sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Apagão em Itaboraí gera insatisfação e prejuízos para moradores e comerciantes

Foto de arquivo: Funcionário da empresa Enel realiza manutenção na rede aérea de distribuição de energia elétrica.

Por Marcos Vinicius 

Nos dias 24 e 25 de outubro, a cidade de Itaboraí foi afetada por uma falta de energia que trouxe transtornos para diversos bairros, em um período de calor intenso que intensificou o desconforto da população. O apagão, que durou cerca de 18 horas em algumas áreas, prejudicou a rotina de moradores, impactou serviços essenciais e trouxe prejuízos significativos para o comércio local.

"Isso já virou rotina aqui. Toda vez que há algum problema, somos nós que pagamos o preço, e a empresa demora para resolver", reclamou a comerciante Ana Silva, que perdeu produtos perecíveis devido à falta de refrigeração em seu estabelecimento. “Não é justo que a gente tenha que arcar com os prejuízos sem nenhuma compensação", completou.

Além dos estabelecimentos comerciais, escolas e centros de saúde precisaram adaptar ou interromper suas atividades, prejudicando também famílias e trabalhadores que dependem desses serviços. Indignados, moradores expressaram suas críticas à empresa fornecedora e cobraram melhorias na infraestrutura elétrica da cidade.

"Eu já nem conto mais quantas vezes ficamos sem luz. É só fazer um pouco de calor que a energia cai", disse o morador Marcos Andrade. “A empresa deveria respeitar mais o consumidor e prestar um serviço que funcione. Só lembram da gente na hora da conta”, desabafou.

Em nota, a empresa justificou a interrupção como resultado de problemas técnicos na rede, agravados pelos fortes ventos, chuva e pela infraestrutura local. Equipes de manutenção trabalharam para restabelecer o fornecimento, mas a demora aumentou a insatisfação popular.

Esse episódio reacendeu o debate sobre a falta de investimentos na infraestrutura elétrica em Itaboraí. "Precisamos de um sistema de energia confiável. Não dá para continuar assim", afirmou Carla Souza, resumindo o sentimento da comunidade, que agora exige respostas e melhorias urgentes para garantir uma qualidade de vida melhor e mais estabilidade na região.

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quinta-feira, 24 de outubro de 2024

População do Complexo de Israel Vive Sob Tensão com Confrontos Entre Polícia e Traficantes

Foto de arquivo: Cidade Alta em Cordovil na região da Leopoldina do Rio de Janeiro 

Por Marcos Vinicius 

Polícia: Os intensos confrontos entre policiais e traficantes no Complexo de Israel têm gerado medo e insegurança entre os moradores da região, que se veem no meio de uma guerra diária. Muitos populares relatam o risco constante de morte e criticam a falta de medidas efetivas para proteger a comunidade. “A gente não tem paz, qualquer um pode ser atingido a qualquer momento”, diz uma moradora. Outros apontam que o tráfico e a violência só aumentam com a presença das forças policiais, tornando a situação insustentável para quem vive no local. O clamor por soluções que garantam a segurança da população é urgente, enquanto o clima de tensão continua a crescer.

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A Corrupção nas Forças Policiais: O Maior Obstáculo no Combate ao Crime no Rio de Janeiro

Foto de arquivo: Polícia Federal em operação contra a corrupção nas polícias do estado do Rio de Janeiro (GovBr)

Por Marcelo Procópio 

Polícia: A segurança pública no Rio de Janeiro enfrenta desafios graves no combate ao crime organizado, e um dos maiores entraves é a corrupção dentro das próprias forças policiais, tanto na Polícia Militar quanto na Civil. Esse problema afeta diretamente a confiança da população e compromete a eficácia das operações de repressão ao crime.

Os moradores das áreas mais afetadas pelo domínio de facções criminosas e milícias expressam um profundo ceticismo em relação à atuação da polícia. "A gente não sabe em quem confiar. Muitas vezes, os próprios policiais estão envolvidos com os bandidos, e a gente acaba ficando no meio de uma guerra sem fim", desabafa João dos Santos, morador da Zona Oeste, uma área fortemente controlada por milícias.

