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Foto de Arquivo: Santuário de Jesus Crucificado em Porto das Caixas, Itaboraí
Por Marcos Vinicius
Cidades: Localizado na região metropolitana do Rio de Janeiro, o município de Itaboraí carrega em sua história marcas profundas da formação do Brasil. Seu nome tem origem tupi e significa “pedra que brilha”, remetendo às riquezas naturais da região e à herança indígena que antecede a colonização portuguesa. A ocupação da área começou ainda no século XVI, com a chegada dos colonizadores europeus e o avanço do processo de interiorização da então capitania do Rio de Janeiro.
Durante o período colonial, Itaboraí desempenhou papel importante como ponto de passagem entre o litoral e o interior do estado, sendo rota estratégica para o escoamento de açúcar, gado e outros produtos. A fertilidade do solo e a abundância de rios favoreceram a agricultura e a criação de gado, tornando-se um polo econômico relevante no século XVIII. A construção de estradas e igrejas coloniais consolidou a importância regional da cidade, que viveu seu apogeu com o crescimento das fazendas e da produção agrícola.
Itaboraí foi oficialmente emancipada em 1833, desmembrando-se de Niterói. Ao longo do século XIX, manteve-se como centro agrícola, mas também passou a sofrer os impactos das transformações políticas e econômicas do país, especialmente com a chegada da República e a urbanização progressiva do estado do Rio. No século XX, a cidade viveu momentos de estagnação e crescimento irregular, refletindo os altos e baixos da industrialização e das políticas públicas estaduais e federais.
Nos últimos anos, Itaboraí voltou a ser destaque no cenário fluminense com a instalação do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), que prometia transformar a cidade em um novo polo de desenvolvimento. No entanto, a paralisação das obras e os escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras frustraram grande parte das expectativas de geração de emprego e crescimento sustentável. O município, que apostava na industrialização, viu-se diante de novos desafios sociais e econômicos.
Mesmo com esses obstáculos, Itaboraí segue firme em sua trajetória, mesclando o passado colonial com os dilemas do presente. Suas igrejas históricas, casarões antigos e festas tradicionais ainda contam a história de um povo resistente, que busca no trabalho e na cultura as ferramentas para reconstruir o futuro. A cidade, que já foi rota do progresso, agora precisa reencontrar seu caminho com planejamento, inclusão social e valorização da sua rica herança histórica.
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