Foto de arquivo: Kids Pretos, Forças EspeciaisPor Marcos Vinicius
Conspiração: Um relatório detalhado da Polícia Federal (PF), encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), revela que o ministro Alexandre de Moraes foi alvo de vigilância por parte de militares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, a partir de novembro de 2022. A iniciativa teria se originado após uma reunião na residência do general Walter Souza Braga Netto, à época candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro.
De acordo com a PF, o monitoramento de Moraes fazia parte do plano denominado “Punhal Verde e Amarelo”. O objetivo do plano era desestabilizar a transição de poder para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e impedir sua posse por meio de um golpe de Estado. O relatório aponta que o plano incluía até mesmo a possibilidade de eliminar o ministro Alexandre de Moraes, então presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com o uso de métodos drásticos como explosivos ou veneno.
Disposição para o Sacrifício e "Danos Colaterais"
A investigação revelou que os organizadores do plano estavam dispostos a sacrificar vidas para cumprir o objetivo. Segundo o relatório, os responsáveis aceitavam "danos colaterais", um termo que incluía tanto a eliminação da equipe de segurança de Moraes quanto a morte de militares envolvidos na operação. Isso, segundo a PF, indicava a disposição dos conspiradores em arriscar as próprias vidas para concretizar o assassinato do ministro.
“Era admissível, para garantir o sucesso da missão, neutralizar o que eles consideravam ser o 'centro de gravidade', que impedia o sucesso do golpe de Estado,” declara a PF.
Prisões e Detalhes da Operação
A investigação, que levou à prisão de cinco suspeitos na última terça-feira, 19, também revelou planos de atentados contra outras figuras políticas, incluindo o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin, e o próprio Moraes. A reunião na casa de Braga Netto, realizada em 12 de novembro de 2022, contou com a presença de membros das Forças Armadas, entre eles o tenente-coronel Mauro Cid, o major Rafael de Oliveira, e o tenente-coronel Hélio Ferreira Lima.
"Kids Pretos" e Monitoramento Secreto
O plano foi discutido e aprovado no encontro, conforme relataram os delegados da PF, Fábio Shor, Rodrigo Morais Fernandes, Elias Milhomens, e Luciana Caires. O grupo de militares envolvidos foi apelidado de "kids pretos". O relatório menciona que o monitoramento do ministro Moraes teve início entre os dias 21 e 23 de novembro de 2022, sendo coordenado por figuras próximas ao círculo de Bolsonaro, incluindo Mauro Cid e Marcelo Câmara, assessor especial do ex-presidente.
Fontes internas, ligadas aos conspiradores, forneceram informações detalhadas sobre os deslocamentos de Moraes em Brasília, informações essas que seriam usadas para uma eventual ordem de prisão ou outras ações contra ele, caso o golpe de Estado fosse levado adiante. A operação mostra a profundidade e seriedade da ameaça enfrentada durante a transição de governo no final de 2022.
Novas Revelações e Impacto Político
As novas informações reforçam a gravidade das ações investigadas e trazem à tona debates sobre a participação de setores militares em tentativas de desestabilização política no Brasil. O impacto dessa revelação aumenta a pressão sobre as instituições para investigar e esclarecer a extensão das ações golpistas e responsabilizar os envolvidos. Além disso, gera preocupação sobre a segurança das autoridades e o risco de infiltração militar em operações de alto nível, colocando a estabilidade democrática brasileira sob os holofotes.
Associação Brasileira de Imprensa Defende Liberdade de Imprensa e Condena Ameaças à Democracia
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) tem se manifestado de forma contundente em defesa da liberdade de imprensa e da integridade do jornalismo no Brasil, especialmente em momentos de crises políticas e sociais. A entidade, que historicamente desempenha um papel crucial na defesa dos direitos fundamentais e no combate à censura, tem reiterado seu compromisso com a democracia e a transparência pública.
Defesa da Liberdade de Expressão
A ABI considera a liberdade de expressão e a atuação livre da imprensa como pilares essenciais para a manutenção da democracia. Em recentes declarações, a associação sublinhou a importância de um jornalismo independente que possa investigar e divulgar informações de interesse público sem medo de retaliações. Para a ABI, qualquer tentativa de censurar, intimidar ou ameaçar jornalistas representa um ataque direto à democracia e aos direitos dos cidadãos.
Reação a Ameaças e Pressões
Nos últimos anos, a ABI tem intensificado suas críticas a ameaças direcionadas a profissionais de imprensa. Em ocasiões onde jornalistas foram alvo de ataques, a associação não apenas se solidarizou com os profissionais afetados, mas também demandou ações imediatas por parte das autoridades para garantir a segurança daqueles que desempenham a função de informar. Para a ABI, é essencial que haja um ambiente seguro para o exercício da atividade jornalística, sem o qual a sociedade perde uma de suas principais ferramentas de controle social e accountability.
Combate à Desinformação e Defesa da Ética Jornalística
Além de defender a liberdade de imprensa, a ABI tem adotado uma postura ativa no combate à desinformação. A associação tem incentivado o uso de práticas éticas e transparentes no jornalismo, promovendo debates e capacitação sobre como lidar com fake news e conteúdos enganosos. Para a ABI, o jornalismo responsável é parte da solução para enfrentar a propagação de desinformação que ameaça a credibilidade das instituições democráticas.
Apoio à Democracia e Respeito às Instituições
Em momentos de tensão política, a ABI tem reiterado seu apoio ao Estado de Direito e ao funcionamento das instituições democráticas. A associação se posicionou, em diversas ocasiões, contra discursos que busquem desacreditar ou enfraquecer as instituições brasileiras, afirmando que o jornalismo deve atuar de forma vigilante, mas também respeitosa, em relação às regras que sustentam o sistema democrático.
Desafios Atuais e Futuro
A Associação Brasileira de Imprensa está atenta aos desafios que a liberdade de imprensa enfrenta no cenário digital, onde a disseminação rápida de informações, muitas vezes não verificadas, pode gerar crises e impactos negativos. Para a ABI, o futuro do jornalismo no Brasil depende da valorização da imprensa profissional, da manutenção de um ambiente onde a crítica e a investigação sejam protegidas, e do compromisso das plataformas digitais em atuar de forma responsável.
Com sua longa história de luta pela liberdade de expressão, a ABI permanece firme em sua missão de garantir que a imprensa brasileira continue sendo uma força atuante na defesa da verdade, dos direitos humanos e da democracia no país.
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