O crime organizado domina territórios, controla o tráfico de drogas e impõe uma violência constante às comunidades. Além disso, milícias exploram atividades como a venda de gás e serviços de segurança. O pior é que essas organizações contam, muitas vezes, com a cumplicidade de policiais corruptos. “A gente vê a polícia entrando nas favelas, mas parece que só os pequenos são presos. Os chefes e milicianos continuam por aí. Não tem como isso ser normal”, afirma Maria Oliveira, moradora do Complexo do Alemão.

A corrupção policial não apenas facilita as atividades criminosas, como também compromete operações de inteligência e de campo. Em vez de desmantelar as facções, a atuação corrupta permite que elas se reestruturem e aumentem seu poder. “Eles sobem o morro, fazem operação, mas quem acaba sofrendo é a gente. Parece que a corrupção deixa as coisas como estão, sem mexer nos peixes grandes”, diz Roberta Silva, residente de uma área afetada pelo tráfico.

O sentimento de impotência é agravado pela falta de confiança da população nas forças de segurança. A percepção de que a polícia está infiltrada por elementos corruptos faz com que muitas pessoas evitem fazer denúncias ou colaborar com as autoridades, temendo represálias ou a inutilidade do esforço. Sem o apoio das comunidades, o combate ao crime organizado torna-se ainda mais difícil.

A corrupção nas forças policiais também abre caminho para abusos de poder. Operações mal planejadas e com uso excessivo de força resultam em mortes de inocentes, que muitas vezes são justificadas como “confrontos com criminosos”. “É revoltante. Morre gente inocente e nada muda. A polícia precisa ser honesta para fazer diferença”, comenta Antônio Ferreira, morador da Baixada Fluminense.

O combate ao crime organizado no Rio de Janeiro só será eficaz quando houver uma verdadeira reforma nas forças de segurança, com mecanismos rigorosos de controle interno e punição para os agentes corruptos. A corrupção não pode mais ser vista como um problema isolado, mas como uma questão estrutural. A população carioca anseia por uma polícia ética e comprometida com a segurança de todos. Somente assim será possível restaurar a confiança e combater de forma efetiva a violência que assola o estado.


O Caso dos Fuzis Entregues a Traficantes na Cidade Alta

O flagrante de policiais do BOPE entregando fuzis a traficantes na Cidade Alta, em 2017, expôs de maneira chocante a corrupção nas forças de segurança do Rio de Janeiro. A unidade, conhecida por seu combate ao tráfico, teve membros flagrados atuando como cúmplices do crime organizado, mostrando o quanto o problema é profundo e sistêmico.

Esse episódio revelou que o tráfico de drogas e o crime organizado sobrevivem não apenas pela violência, mas também pela colaboração de agentes públicos. Quando policiais, responsáveis por combater o crime, fornecem armamento pesado aos traficantes, a eficácia das operações é severamente comprometida, e a população perde a confiança na polícia.

A corrupção dentro das forças policiais transforma agentes da lei em facilitadores do crime, minando o combate ao tráfico e deixando as comunidades reféns da violência. Embora os policiais envolvidos tenham sido presos, o problema persiste e exige reformas estruturais para combater a infiltração do crime dentro das próprias instituições de segurança. Sem isso, o Rio de Janeiro continuará lutando uma guerra desigual, onde os criminosos têm aliados dentro do próprio Estado.

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quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Reintegração de Álvaro Lins à Polícia Civil Gera Repercussões Divergentes

Foto de arquivo: Kassio Nunes Marques, ministro do STF que deu decisão favorável a Álvaro Lins


Por Marcos Vinicius 

O ex-chefe da Polícia Civil e ex-deputado estadual, Álvaro Lins, foi reintegrado à instituição após 15 anos de sua demissão. A decisão, publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (23/10/2024), ocorreu após um pedido da Comissão Mista e uma revisão administrativa do Governo do Estado. O retorno de Lins à Polícia Civil foi embasado por um parecer da Comissão que analisou o processo administrativo, deferido após o ministro Kássio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretar a incompetência da Justiça Federal no caso contra o ex-delegado, invalidando os atos judiciais anteriores.

A advogada de Lins, Mariana Hallak, comemorou a decisão, ressaltando que "foi uma importante vitória que marca o reconhecimento da ilegalidade das ações anteriores". Segundo ela, o processo estava baseado em uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF), e a decisão do STF trouxe "um fato novo que impacta diretamente a validade do processo administrativo".


