Por Cleide Gama
Jussara, Paraná - A Polícia Civil do Paraná prendeu na última quinta-feira (27) uma mulher de 22 anos, acusada de desviar R$ 179 mil da conta bancária do avô. A jovem teria utilizado o dinheiro em um jogo de apostas online conhecido como "Jogo do Tigrinho" (Fortune Tiger).
Segundo as autoridades, a suspeita realizou 59 saques e transferências no segundo semestre do ano passado, utilizando o cartão bancário e a senha da conta de seu avô. O delegado Carlos Gabriel revelou que as câmeras de segurança da agência bancária registraram a jovem efetuando as transações, o que motivou a prisão preventiva.
Em sua defesa, a suspeita negou as acusações e afirmou desconhecer como os valores foram creditados em sua conta e utilizados no jogo de apostas. A defesa da jovem ainda não foi localizada para comentar o caso.
O Jogo do Tigrinho e a Exploração dos Jogadores
O Fortune Tiger, popularmente chamado de "Jogo do Tigrinho" no Brasil, é um cassino virtual que promete ganhos rápidos e fáceis. Entretanto, a prática vem sendo associada a tentativas de golpe cada vez mais frequentes. O Departamento de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de São Paulo está investigando a atuação de organizações criminosas por trás desses jogos, com mais de 500 boletins de ocorrência já registrados.
Influenciadores Digitais e a Promoção do Jogo
A popularização do jogo se deve, em parte, à promoção feita por influenciadores digitais em suas redes sociais. Eles publicam fotos e vídeos simulando ganhos rápidos para atrair seguidores. Em um caso preocupante, crianças de 6 e 7 anos de cinco estados brasileiros estão sendo pagas para promover esses cassinos online. O Instituto Alana, que defende os direitos das crianças, denunciou essa prática ao Ministério Público de São Paulo no dia 17 deste mês.
Implicações Legais e Sociais
A Secretaria de Segurança Pública alerta que essa prática envolve possíveis crimes contra o consumidor, relações de consumo, economia popular, lavagem de dinheiro e contravenção penal por divulgar jogos de azar nas redes sociais. Além disso, o vício em apostas é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um transtorno, afetando entre 1% e 1,3% da população brasileira.
A situação evidencia a necessidade de maior vigilância e regulamentação sobre jogos de apostas online, especialmente quanto à sua promoção para jovens e crianças, a fim de evitar futuros transtornos e proteger os mais vulneráveis da sociedade.
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