) têm potencial para revelar novas camadas do esquema, possivelmente conectando diretamente a Carbono Oculto ao escândalo do Banco Master.

Se essas conexões forem confirmadas judicialmente, estarão em jogo não apenas crime financeiro e lavagem de dinheiro, mas também política: figuras de Brasília podem estar envolvidas ou citadas, o que traria repercussões institucionais e eleitorais.

Para a sociedade, esse cruzamento traz um alerta forte: o crime organizado pode estar muito mais enraizado na economia legal do que muitos imaginam — especialmente nas malhas entre o setor de combustíveis, o sistema financeiro e fundos de investimento sofisticados.

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Novo Projeto de Lei para Motoristas de Aplicativo Gera Incertezas e Debate Nacional

Transportes por aplicativo caminha em direção à regulamentação do setor - reprodução 

Por Marcos Vinicius 

Regulamentação: O Projeto de Lei enviado pelo Governo Federal ao Congresso, em regime de urgência, para regulamentar o trabalho de motoristas por aplicativo — como Uber, 99 e similares — provocou forte insatisfação em parte da categoria. A proposta cria a figura do “trabalhador autônomo por plataforma”, mas, segundo especialistas, o texto ainda deixa muitas perguntas sem resposta, especialmente no que diz respeito à remuneração e aos direitos assegurados.

A advogada trabalhista Aline Laredo aponta que a inclusão de novas obrigações às plataformas pode, inevitavelmente, elevar o custo do serviço para o consumidor. Ela explica que, embora os motoristas continuem sendo reconhecidos como autônomos, o projeto estabelece uma nova regra de contribuição ao INSS: 7,5% sobre 25% do faturamento, além de impor que sindicatos específicos definam outros pontos que ficaram em aberto no PL.


Para Laredo, a proposta não traz a proteção que a categoria esperava:

Em uma análise inicial, o texto apresenta poucos avanços em termos de direitos, especialmente na segurança e na remuneração real dos motoristas. Por outro lado, reforça fiscalizações e cria uma estrutura pesada de obrigações, principalmente no aspecto previdenciário.”


Remuneração e Tempo de Trabalho

O PL determina um ganho mínimo de R$ 32,09 por hora trabalhada, estabelece limites diários de uso das plataformas e define contribuições previdenciárias obrigatórias. No entanto, muitos motoristas defendem que a remuneração permaneça baseada na quilometragem — ponto central de seus rendimentos.

A advogada lembra que a maior preocupação dos trabalhadores é a falta de transparência no cálculo das corridas e na divisão de valores com as plataformas, tema que o PL não resolveu de forma clara.


Contribuição Previdenciária é Motivo de Polêmica

O governo propõe que os motoristas passem a contribuir como se tivessem vínculo previdenciário mais robusto:

✓ 20% pagos pelas plataformas

✓ 7,5% pagos pelo motorista

Por outro lado, entidades como a Fembrapp defendem um modelo mais simples, semelhante ao MEI ou ao contribuinte individual, argumentando que isso diminuiria burocracia e facilitaria o recolhimento.

Laredo alerta que o governo parte do pressuposto de que todos desejam transformar a atividade em fonte principal de renda, o que não condiz com a realidade:

Muitos motoristas prezam pela autonomia de trabalhar quando e quanto quiserem. A legislação, porém, trata como se todos buscassem um ‘emprego tradicional’.”


Uma Nova Relação Tripla: Motorista, Plataforma e Governo

Atualmente, a relação é direta entre motorista e aplicativo, com cada parte arcando com seus próprios tributos. O PL, no entanto, insere o Governo Federal como fiscalizador e intermediador de dados. Isso inclui acesso a:

✓ informações das corridas

✓ valores pagos

✓ cadastros

✓ possibilidade de aplicar sanções

Essa mudança levanta dúvidas sobre privacidade, custos operacionais e impactos administrativos.


 O Mercado de Aplicativos em Números

Segundo o IBGE, somente em 2022 o Brasil registrou 778 mil motoristas de aplicativo, representando mais da metade de todos os trabalhadores de plataformas digitais no país. Somente no Amazonas, estima-se que 45 mil motoristas atuem no setor e na região metropolitana do Rio de Janeiro em torno de 120 mil motoristas.


O que dizem as plataformas?

A Uber divulgou nota afirmando que o projeto representa um passo importante para uma regulamentação equilibrada, preservando a flexibilidade e ampliando proteções. Destacou também que houve consenso em temas como:

✓ modelo de contribuição previdenciária

✓ classificação jurídica da atividade

✓ garantias mínimas de ganhos

✓ regras de transparência

O texto, por estar em regime de urgência, precisa ser analisado pela Câmara e Senado em até 90 dias, e promete gerar amplo debate político e social.


Nota do Aplicativo Rota Fixa

O Rota Fixa, plataforma de transporte com forte presença na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, acompanha atentamente as discussões do Projeto de Lei. Defendemos uma regulamentação que garanta segurança jurídica, transparência e condições justas tanto para motoristas quanto para passageiros.

Acreditamos que qualquer mudança deve preservar a autonomia do trabalhador, evitar aumento de custos ao usuário e promover um ambiente saudável para o setor. Continuaremos dialogando com motoristas parceiros e acompanhando as decisões em Brasília, reafirmando nosso compromisso com mobilidade segura, acessível e eficiente.


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sábado, 22 de novembro de 2025

Bolsonaro admite tentar abrir tornozeleira com ferro quente; caso vira alvo de perícia e leva à prisão preventiva

Tornozeleira eletrônica violada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro - Reprodução 

Por Cleide Gama 

Brasília: O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro reconheceu que tentou abrir sua tornozeleira eletrônica utilizando um ferro de solda durante a madrugada deste sábado (22). A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape) foi acionada após o sistema identificar sinais de violação, e uma diretora adjunta do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica foi até a residência do ex-presidente para verificar o equipamento.

Em um vídeo gravado pela policial penal Rita Gaio, Bolsonaro afirma que encostou um “ferro quente” na caixa do dispositivo por curiosidade. Embora o compartimento tenha sido danificado, a pulseira permaneceu presa à perna do ex-presidente.

Passei o ferro quente aí”, declarou Bolsonaro quando questionado pela servidora. Ele negou ter tentado retirar a pulseira, apesar de inicialmente ter afirmado que havia batido o equipamento na escada de casa.

O relatório da Seape descreve que o aparelho apresentava marcas evidentes de queimadura ao redor de toda a estrutura. Durante a inspeção, Bolsonaro confirmou ter usado um ferro de solda para tentar abrir o equipamento. A tornozeleira foi enviada ao Instituto Federal de Criminalística, onde passará por perícia técnica.

Após o episódio, a prisão domiciliar do ex-presidente foi convertida em prisão preventiva, já que a tentativa de violação representou risco de fuga.


Defesa tem 24 horas para responder ao STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a defesa de Bolsonaro se manifeste em até 24 horas sobre o episódio. Moraes também suspendeu todas as visitas ao ex-presidente.

Os advogados solicitaram autorização para que a esposa e os filhos possam visitá-lo na prisão. Michelle Bolsonaro estava no Ceará, cumprindo agenda partidária, no momento da tentativa de violação do equipamento.

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