Apoios e Críticas da População

A medida gerou reações polarizadas. Maria Aparecida dos Santos, moradora da Zona Norte do Rio, elogiou a decisão: “Ele sempre foi um delegado muito atuante, ajudou muita gente e merece uma segunda chance. A justiça foi feita.” Assim como Maria, outros populares veem a reintegração como uma correção de injustiças passadas.

Entretanto, críticas surgiram principalmente em relação à decisão do ministro Kássio Nunes Marques. João Ricardo, advogado criminalista, declarou: “Essa anulação favorece figuras envolvidas em esquemas de corrupção, e cria um precedente perigoso. É lamentável ver uma decisão como essa em um momento em que o país luta contra a impunidade.”


Passado de Controvérsias

Álvaro Lins foi acusado de envolvimento em esquemas de corrupção durante os governos de Anthony e Rosinha Garotinho. Ele foi acusado de proteger contraventores ligados ao jogo do bicho e à exploração de máquinas caça-níqueis. Em 2009, foi demitido da Polícia Civil após um processo administrativo da Corregedoria-Geral da Secretaria de Segurança Pública, que relatou práticas como loteamento de delegacias e recebimento de propinas.

Além disso, Lins também teve o mandato de deputado estadual cassado em 2008, após denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro. Chegou a ser preso em 2008, mas foi solto no ano seguinte após um habeas corpus concedido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em 2010, ele foi condenado a 28 anos de prisão por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de bens, mas recorreu em liberdade.

O processo de reintegração do ex-delegado reacende debates sobre a moralidade de decisões judiciais que beneficiam figuras com passados controversos e coloca em pauta a transparência e o rigor no combate à corrupção.

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terça-feira, 22 de outubro de 2024

Escândalo de Contaminação por HIV: Denúncia e Prisões no Rio de Janeiro

Nova Iguaçu (RJ) 12/10/2024 - A sede do PCS Lab Saleme, laboratório de análises clínicas interditado pela Anvisa para investigação da infecção de pacientes transplantados pelo vírus HIV, a partir de exames falso-negativos de doadores (Agência Brasil)

Por Cleide Gama 

Polícia: O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) formalizou nesta terça-feira (22) a denúncia contra os sócios e funcionários do laboratório PCS Saleme, acusados de emitir laudos falsos em exames de sorologia de pacientes transplantados. O caso envolve um contrato firmado com a Fundação Saúde do Estado do Rio de Janeiro e resultou na infecção de seis pacientes por HIV, após procedimentos de transplante de órgãos. Além disso, o MPRJ solicitou a prisão preventiva dos envolvidos, com o objetivo de garantir o prosseguimento das investigações.

A denúncia foi apresentada pela 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada dos Núcleos de Duque de Caxias e Nova Iguaçu, envolvendo dois sócios e quatro funcionários do laboratório, acusados de associação criminosa, lesão corporal grave e falsidade ideológica. Entre os denunciados estão:

Walter Vieira, sócio e um dos alvos da Operação Verum, preso em 14 de outubro;

Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, sócio e filho de Walter;

Ivanilson Fernandes dos Santos, técnico de laboratório, preso também durante a operação;

Jacqueline Iris Barcellar de Assis, auxiliar administrativa, que se entregou à polícia e responderá por falsificação de documento particular;

Cleber de Oliveira Santos, biólogo, preso no Aeroporto do Galeão em 16 de outubro;

Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora técnica, presa durante a segunda fase da operação.

O inquérito, conduzido pela Delegacia do Consumidor (Decon), apurou que os laudos falsificados resultaram na contaminação por HIV de pacientes transplantados. Amostras dos órgãos doados foram submetidas a novas análises, confirmando seis casos de infecção. A investigação revelou que a falsificação dos laudos se deveu, em parte, à redução da fiscalização sobre os reagentes utilizados, que, ao invés de serem checados diariamente, passaram a ser monitorados semanalmente, visando corte de custos e aumento de lucro.

As conexões familiares entre os acusados também chamaram a atenção. Walter Vieira é casado com Ana Paula Vieira, tia materna do ex-secretário estadual de saúde, Dr. Luizinho, que é primo de Matheus Vieira, também sócio da empresa.

Durante as investigações, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas instalações do laboratório e nas residências dos envolvidos. A análise do material apreendido poderá gerar novos desdobramentos e apontar outros responsáveis.

A Polícia Civil também apura o processo de contratação do PCS Saleme pela Fundação Saúde, com o apoio do Departamento-Geral de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD) e da Controladoria-Geral do Estado.

Em paralelo, o governador Cláudio Castro nomeou Marcus Vinicius Dias como o novo presidente da Fundação Saúde, após a exoneração de cinco diretores e do diretor-executivo João Ricardo Pilotto, em resposta às denúncias.

A descoberta da contaminação aconteceu em setembro, quando um paciente transplantado apresentou sintomas neurológicos e testou positivo para HIV. A análise de outros receptores de órgãos da mesma doadora confirmou mais casos, totalizandoe seis vítimas até o momento.

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sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Moradora de Copacabana Entrega Voluntariamente Arsenal do Marido Falecido à Polícia

Foto de arquivo: 12 Delegacia de Polícia Civil em Copacabana 

Por Cleide Gama 

Policial: Uma mulher, residente em Copacabana, decidiu acionar as autoridades para entregar um arsenal de armas e munições que pertenciam ao seu falecido marido. Segundo o relato, após o falecimento do homem, ela descobriu que ele mantinha uma grande quantidade de armamento em casa. No total, foram entregues 28 armas e 516 munições de variados calibres.

A moradora procurou a 12ª Delegacia de Polícia (Copacabana) para relatar a situação e manifestar seu desejo de se desfazer do material. O Segurança Presente foi acionado e, junto com a Polícia Civil, deslocou-se até a residência para fazer a apreensão. No local, os agentes recolheram 11 revólveres, 16 garruchas e uma arma de caneta, além da vasta munição.

Todo o material foi levado à delegacia, onde passou por análise e foi acautelado pelas autoridades. A mulher, ao agir voluntariamente, contribuiu para a segurança da comunidade ao retirar de circulação um arsenal potencialmente perigoso.

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terça-feira, 17 de setembro de 2024

A pesca no município de Magé, Rio de Janeiro

Foto de arquivo: barco estacionado na praia de Olaria em Mauá (Magé/RJ)

Por Marcos Vinicius 

Economia: A pesca no município de Magé, localizado na Baixada Fluminense, é uma atividade tradicional que sustenta diversas famílias locais. Com suas extensas áreas de manguezais e a proximidade com a Baía de Guanabara, a pesca artesanal desempenha um papel importante na economia da cidade. Segundo dados da Secretaria de Meio Ambiente e Pesca de Magé, o setor pesqueiro envolve mais de 1.200 pescadores cadastrados, que dependem diretamente da atividade para seu sustento.

De acordo com um estudo realizado em 2022, cerca de 40% da produção de pescados no município é destinada ao consumo local, abastecendo peixarias e restaurantes da região. O restante é comercializado para outros municípios do Rio de Janeiro, contribuindo para o sustento econômico da população mageense.

Entretanto, apesar da importância da pesca, a atividade enfrenta desafios ambientais e sociais. Um dos principais problemas apontados é a poluição da Baía de Guanabara, que afeta diretamente a quantidade e a qualidade dos peixes capturados. Além disso, a pressão sobre os manguezais, com o avanço de áreas urbanizadas, compromete os locais de reprodução das espécies marinhas.

Pedro Gonçalves, pescador artesanal de Magé há mais de 30 anos, fala sobre as dificuldades: "A gente nota que a quantidade de peixe diminuiu muito nos últimos tempos. Antes, em um dia de trabalho, eu conseguia sustentar minha família por semanas. Hoje, preciso sair mais vezes, e nem sempre o peixe vem em boa quantidade". Ele destaca ainda a importância de ações para a preservação do meio ambiente: "Se não tiver cuidado com os manguezais e com a Baía, daqui a pouco ninguém mais vai conseguir viver da pesca".


Maria Aparecida, outra pescadora da região, destaca a importância da pesca artesanal para as mulheres. "Aqui em Magé, muitas mulheres trabalham com a pesca, seja na captura ou no beneficiamento do pescado. É uma atividade que nos dá sustento e autonomia", afirma. Ela defende a necessidade de maior apoio governamental, tanto na fiscalização ambiental quanto na criação de programas de incentivo para os pescadores.

As autoridades municipais têm investido em iniciativas para melhorar as condições da pesca no município. Entre elas, está a realização de oficinas de capacitação para os pescadores e projetos de preservação ambiental, como o reflorestamento de áreas de manguezal. A expectativa é de que essas ações contribuam para a sustentabilidade da atividade e para a melhoria da qualidade de vida dos pescadores de Magé.

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A Pesca no Estado do Rio de Janeiro: Panorama Atual e Desafios

Foto de arquivo: Barco e pescador jogando a rede ao mar

Por Marcos Vinicius 

Economia: A pesca é uma atividade tradicional e de grande importância econômica e social no estado do Rio de Janeiro. Historicamente, as águas fluminenses, ricas em biodiversidade, são fonte de sustento para milhares de famílias que dependem do mar para sua sobrevivência. Porém, a pesca tem enfrentado desafios nos últimos anos, resultantes de fatores ambientais, econômicos e sociais. Este artigo aborda a atual situação da pesca no estado, trazendo dados estatísticos relevantes e depoimentos de pescadores que vivem essa realidade.


A Pesca no Rio de Janeiro em Números

Segundo dados da Federação dos Pescadores do Estado do Rio de Janeiro (FEPERJ), existem cerca de 30 mil pescadores artesanais registrados no estado, a maioria concentrada em municípios litorâneos, como Niterói, Angra dos Reis, Cabo Frio, e Campos dos Goytacazes. Esses trabalhadores são responsáveis por uma parte significativa da produção de pescado consumido no próprio estado, além de abastecerem mercados de outras regiões.

Nos últimos anos, a produção pesqueira do Rio de Janeiro tem enfrentado declínios. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção anual de pescado no estado caiu cerca de 15% nos últimos cinco anos. Entre as principais espécies capturadas estão a sardinha, o camarão, a tainha e o pargo, que são altamente demandados tanto no mercado interno quanto para exportação.

Um fator de destaque é o crescimento da pesca esportiva, que também movimenta a economia, especialmente em regiões como Cabo Frio e Angra dos Reis. Esse tipo de pesca atrai turistas nacionais e internacionais e contribui para o aquecimento de outros setores, como o hoteleiro e de serviços.


Depoimentos dos Pescadores

Apesar da importância da pesca para o estado, muitos pescadores artesanais relatam dificuldades para manter a atividade rentável. João Carlos, pescador de Niterói há mais de 30 anos, expressa sua preocupação com a redução da captura nos últimos anos:

"Antigamente, em um dia bom, conseguíamos trazer o barco cheio de peixe. Hoje, saímos por horas e voltamos com menos da metade do que conseguíamos há 10 anos. A situação está difícil, e muitos pescadores estão desistindo da profissão."

Um dos problemas apontados por João é o impacto da poluição marinha. As águas da Baía de Guanabara, uma das áreas mais tradicionais de pesca, estão sofrendo com altos níveis de contaminação, o que tem afetado a reprodução de peixes e crustáceos.

Outro pescador, Antonio Ferreira, que atua em Cabo Frio, menciona as dificuldades impostas pelas regulamentações:

"A fiscalização está muito mais rígida, e isso é bom para proteger o meio ambiente. Mas muitas vezes, nós, pescadores artesanais, somos prejudicados porque as leis não são claras e os órgãos responsáveis não nos dão o apoio necessário para entender e nos adequar."


Desafios e Oportunidades

A pesca no Rio de Janeiro enfrenta desafios que vão além da diminuição dos estoques pesqueiros. A falta de infraestrutura adequada em alguns portos, o aumento da concorrência com a pesca industrial e a necessidade de modernização da frota artesanal são problemas apontados por especialistas.

Ao mesmo tempo, há oportunidades que podem ser exploradas para fortalecer o setor. Uma delas é o investimento em projetos de aquicultura, que tem ganhado destaque em algumas regiões. Em 2023, o governo estadual anunciou o investimento de R$ 10 milhões em iniciativas voltadas à criação de peixes em cativeiro, como tilápia e tambaqui. O objetivo é diminuir a pressão sobre os estoques naturais e oferecer uma nova fonte de renda para os pescadores.

Além disso, programas de capacitação e a criação de cooperativas de pescadores têm mostrado bons resultados em algumas comunidades, ajudando a aumentar a produtividade e garantir melhores condições de trabalho.


Considerações Finais

A pesca no estado do Rio de Janeiro é uma atividade essencial, tanto do ponto de vista econômico quanto cultural. Entretanto, a sustentabilidade desse setor depende de políticas públicas eficazes, que incentivem a modernização da pesca artesanal e a proteção dos recursos naturais. O depoimento de pescadores revela a necessidade de maior diálogo entre os trabalhadores do mar, o governo e a sociedade para que essa tradição continue viva, garantindo sustento e qualidade de vida para milhares de famílias.

A busca por soluções que equilibrem a preservação ambiental e o desenvolvimento econômico é o principal desafio para o futuro da pesca fluminense. Com políticas adequadas, é possível promover uma pesca mais sustentável e lucrativa para todos os envolvidos.

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domingo, 15 de setembro de 2024

As Polêmicas e Desdobramentos Legais no Caso Deolane Bezerra

Prisão cautelar de Deolane Bezerra em operação contra lavagem de dinheiro e jogos ilegais (Estratégia)

Por Cleide Gama 

Policial: O caso envolvendo a advogada e influenciadora Deolane Bezerra ganhou destaque na mídia devido a uma série de polêmicas e disputas públicas. Deolane, conhecida inicialmente por ser viúva do cantor MC Kevin, ampliou sua presença nas redes sociais com seu estilo direto e envolvimento em debates sobre temas variados. O caso mais notório foi sua implicação em investigações que alegaram envolvimento com crimes relacionados a tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Em meio às investigações, houve buscas em propriedades da influenciadora, gerando grande repercussão.

Além das questões legais, Deolane também esteve envolvida em diversas polêmicas nas redes sociais, incluindo brigas públicas com outros influenciadores e discussões sobre ética e comportamento. Apesar das controvérsias, ela manteve uma base de fãs fiel e continuou ativa em sua carreira digital e como advogada.

A combinação de sua personalidade carismática e os desdobramentos legais contribuíram para que o caso Deolane se tornasse um dos mais comentados na mídia brasileira, suscitando debates sobre a influência de figuras públicas e o poder das redes sociais na sociedade contemporânea.

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Praia de Mauá: História e Legado às Margens da Baía de Guanabara

Foto: Praia de Mauá (Foursquare)

Baixada: A Praia de Mauá, localizada no município de Magé, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro, carrega uma história rica e significativa para a região. Situada às margens da Baía de Guanabara, Mauá já foi um importante ponto de conexão entre o Rio de Janeiro e Petrópolis durante o século XIX, servindo como um dos principais portos de embarque e desembarque na época imperial.

A praia, e o distrito de mesmo nome, se desenvolveram em torno do Porto de Mauá, inaugurado em 1854 como parte do projeto de construção da primeira ferrovia do Brasil, idealizado pelo Barão de Mauá, Irineu Evangelista de Souza. A Estrada de Ferro Mauá ligava o porto à localidade de Fragoso, na Serra da Estrela, facilitando o escoamento de produtos e o transporte de passageiros. Esse marco fez da Praia de Mauá um ponto estratégico de movimentação comercial e um símbolo de modernidade no Brasil imperial.

Com o tempo, no entanto, o desenvolvimento da região foi freado pela falta de investimentos, e o porto acabou perdendo importância, o que impactou diretamente o distrito e sua praia. Ainda assim, a área manteve sua relevância local e turística, principalmente por suas belezas naturais, seu clima agradável e pela vista para a Baía de Guanabara.

Atualmente, a Praia de Mauá é um local que atrai visitantes que buscam tranquilidade e contato com a natureza. Embora o turismo na região tenha diminuído ao longo dos anos, a história de Mauá ainda é lembrada e celebrada, especialmente pelo legado deixado pelo Barão de Mauá e seu papel no desenvolvimento da infraestrutura e da indústria do país.

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